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Pelo América também se morre

Há 60 anos, o Diabo foi campeão carioca em jogo que teve balão de oxigênio para jogador e morte de torcedor

Roberto Salim Colaboração para o UOL, em São Paulo Marcio Menezes/América-RJ

No dia 18 de dezembro de 1960, o Brasil viu o América-RJ ganhar seu último título carioca.

Zezinho, que mais tarde seria conhecido como José Trajano, jornalista, se agitava na arquibancada do Maracanã. Estava com seu pai, e ele jura que mais da metade da Tijuca também estava lá. José estava lá também. Só que José Alves Calazans estava no vestiário do maior estádio do mundo. Os dois vestiam a mesma camisa vermelha cor de sangue.

Naquela tarde de domingo seria decidido o Campeonato Carioca de 1960, a primeira competição do Estado da Guanabara. A final, contra o Fluminense teve de tudo: vitória de virada, apoio de torcidas adversárias, jogador com balão de oxigênio e até morte de torcedor durante a comemoração, fazendo o jus ao hino do time: "Hei de torcer, torcer, torcer. Hei de torcer até morrer, morrer, morrer", composto por Lamartine Babo, que, para comemorar o título, desfilou pelas ruas do Rio de Janeiro fantasiado de diabo.

O América já havia ganhado outros seis títulos estaduais (1913, 1916, 1922, 1928, 1931, 1935). Mas aquele, o derradeiro até aqui, foi inesquecível para o ponta-direita Calazans e o pequeno torcedor Zezinho, que vão ajudar o UOL Esporte a relembrar essa história.

Marcio Menezes/América-RJ
Arquivo pessoal

Contratação de Calazans foi jogada de mestre

O Fluminense, de Telê Santana, jogava por um simples empate. Ao América de Djalma Dias, Calazans e Nilo, só a vitória interessava.

E o jovem Zezinho, nos seus 14 anos, estava confiante. "O Fluminense tinha um timaço, mas a campanha do meu América era fantástica". Verdade: tinham sido 15 vitórias, um empate e uma derrota apenas. "E eu assisti a todos os jogos, o América jogava muito".

Na ponta direita, José Alves Calazans (na foto acima, no centro, de frente) provava que sua contratação junto ao Bangu tinha sido uma jogada de mestre da diretoria americana. Ele veio para o lugar do ídolo Canário, que tinha sido negociado com o Real Madrid.

"O Canário jogava muito, mas a chegada do Calazans não deixou saudade na torcida. Ele veio do Bangu com tudo", relembra Zezinho, hoje com 74 anos.

"Eu fui a todos os jogos do campeonato. Vi também a única derrota, que foi para o Bangu, com gol do zagueiro Zózimo, pode uma coisa dessas? Justo o Zózimo, que era irmão do Calazans..."

Divulgação

Americano doente

Zezinho era o que se pode chamar de um americano doente. De sua casa na rua Afonso Pena, avistava a sede do clube na rua Campos Sales. Eram vias paralelas. De sua residência até o alojamento dos craques americanos — um sobrado na rua Gonçalves Crespo — era uma caminhada de dois minutos. "Era virar a esquina e eu já estava lá".

Além disso, Zezinho não perdia um treino do time que era comandado pelo Jorge Vieira, que na época, aos 26 anos, era mais jovem que a maioria dos jogadores. "Eu acho até que o Jorge Vieira era aluno do meu pai, que era professor. Falava bem, era jovem e não tinha o perfil dos técnicos daqueles tempos".

Zezinho conversava com todos os jogadores, era fã do goleiro Pompeia, que tinha sido trapezista de circo em Minas Gerais, trocava ideia com o massagista Olavo e de quebra era jogador de basquete do juvenil do América. "E fui aos 12 anos, mesmo sendo reserva do reserva, campeão carioca de futebol de salão também nas categorias de base", conta com orgulho. Mas faz um adendo: meu pai era o diretor de todos os esportes das categorias infanto-juvenís no clube.

Talvez isso facilitasse sua presença nos times de basquete ou futebol de salão. Talvez. "Eu era um frequentador do clube, era doente pelo time, mas não queria ser jogador. Não era meu sonho. O sonho era ver o América campeão, coisa que não acontecia desde 1935".

Arquivo pessoal

Vitória sobre o Flamengo

Zezinho (na foto ao lado) nunca tinha visto a equipe vermelhinha receber a faixa tão disputada de campeã do Rio de Janeiro — que naquele 1960 ou a se chamar Estado da Guanabara. Mas ficou muito confiante depois do 1 a 0 sobre o Flamengo no primeiro turno.

"O gol foi marcado pelo Calazans, cobrando falta de muito longe, e ele nem era o cobrador oficial. O batedor era o ponta esquerda Nilo".

No ano ado, em uma entrevista a Sérgio Pugliese, repórter da equipe do "Museu da Pelada", o veterano Calazans, com seus 86 anos, garantiu que foi o gol de falta com a cobrança mais longínqua da história do Maracanã.

"Se fosse o Pelé todo mundo estaria falando nisso até hoje, ainda mais um gol contra o Flamengo."

Mão canhota e pé destro

"Eu batia com curva, mas não era por cima da barreira. A bola ava pelo lado e ia no canto que era deixado pelo goleiro adversário. Eu punha a curva na bola com o lado externo do pé e consigo fazer isso até hoje", afirma Calazans.

O curioso é que o ponta direita era canhoto. "Desde que comecei nas categorias de base do Bangu, aos 12 anos, sob o comando do Elba de Pádua Lima, eu sempre bati com a direita. Jogava na ponta direita, embora fosse canhoto para escrever. E vou contar: eu chutava bem com as duas, mas para finalizar e cobrar faltas era com a perna direita mesmo".

"Na verdade, ele chutava bem com as duas", garante dona Ediléa, com quem o jogador havia se casado em maio daquele ano.

Calazans diz que esse foi o gol contra os flamenguistas foi o mais importante de sua carreira.

Divulgação

"Está louco, Calazans">

Publicado em 18 de dezembro de 2020.

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Reportagem: Roberto Salim, em colaboração para o UOL. Edição: Ana Flávia Oliveira.