Com Maria Marruá, Juliana Paes acerta e mostra que é uma atriz de recursos

De alguma maneira, desde que surgiu na televisão, em "Laços de Família", em 2000, Juliana Paes viu boa parte dos seus papéis atrelados não só ao seu talento, mas também à sua beleza e, por vezes, sensualidade. De Ritinha, empregada ingênua e sexy, a Gabriela, personagem icônico de Jorge Amado, boa parte de seus trabalhos se apoiou também em questões estéticas. E, de fato, não se pode negar, ela é uma das mulheres mais belas do país.

Mesmo com personalidades fortes, as figuras que interpretou em diversas novelas, como "Celebridade" ou "A Força do Querer" reforçavam o óbvio: é uma artista competente e esteticamente deslumbrante. Ocorre que Juliana é mais do que isso: ela é uma atriz de recursos. E a prova dos nove pode ser tirada na nova versão de "Pantanal", na qual interpreta Maria Marruá, mãe da protagonista, Juma. Ainda que exista um quê de sensualidade nessa mulher que vive em paisagens selvagens, o que se vê no trabalho de Juliana é uma forte tentativa de despi-la de qualquer estereótipo.

Maria chora feio, sofre, anda de um jeito mais duro. Não procura a luz ou o ângulo que mais lhe favorece para a câmera. De maneira calculada, a atriz tenta ir contra o que se espera dela. E, a julgar pelos capítulos exibidos até agora, tem conseguido, com seu olhar de onça. "Pantanal" é o trabalho de despedida do contrato fixo de Juliana na Globo. Ela não poderia provar seu valor para as produções da casa de um jeito melhor. Acertou em cheio.