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Prevenção a coronavírus nas periferias tem grupos locais na linha de frente

Sarau da Cooperifa no Bar do Zé Batidão, no Jardim Guarujá, zona sul de São Paulo - Ricardo Vaz/Cooperifa
Sarau da Cooperifa no Bar do Zé Batidão, no Jardim Guarujá, zona sul de São Paulo Imagem: Ricardo Vaz/Cooperifa

Aline Rodrigues e Thiago Borges

Da Periferia em Movimento*, especial para Ecoa

18/03/2020 14h09

O poeta Sérgio Vaz perguntou, no último domingo (15), em suas redes sociais se a Cooperifa deveria ou não realizar seu sarau de poesia nesta semana, como tradicionalmente faz há 18 anos, lotando o bar do Zé Batidão, na zona sul de São Paulo, nas noites de terça-feira. Seguido por 367 mil pessoas, o escritor periférico ouviu de dezenas de pessoas: "melhor cancelar".

A situação não atingiu só a Chácara Santana, bairro onde acontecem os encontros de literatura. Conhecida como "comic con das favelas", a Perifacon adiou a feira geek que ocorreria em abril para junho. Após reunir 4.000 participantes em 2019, a edição deste ano pretende aumentar de tamanho, impulsionada pela mudança para a Cidade Tiradentes.

No extremo sul da cidade, o Centro de Arte e Promoção Social (CAPSArtes) também suspendeu suas rodas de discussão sobre cultura, educação, filosofia e psicologia. "Mesmo com muita informação a respeito do vírus, só nos últimos dias percebemos o quanto estamos próximos de uma situação até então considerada distante", diz Israel Francisco, presidente da organização.

Fundado em 1990 por um grupo de poetas, artesãos e moradores do Grajaú, o CAPSArtes já revelou escritores e artistas. No comunicado da quarentena voluntária, eles dão dicas para evitar o contágio."Como se trata de comportamento frente a uma nova situação, só o tempo mostrará os efeitos", crê Israel.

A pandemia do coronavírus traz um contexto inédito para todos os brasileiros. No entanto, em um cenário de desigualdade de condições de prevenção e cuidado, ela prejudica mais alguns. Nos últimos dias, comunicadores periféricos apontaram a falta de consideração com a realidade de populações mais pobres tanto nas recomendações médicas e do governo, quanto na abordagem da pandemia pela imprensa.

A produtora de jornalismo de quebrada paulistana Periferia em Movimento reuniu 16 perguntas sem resposta, enquanto no Rio o Favela em Pauta lançou um olhar para as condições de conter o vírus nas favelas cariocas. Com correspondentes em São Paulo e região metropolitana, a Agência Mural frisa que o jornalismo precisa "tratar da vida real quando falar de coronavírus nas periferias". A iniciativa tem produzido reportagens sobre o impacto na população mais pobre e das bordas do mapa.

Para Railton Da Silva, ex-editor do extinto Grito na Luta, de Alagoas, há um aspecto fundamental aí: "as periferias precisam se ver e precisam falar".

Wellington Frazão (esq.), integrante do Periferia em Foco, de Belém (PA) - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Wellington Frazão (esq.), integrante do Periferia em Foco, de Belém (PA)
Imagem: Arquivo Pessoal

Comunicação local importa

Na Brasilândia, zona norte de São Paulo, os eventos estão sendo cancelados e há muita gente com medo. "Por outro lado, tem uma parcela que ainda está tocando a vida normal. Inclusive, acha que o problema está longe", conta Juçara Zottis, coordenadora de projetos da rádio comunitária Cantareira.

O veículo vem se organizando para conscientizar a população nesse período, assim como outros grupos de quebradas Brasil afora. Wellington Frazão é integrante do Periferia em Foco, de Belém do Pará, onde até agora há apenas casos suspeitos, mas que servem de alerta para a importância de ações de comunicação: filtrar e compartilhar informação correta, conversar com moradores.

Em Heliópolis, maior favela da capital, a rádio comunitária agiu rápido diante de boatos — não verdadeiros, soube-se depois — acerca de uma morte por coronavírus no hospital do bairro. "Conversei com o diretor do pronto-socorro que permitiu que eu gravasse uma rápida entrevista", diz Cláudia Novas, coordenadora da emissora.

Estamos falando a todo momento dos cuidados que se deve ter, dos sintomas. Essas informações sempre buscamos junto aos postos de saúde locais. Mas a pergunta dos moradores é: e quando chegar o coronavírus na favela?

Cláudia Novas, coordenadora da rádio comunitária de Heliópolis

Comida na mesa e arte contra tristeza

Com 18 casos até o fechamento desta reportagem, o coronavírus entrou no radar de preocupações de ativistas de Salvador nos últimos dias. Autoridades locais tomaram medidas como a suspensão de aulas nas escolas estaduais e municipais nessa semana. "Pelo que percebemos, é maior do que pensávamos", diz Jaguaraci Aragão, estudante de pedagogia na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A universitária faz parte de um grupo que arrecada alimentos para distribuir nas periferias da capital baiana. Com a expansão do vírus, há a preocupação em garantir que o alimento chegue a quem ficar sem as aulas. Como a prefeitura de Salvador afirmou que irá fornecer a merenda no recesso forçado, o grupo suspendeu por ora as ações por conta do contágio.

Já no distrito de Parelheiros, em São Paulo, o grupo de teatro Rocokóz cancelou o "Ocupa Rua", evento que a cada mês promove atividades circenses, rodas de conversa e apresentações artísticas na zona rural no extremo sul da capital paulista. "Foi ruim porque já havia sido comprado cachorro-quente e refrigerante para as crianças", conta Cileia Biagiolli, fundadora da companhia.

Para a artista, se por um lado o cancelamento reduz as chances de contaminação, por outro há um efeito colateral que deve ser colocado também na balança.

"A gente já entende que uma das coisas que baixa a imunidade é a tristeza. E a arte é responsável pelo bem-estar, pela qualidade de vida das pessoas. Sem arte, com certeza as pessoas vão adoecer ainda mais", diz ela.

Como ajudar?

Você pode acompanhar e fortalecer a atuação de coletivos periféricos de comunicação e cultura ouvidos para esta reportagem: