Esculturas de papel se inspiram em tradições dos canaviais de Pernambuco

Artista popular autodidata, de Recife, Pernambuco e faz esculturas de papel machê que expressam a tradição regional do cavalo marinhoGetúlio Maurício
Quem é
Nos dias comuns, horário comercial, há 12 anos Getúlio Maurício atende como istrativo em uma loja. As horas que restam são as que fazem brilhar seus olhos: é quando ele pega no papel machê e dá formas aos personagens coloridos e tira de dentro de si a interpretação do folclore que ecoa lendas brasileiras.
Uma obra autoral que rendeu até um convite para um festival de design em São Paulo, no próximo mês.
Até quatro anos atrás, era bem diferente. "Eu trabalhava com artesanato, mas tinha vergonha de mostrar meu trabalho. Fazia coisas pequenas e nunca cheguei a mostrar o que fazia com tanta expressão", diz ele. Hoje, seu perfil @getulio__mauricio exibe com orgulho as criações.
Tudo começou quando ele viu o encontro de cavalo-marinho, brincadeira popular tradicional na zona canavieira de Pernambuco, bem característica na região. "Quando vi as figuras dos personagens, fiquei encantado, aquilo me instigou de um jeito. Senti que precisava expressar isso de alguma forma. Cheguei em casa e modelei o primeiro Bastião", ele conta.
Unindo o gosto pela manualidade e a espiritualidade, usou o que tinha em casa. "No dia, fizemos uma limpeza e sobrou muito papel. Fiz uma goma de amido de milho e comecei a modelar usando como base uma embalagem de detergente", ri.
Aquele papel machê rendeu material para outras esculturas e ele não conseguiu parar mais. "Fiz os olhos do Bastião amarelos, porque minha avó sempre falava que meus olhos eram amarelos, de menino travesso", conta.
Bastião virou um carro-chefe. Há ainda a cabidela e o galo, surgidos de outras inquietações. "Todos eles têm uma simbologia. Um dia acordei e o galo veio na minha cabeça. É um exu, que abre caminho e tudo vê. Ele é o que acorda primeiro e testemunha tudo. Minha família tem uma espiritualidade forte e tenho certeza que foi uma abertura de agem pra mim", aponta.
O artesanato me salvou do estresse do trabalho, das frustrações e dos perrengues financeiros também. Mas vai além disso, porque pulsa forte e é minha expressão."
Recentemente Getúlio participou da Fenearte, projeção importante para artistas populares no Brasil — e se prepara para alçar voos maiores, como o festival de design em São Paulo. "Quando vejo meu trabalho de madrugada no ateliê chego a me emocionar", conta, entusiasmado.
“André é da Ilha do Ferro, de Alagoas, e me inspira porque posta sobre a vida simples. No Instagram, tudo parece perfeito e muitas vezes esquecemos da parede sem reboco, da a pendurada. Beleza simples me inspira muito.” “Também da Ilha do Ferro, o Vavan é um artesão muito inspirador. As cores que ele aborda nos trabalhos me encantam e me inspiram a fazer minha arte.”@s que me inspiram
@omacumba
@artista_vavan
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