Botafogo agita mercado e mostra força nos bastidores com dono bilionário

Sob gestão do americano John Textor, o Botafogo tem finalmente começado a dar sinais de altos investimentos no mercado da bola. O clube, nas últimas semanas, tem se mostrado bem mais agressivo que em temporadas anteriores, buscando nomes no exterior e vencendo concorrências tanto por jogadores como por profissionais que atuam nos bastidores.

A atual fase contrasta com um Glorioso que, outrora, em grave crise financeira, demonstrava grandes dificuldades por reforços, e acertava com nomes que, por muitas vezes, não atravessam a melhor forma. Tudo reflexo de uma grave crise financeira que havia contribuído para o rebaixamento do clube à Série B na temporada 2020, como lanterna, com apenas 27 pontos conquistados em 38 rodadas. No ano ado, antes da chegada de Textor, o time ao menos reagiu como campeão da Segundona.

Relacionadas

Xodó antes de chegar, Castro tem torcida de alvinegros e é tietado no Qatar

Ex-presidente do Botafogo, Maurício Assumpção fez estágio na base do Vasco

Red Bull Bragantino entra na briga por Vitinho, do Dínamo de Kiev

O cenário agora é realmente diferente. Não só devido ao agito no mercado, mas também pela maneira como algumas destas tratativas têm sido tocadas, com propostas por compra de direitos e pagamentos de multas rescisórias que deixam claro que o Botafogo hoje é competitivo entre seus pares.

O pontapé para o projeto de Textor em General Severiano começou com o acerto com Luís Castro. O treinador português, que encerra o ciclo no Al Duhail nesta semana, inclusive, foi a primeira "vitória" do empresário. O comandante também interessava ao Corinthians, que chegou longe nas negociações, mas o clube do Rio de Janeiro levou a melhor. Dentre outros pontos, o pagamento do distrato com o clube do Qatar pesou.

Mesmo antes de desembarcar em solo brasileiro, o comandante lusitano vem participando do planejamento do departamento de futebol e no mapeamento de possíveis reforços.

A tratativa por Castro serviu ainda para que Textor avaliasse os os a serem dados em movimentos futuros. À época, o empresário norte-americano havia indicado publicamente que o técnico era um alvo, o que, acredita-se, tenha gerado um holofote maior. Depois deste episódio, houve uma mudança de postura.

Reforços e possibilidades

O zagueiro Philipe Sampaio (estava no Guingamp-FRA), o meia Lucas Piazon (Braga-POR) e o lateral direito Saravia (rescindiu recentemente com o Porto-POR) foram os primeiros anunciados. Vindos do Velho Continente, os atletas tem salários relativamente altos para o padrão nacional.

Há ainda uma proposta pela compra dos direitos econômicos de Victor Sá, do Al Jazira, dos Emirados Árabes. O atacante, que atua como ponta, chegaria para um setor que é considerado carente. À mesa, uma investida de cerca US$ 2,5 milhões (aproximadamente R$ 13 milhões), por três anos de contrato.

Vitinho, do Dínamo de Kiev-UCR, também havia sido monitorado para a posição, mas as conversas não caminharam. O atacante tem contrato até junho de 2026, e o vínculo foi suspenso devido à guerra da Ucrânia com a Rússia.

Além disso, o clube acena com R$ 3 milhões ao Mirassol pelo volante Oyama, que defendeu o Botafogo na Série B do Brasileiro do ano ado. Havia o interesse na permanência, mas, no início do ano, as diretorias não chegaram a um acordo, e o jogador retornou ao clube do interior de São Paulo.

Houve também contato pela compra dos direitos do volante Patrick de Paula, cria do Palmeiras e que perdeu espaço na atual temporada.

O lateral-esquerdo Fernando Marçal, do Wolverhampton-ING, é outro que negocia. E ainda há uma curiosidade, que é o fato de ele ser amigo do lateral Rafael, reforço do Fogão em 2021 e que se recupera de ruptura do tendão de Aquiles.

A ideia de Textor é a contratação de seis ou sete nomes que cheguem com status de titular para o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil.

A médio e longo prazo, o Botafogo ainda tem dois nomes de peso no radar: o atacante uruguaio Cavani (Manchester United), e o lateral esquerdo Marcelo (Real Madrid), que já se declarou torcedor do Glorioso em mais de uma oportunidade.

Desde o início do mês ado, Textor realizou mudanças na estrutura do futebol do clube. André Mazzuco chegou para ser o novo diretor de futebol, enquanto Alessandro Brito, que estava no Atlético-MG, assumiu a gestão do scout. Eduardo Freeland, que estava como diretor, foi apontado como novo coordenador de um projeto para a base, mas se despediu do Alvinegro rumo ao Bahia, o que gerou ao clube nova demanda no mercado.