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Futebol embranquece o negro

Técnico Roger Machado dá aula sobre racismo e diz por que "clareou um pouquinho" quando virou jogador

Marcello De Vico Colaboração para o UOL, de Salvador (BA) Darío Guimarães Neto/UOL

Esqueça o Roger Machado técnico de futebol. O que você lerá daqui para frente tem mais a ver com o ser humano que, especialmente desde o ano ado, vem aproveitando a posição que tem no esporte para tratar sobre questões que precisam ser debatidas — e, principalmente, combatidas. O racismo é uma delas, e ele ainda tem muito o que falar sobre isso.

"O futebol embranquece o negro. Até os 19 anos eu era negro; quando comecei a jogar bola, eu comecei a clarear um pouquinho. Primeiro que, por uma ascensão social, pela visibilidade e por uma questão financeira, eu comecei a frequentar outros lugares que a maioria de nós não consegue frequentar. Segundo porque, em torno dessa habilidade artística com a bola nos pés, você é aceito. Esse seria o lugar de direito do negro, por suas habilidades artísticas — como costumam dizer —, como futebol, capoeira, ser cantor, no samba", conta o ex-jogador que trabalha como técnico desde 2014 e hoje comanda o Bahia.

Como todos os negros, Roger sofreu com racismo durante a época em que foi jogador. Mas talvez tenha sentido ainda mais na pele (literalmente) quando optou por seguir o caminho de treinador — hoje, ele é o único negro neste cargo na Série A.

"Essa janela que foi aberta durante o período como jogador quase se fechou depois. Quando eu decidi me tornar treinador e fazer faculdade de educação física, eu percebi, imediatamente, que, em algum momento, me pareceu que o lugar que eu estava querendo alçar era de um protagonismo que, aos olhos do racista, eu não teria a habilidade intelectual para estar", completa.

A aula de Roger Machado continua abaixo. Além do racismo, o técnico que está em Salvador desde abril do ano ado aborda a importância do Bahia - clube exemplo em questões humanitárias - em sua vida e carreira, a "modinha" dos técnicos estrangeiros, Jorge Jesus, jogo feio x bonito... E ainda faz um alerta: "O dia em que o futebol brasileiro decidir olhar para o seu calendário com carinho, em uma década, vai ser a melhor liga do mundo. Não tenho dúvida".

Jogar bola tu pode. Agora, ascender para um outro lugar da pirâmide, o cargo de gestão, subentende-se capacidade intelectual... eu não estaria ao alcance disso

Roger Machado

Darío Guimarães Neto/UOL

Roger aproveita coletiva para falar o que é preciso

A derrota do Bahia por 2 a 0 para o Fluminense, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, no dia 12 de outubro, ficou em segundo plano. O que mais repercutiu da coletiva de Roger Machado não foi o jogo em si, mas sim o discurso sobre a visão que tem sobre o racismo no Brasil. "A gente precisa falar sobre isso", alertou Roger. O cenário era propício para levantar o tema. Na época, os times baiano e carioca tinham em seus comandos os dois únicos técnicos negros da Série A — Marcão foi substituído por Odair Hellmann logo após o fim do Brasileiro.

"Confesso que até me senti surpreso com a repercussão, e foi a constatação de que é preciso de representações. O esporte é uma grande ferramenta. Recebi muitas mensagens, algumas delas me dando parabéns pela coragem, e muitas delas relatando preocupação com a represália do sistema, que o sistema revida. Eu não tenho mais idade para estar me preocupando muito com esse último argumento. Hoje, é a consciência que a a tomar conta, e a espiritualidade. Me sinto mais à vontade para me encorajar e falar desses assuntos que a gente precisa debater sempre", pontua Roger.

Se no ano ado Roger Machado era um dos dois técnicos negros da Série A, hoje ele está novamente sozinho. Entre os 20 clubes da elite, é o único. E a oportunidade de debater o tema que ainda está muito longe de ser resolvido no Brasil está aí... Por que não?

"Como eu tive esse posicionamento muito firme, sempre busquei meu espaço pelo conhecimento. Sempre acreditei que o conhecimento independe da cor, da religião, do lugar geográfico onde tu nasce. Tu consegue quebrar todas essas barreiras. Mas o preconceito nunca deixou de existir. Os mesmos lugares continuam, mas pela posição e pela personalidade que envolvi nesse processo, tenho certeza de que eu sou muito respeitado por isso."

"Você sabe quem é o pai dessa menina">

Publicado em 17 de janeiro de 2020.

Edição: Fernanda Schimidt; Reportagem: Marcello de Vico;