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Militar e artista, ele foi o 1° intelectual a valorizar os negros no Brasil

Manuel Querino foi pioneiro nos estudos sobre a cultura africana no Brasil, exaltando a importância de seu povo para a nossa história - Acervo histórico
Manuel Querino foi pioneiro nos estudos sobre a cultura africana no Brasil, exaltando a importância de seu povo para a nossa história Imagem: Acervo histórico

Ed Rodrigues

Colaboração para Ecoa, no Recife

08/05/2023 06h00

Em um cenário de transição do Império para a República, em meio às mudanças culturais e sociais que marcaram o fim do século 19 e o início do século 20, viveu uma das maiores personalidades negras do Brasil, que usou de seu intelecto para lutar contra preconceitos de raça e sociais em um país escravagista, e para exaltar a importância do povo negro para a nossa história.

O intelectual, artista e operário afrodescendente Manuel Raimundo Querino ou a vida contribuindo para a literatura e para a luta abolicionista. Além de desafiar os preconceitos enraizados na sociedade e exigir a valorização da cultura africana, teve participação direta no movimento republicano.

Contato com os livros

Manuel Querino é conterrâneo de Caetano Veloso e Maria Bethânia. Nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em 28 de julho de 1851. Filho de José Joaquim dos Santos Querino e Luzia da Rocha Pita, carpinteiros negros libertos, ficou órfão de pai e mãe aos 4 anos, em 1855, quando perdeu os dois para a cólera.

As informações são da historiadora Sabrina Gledhill, doutora em Estudos Étnicos e Africanos. A Ecoa, ela conta que, após perder os pais, o pequeno Manuel foi entregue a um tutor que vivia em Salvador, o bacharel Manuel Correia Garcia.

"Diz Antônio Vianna (jornalista e escritor) que Manoel Correia Garcia 'era um espírito elucidado, educado na Europa, cultor das letras e amante das coisas do ensino'. O tutor não fez de Manuel Querino um serviçal. Pelo contrário, ele o encaminhou para ser um homem de bem, e dedicado ao amor aos livros. Tentou atraí-lo para a pintura; o jovem, inspirado no exemplo do protetor, inclinou-se também para o magistério, a política e a pesquisa histórica e antropológica", explica a historiadora.

Militar e artista

Quando tinha em torno de 17 anos de idade, Querino ou um tempo no Piauí e em Pernambuco. Enquanto morava no Piauí, serviu às Forças Armadas. A relação com a farda o levou, em seguida, para o Rio de Janeiro, onde chegou à patente de cabo de esquadra, quando participou da Guerra do Paraguai.

De acordo com Sabrina Gledhill, Querino voltou para Bahia com o fim da guerra e lá trabalhou como pintor e estudou nas horas vagas. "Ele estudou francês no Colégio 25 de Março e foi um excelente aluno do Liceu de Artes e Ofícios. Fez os exames e foi aprovado com distinção", conta a historiadora.

Em 1877, o artista plástico Miguel Navarro y Cañizares fundou a Escola de Belas Artes da Bahia. Durante a construção da escola, contratou Manuel Querino como pintor. Ele sentiu-se atraído pelas artes e se matriculou na escola, primeiro cursou desenho e depois arquitetura.

Ao concluir a licenciatura, conseguiu trabalhar como professor de desenho no Colégio de Órfãos de São Joaquim e no Liceu. Também lecionou Desenho Geométrico em 1885. Sabrina conta que, como decorador, desenhista e artista plástico, Manoel Querino produziu obras que lhe renderam medalhas de prata e de bronze, além de menção honrosa em vários concursos promovidos pelo Liceu de Ares e Ofícios.

Ninguém se empenhou mais do que ele pelo levantamento das artes na Bahia. Como arquiteto, concorreu a um projeto de escolas. Como funcionário público, exerceu diversos cargos na Diretoria de Obras e na Secretaria de Agricultura.

Sabrina Gledhill, historiadora

Como político, Querino militou no Partido Liberal, onde foi solidário ao seu padrinho e tutor, aos seus irmãos de cor, aos republicanos e aos abolicionistas, segundo a historiadora.

Política e literatura

Manuel Querino foi candidato a deputado federal e membro do Conselho Municipal por duas vezes, em 1881 e 1887-1889. "Como jornalista, criou dois jornais, 'A Província' (1887-1888) e 'O Trabalho' (1892), nos quais escreveu diversos artigos condenando as injustiças da escravidão, defendeu a libertação do povo escravizado seguida de preparação para o mundo do trabalho e afirmou que o ser humano não pode evoluir sem a educação", ressalta a historiadora.

Manuel Querino também foi operário e artesão. Além de defender os direitos desses trabalhadores, incentivou a qualificação da mão de obra, o ensino profissional e a união dos operários. Nessa época, por volta de 1880, chegou a liderar o Partido Operário e foi o representante da classe no Conselho Municipal da Cidade do Salvador.

Mas foi como intelectual que fez grande contribuição para a literatura brasileira. Publicou "Artistas Baianos" (1909), "Bailes Pastoris" (1914), "A Raça Africana e os Seus Costumes na Bahia" (1916), além de "A Bahia de Outrora" (1916) e "O Colono Preto como Factor da Civilização Brasileira" (1918). "Seu livro mais conhecido,' A Arte Culinária na Bahia', foi lançado em 1928, cinco anos após a sua morte.

Valorização do negro

Após abandonar a política, o escritor focou na pesquisa das manifestações populares e da cultura afro-brasileira. Foi o primeiro intelectual a reconhecer e divulgar a contribuição das culturas africanas à cultura brasileira. Coletou fontes orais e buscou o reconhecimento da contribuição do negro na história do Brasil. Seus escritos sobre personalidades negras e mestiças insurgiam contra o preconceito e a inferioridade que cercavam o negro no país.

Manuel Querino morreu aos 71 anos, em Salvador, no dia 14 de fevereiro de 1923. Ele não resistiu às complicações da malária. Inúmeras homenagens sucederam sua morte. E até hoje sua contribuição para a luta contra o preconceito, sua inteligência e seu talento são lembrados entre os acadêmicos.