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Por que o Palmeiras faturou tanto em 2022 e não esbanja dinheiro no mercado
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Apontado como um dos times de melhor saúde financeira nos últimos anos, o Palmeiras não tem dinheiro sobrando para ir ao mercado da bola neste início de temporada. Afinal, qual o motivo de um time que faturou três títulos, tem uma das melhores receitas de bilheteria do país e acaba de fazer a sua melhor venda da história com Endrick ainda enfrenta dificuldades para gastar?
O blog consultou o clube para entender a situação e ouviu explicações para o tema que tem preocupado parte da torcida em relação ao planejamento de 2023. O discurso é de que o clube nunca vai gastar mais do que pode para comprometer temporadas futuras. Além disso, a aposta é em manter a base do time campeão e apostar em jogadores da base, para não contratar jogadores que chegam com custo alto e não necessariamente se transformam em realidade.
Fluxo de caixa
O Palmeiras tem dificuldades de fluxo de caixa. Isso significa que o clube tem várias receitas para receber, mas não está com o dinheiro em mãos no momento. Não à toa, o clube virou alvo de uma ação do Peñarol na Fifa pelo pagamento de uma parcela da compra de Piquerez.
A diretoria alega que tentou renegociar com o clube uruguaio o pagamento de pouco mais de R$ 5 milhões e não obteve sucesso. A opção do Peñarol foi ir à Fifa e agora o procedimento ganha novas etapas burocráticas. O clube ainda lembra que várias equipes recentemente foram alvos de ação na entidade máxima do futebol como o Atlético-MG, o Cruzeiro e o São Paulo.
Além disso, a queda de receitas por causa da pandemia entre 2020 e 2022 também afeta as finanças palmeirenses até hoje.
Adiantamento de receitas da Crefisa
Justamente para melhorar o fluxo de caixa, o Palmeiras adiantou em 2022 parte do se patrocínio que receberia apenas em 2023. A operação foi autorizada pelo Conselho de Orientação e Fiscalização para viabilizar operações da temporada ada, como a compra de Flaco López, por exemplo, que custou quase R$ 50 milhões. A alternativa foi tratada como a melhor opção para evitar a ida a bancos que cobram mais juros.
A falta de entrada de dinheiro também existe pelo Alviverde ter segurado seus principais atletas em busca de títulos em 2022, como o do Paulista, Brasileiro e Recopa, que tiveram sucesso, e também o Mundial, que não deu certo.
Na gestão de Galiotte, o presidente também optou por quitar a dívida com Paulo Nobre mesmo com os juros mais baixos. Na época, a decisão foi criticada por parte do Conselho já que esses juros não prejudicavam o caixa e apontaram motivações políticas do ex-presidente.
Diminuição de dívida com a Crefisa
O Palmeiras diminuiu a dívida com a sua patrocinadora em 2022. O valor ultraava a marca de R$ 120 milhões e agora está em pouco menos de R$ 70 milhões. Para diminuir esse total, o clube usou os bônus que receberia por títulos da patrocinadora. Pelo Brasileirão, por exemplo, foram pagos R$ 12 milhões extras pela Crefisa.
A operação é criticada por parte da oposição e por alguns torcedores, uma vez que a dívida tinha juros mais baixos do que o mercado.
O clube ainda acrescenta que os prêmios dos títulos não entram na totalidade nas contas do Palmeiras. Parte delas é destinada aos jogadores como parte do acordo, também conhecido popularmente como "bicho", além de descontos com impostos e outros tributos.
Venda de Endrick
O negócio recorde que envolve uma operação de mais de 70 milhões de euros não é depositada imediatamente na conta do Palmeiras. Quase 12 milhões de euros são destinados ao pagamento de impostos.
O restante é parcelado e depende também de grana que só entra após metas cumpridas. Da parte fixa, o Alviverde vai receber em vários meses e essa quantia não está totalmente disponível para ser usada agora.
O mesmo vai acontecer com a saída de Danilo, que deve render 20 milhões de euros ao clube. Esse total não será depositado de uma vez na conta palmeirense.
Custos de renovação do elenco
Por fim, o Palmeiras lembra que renovou com praticamente todos os seus jogadores principais para manter um contrato mais longo. Essas operações custam dinheiro com o pagamento de luvas, imagem, além do aumento de salário, que impacta na folha.
Até mesmo a permanência de Abel Ferreira custou mais dinheiro, uma vez que o técnico português teve o seu salário aumentado.
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