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Rafael Leick

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Hospedagem, comida e massagem grátis: trabalho voluntário em pousada gay

Experiência na Europa em 2013: trocar trabalho por hospedagem - Arquivo pessoal
Experiência na Europa em 2013: trocar trabalho por hospedagem Imagem: Arquivo pessoal

Colunista do UOL

28/03/2023 04h00

Viajar não está barato, bem sabemos. Então, economizar não é má ideia. Mas, para além de gastar menos, viagem boa é a que traz experiências que mexem conosco. E foi isso que experimentei durante uma agem pela Europa há alguns anos.

Era 2013 e, contando períodos de estágio, trabalho como PJ e mudanças de emprego, não tinha ainda tido a experiência de estar trabalhando com carteira assinada e ter um período de férias para desfrutar. Na vida pessoal, muita coisa levava para um fechamento de ciclo importante e a cabeça estava a mil.

Decidi seguir o exemplo de um crush da época e experimentar o trabalho voluntário. Ele tinha tido experiência em um hotel gay naturista na Costa do Sol, na Espanha, e me contou como foi, o que me despertou interesse. Basicamente, a ideia é trocar hospedagem — e, muitas vezes, comida — por horas de trabalho. Eu sei, também achei estranho escolher trabalhar nas férias, mas é diferente.

As atividades podem ir de atender público na recepção em um hostel até cuidar de uma pessoa idosa. A que eu escolhi tinha bastante natureza envolvida: eu trabalharia 50 h, num período de duas semanas, em uma pousada estilo bed & breakfast comandada por um casal gay, no interior da Escócia. A proposta era mesmo ficar longe do caos urbano e conhecer um estilo de vida diferente.

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Destino: interior da Escócia
Imagem: Rafael Leick

E foi isso mesmo que vivi! Além das preocupações serem bem diferentes, havia uma rotina bastante própria que seguíamos. Mark e Till, os donos do Cherry Tree Lodge, propunham que fizéssemos um "check-in" todos os dias durante o café da manhã, um momento para compartilharmos, à mesa, como tinha sido o dia anterior e a noite que ou, como estava se sentindo ao acordar e que perspectivas tinha para o dia. Em princípio, achei inusitado, mais difícil do que parecia e até um pouco invasivo. Aos poucos, percebi que este processo me trazia para o momento presente e aumentava minha autoconsciência. Notei quão rica era uma atitude tão simples.

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A fachada da Cherry Tree Lodge
Imagem: Rafael Leick

As minhas atividades diárias eram variadas: de cortar lenha a cuidar das galinhas, ando por um pouco de jardinagem e coletar, lavar e identificar os ovos, que eram parte de nossa alimentação, em grande parte orgânica e vegetariana. O trabalho mais pesado foi limpar de mato e pedras uma área que, no futuro, se tornaria uma "escada" natural no terreno, o que fiz junto com outro voluntário.

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Cortar lenha? Vamos lá!
Imagem: Rafael Leick

Para viver esta experiência, usei uma plataforma chamada HelpX, em que "helpers" (ajudantes) podiam oferecer seu trabalho para "hosts" (anfitriões). Ela oferecia um modelo grátis e outro pago, em que era possível entrar em contato com possíveis anfitriões proativamente. Assim como esta, existem outras plataformas de trabalho voluntário hoje, de diversos tipos e oferecendo todo tipo de trabalho. O importante é alinhar previamente o acordo que deverão cumprir.

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Que tal um bolinho?
Imagem: Rafael Leick

Propriedades rurais, como a que fiquei em Saline, próxima de Edimburgo, demandam cuidado constante e o plano de Mark e Till era transformar a pousada em uma morada para a comunidade gay idosa. Homens gays que não tivessem mais família ou quisessem viver em comunidade com seus semelhantes, poderiam ter esse refúgio ali. Da última notícia que tive, Mark e Till venderam o Cherry Tree Lodge e se mudaram para uma outra propriedade mas, até onde me pareceu, o projeto inicial se manteve. Aquilo, para mim, foi combustível para trabalhar mais determinado ainda.

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Um outro ângulo da propriedade
Imagem: Rafael Leick

E, enquanto lixava uma cabana de madeira ou retirava o musgo da grama, a cabeça usou a liberdade de ter o corpo físico ocupado e focado em uma tarefa para abrir a porta dos pensamentos e deixá-los fluírem livremente. Para uma pessoa racional, como eu, esses são momentos mágicos. Tanto que tive crises de riso e de choro enquanto mexia na terra, sozinho ali. Foi de lavar a alma.

Para completar, o Mark era terapeuta holístico e trabalhava mexendo com energias. O Till, de origem alemã, trabalhava fora, mas também tinha o mesmo modo de pensar. Numa noite, como agradecimento pelo trabalho, eles me ofereceram uma massagem a quatro mãos, que consiste em duas pessoas aplicando massagem ao mesmo tempo em uma pessoa só.

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Cherry Tree Lodge
Imagem: Rafael Leick

Se não experimentou ainda, recomendo. É uma sensação maravilhosa perder o "controle", no melhor sentido da palavra, de saber onde as mãos estão e quais os próximos movimentos. Que experiência! Antes que alguém pense besteira, não teve nada de sexual, bom dizer.

Romance de verão: escocês

Mas, confesso que liguei o Grindr por lá. E conheci um escocês parrudo que morava numa cidade vizinha. Numa noite, ele veio de carro me buscar — avisei ao Mark e ao Till, porque havia sempre um receio, né? — e fomos curtir a noite com seus amigos, o que foi bem divertido. Dormimos na casa de um destes amigos e, no dia seguinte, voltando ao trabalho, ficamos na vontade de nos vermos outra vez.

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Pausa para selfie no meio das tarefas
Imagem: Rafael Leick

Eu teria dias de folga, nos quais alugaria um carro para explorar a Escócia. Combinamos de nos encontrar em Edimburgo, onde eu ia pegar o carro depois de visitar a cidade por uns dias. Depois de visitar castelos e restaurantes, comprar juntos uma kilt de alfaiataria que uso até hoje e experimentar esse kilt no hostel da forma tradicional, ou seja, sem cueca ou nada por baixo, a paixonite gritou. Ele me acompanhou, inclusive, no primeiro trecho da viagem de carro.

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O cãozinho da propriedade
Imagem: Rafael Leick

Vivemos dias românticos e intensos. Foi um lindo romance — de duas semanas. Mas valeu muito a pena.

Esta experiência de trabalho voluntário é um pouco diferente da que é mais comum as pessoas terem. Mas foi uma virada de chave na vida e plantou sementes em mim que carrego florescendo até hoje. Recomendo!

A experiência completa está no Viaja Bi!.