Coutinho: Melhora de Dudu no Verdão não é por acaso. Entenda a função dele

Se há um jogador no setor ofensivo do Palmeiras com capacidade individual para desequilibrar, este é Dudu. Raphael Veiga cresceu bastante e divide o protagonismo com o camisa 7, mas sabe-se que o atacante repatriado em 2021 é capaz de mudar totalmente os rumos de uma partida. Ele demorou um pouco a engrenar e voltou a ser um grande destaque a partir do aproveitamento em uma função específica.

Dudu já atuou de diversas formas diferentes nos mais de 300 jogos com a camisa do Palmeiras. Pelos dois lados do campo, como um meia central e até como o homem mais avançado da equipe. A função atual, porém, tem uma diferença básica.

Por ser uma referência técnica desde que chegou, ele quase sempre teve muita liberdade de circulação pelo campo. Basicamente, na maioria das vezes, tinha autonomia para se aproximar da bola, seja qual fosse o setor em que ela estivesse.

Isso mudou! Mas ao contrário do que o ''romantismo'' do futebol brasileiro prega, restringir o espaço de movimentação de um atleta, seja ele muito talentoso ou não, nem sempre é negativo. Desde que se crie mecanismos para aproveitar a individualidade do jogador, e ele seja colocado em um contexto favorável.

É exatamente o que acontece com Dudu atualmente no Palmeiras. Em alguns jogos do Brasileirão de 2021, Abel já havia utilizado o camisa 7 bem aberto e fixo pela direita. A responsabilidade por dar amplitude ao time no setor é dele.

Como Marcos Rocha faz a ''saída de três'' com a dupla de zaga e Piquerez se solta pelo flanco esquerdo, liberando a flutuação de Gustavo Scarpa para a meia, Dudu é obrigado a manter a ocupação do espaço na faixa direita. E vem sendo acionado de forma muito benéfica para as suas características.

Rápido, habilidoso, inventivo e agressivo. O conjunto dessas valências faz com que qualquer bola que domine de frente com o lateral-esquerdo adversário, seja um verdadeiro tormento para quem vai marcá-lo. Lucas Piton, no clássico da última quinta-feira, foi apenas o último a sofrer assim.

A circulação rápida de bola do Palmeiras e as inversões da esquerda para direita visam gerar esse tipo de situação. Até a equipe adversária flutuar para o lado da bola, o lateral rival diminuir o espaço, a cobertura chegar a tempo, ou pintar uma dobra de marcação, Dudu já driblou, acelerou e serviu um companheiro.

Abel Ferreira vem dando nova demonstração de como aplicar um determinado conceito para aproveitar uma grande virtude de um atleta específico. Algo que vai de encontro a basicamente tudo aquilo que buscaram com Dudu no Palmeiras.