No dia 18 de dezembro de 1960, o Brasil viu o América-RJ ganhar seu último título carioca.
Zezinho, que mais tarde seria conhecido como José Trajano, jornalista, se agitava na arquibancada do Maracanã. Estava com seu pai, e ele jura que mais da metade da Tijuca também estava lá. José estava lá também. Só que José Alves Calazans estava no vestiário do maior estádio do mundo. Os dois vestiam a mesma camisa vermelha cor de sangue.
Naquela tarde de domingo seria decidido o Campeonato Carioca de 1960, a primeira competição do Estado da Guanabara. A final, contra o Fluminense teve de tudo: vitória de virada, apoio de torcidas adversárias, jogador com balão de oxigênio e até morte de torcedor durante a comemoração, fazendo o jus ao hino do time: "Hei de torcer, torcer, torcer. Hei de torcer até morrer, morrer, morrer", composto por Lamartine Babo, que, para comemorar o título, desfilou pelas ruas do Rio de Janeiro fantasiado de diabo.
O América já havia ganhado outros seis títulos estaduais (1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935). Mas aquele, o derradeiro até aqui, foi inesquecível para o ponta-direita Calazans e o pequeno torcedor Zezinho, que vão ajudar o UOL Esporte a relembrar essa história.