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Roberto Sadovski

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

'Spencer': Kristen Stewart é a princesa Diana em um filme de terror

Colunista do UOL

27/01/2022 04h53

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Poucas mulheres foram tão dissecadas sob o olhar atento do planeta como Diana Spencer. A Lady Di, que protagonizou o casamento dos sonhos em 1981 com Charles, herdeiro do trono real britânico. Diana, que sofreu em silêncio uma união sem amor até seu divórcio, mais de uma década depois. Diana, que morreu tragicamente em um acidente automobilístico, perseguida por paparazzi, num túnel de Paris.

"Spencer", em que Pablo Larrain dirige Kristen Stewart como Diana, não se interessa por nada disso. Sua vida, a relação conturbada com a corte britânica, a separação midiática e sua morte trágica, já estão registrados para a posteridade em um sem número de produtos para o cinema, TV e teatro.

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Diana e a vastidão sufocante da realeza
Imagem: Diamond

Longe de ser uma biografia como "Jackie", trabalho anterior de Larrain que traz um recorte de eventos fartamente documentados, os dias de Jacqueline Kennedy imediatamente após o assassinato de seu marido, o presidente John Kennedy, "Spencer" é a investigação de um mito, humanizando-o ao mesmo tempo em que se rende à mais pura fantasia.

O roteiro de Steven Knight concentra-se no fim de semana do Natal de 1991, quando Diana já tomara a decisão de encerrar seu casamento com Charles. Antes, porém, ela precisa cumprir este último protocolo, encarar mais uma vez a indiferença de uma família que demonstra, com uma crueldade ivo agressiva sufocante, que ela nunca pertenceu àquele mundo.

Embora possa sugerir uma biografia mais formal, o texto é conduzido por Pablo Larrain como um verdadeiro filme de terror. Absolutamente sozinha, com seu casamento transformado em uma carcaça arrastada pela conveniência, Diana esgueira-se por corredores intermináveis e salões suntuosos. Nem a solidão de seus aposentos era capaz de lhe conferir um momento de privacidade.

É nesse momento de puro pânico, com a sombra constante das câmeras onipresentes dos paparazzi e os distúrbios alimentares que aos poucos minavam sua saúde, que Diana busca os fragmentos que seguram seu senso de identidade.

São as ruínas da mansão em que ou sua infância, objeto de boas lembranças mas também a marca de tudo que ela perdeu. Um casaco roubado de um espantalho. Os poucos instantes em que ela tenta ser nada além de uma mãe para seus filhos, buscando ao máximo um semblante de normalidade. É seu relacionamento com uma das camareiras, papel de Sally Hawkins, solução engenhosa para executar diálogos internos sem que o filme se tornasse um monólogo.

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Sally Hawkins e Kristen Stewart em um momento de empatia e generosidade
Imagem: Diamond

Não é nenhuma revelação que a mulher mais famosa, fotografada e irada do mundo enfrentava problemas sérios, presa em um cativeiro em que os grilhões não eram correntes de metal, e sim vestidos finos e joias caras. Larrain, porém, não busca a sutileza em sua interpretação de uma princesa lutando com seus demônios interiores.

Cada movimento de câmera, cada cenário árido, tenta traduzir o estado em que Diana se encontrava naquele momento. Existe uma linha tênue entre o bom gosto e a bizarrice vulgar ao colocar uma figura tão pública em uma ambientação tão estilizada e irreal. "Spencer" por vezes é excessivo e ameaça, repetidas vezes, cruzar essa linha.

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Diana em um dos momentos surreais de 'Spencer'
Imagem: Diamond

O filme, entretanto, mantém-se firme em seu caminho graças ao trabalho superlativo de Kristen Stewart. Excluindo o penteado discreto, o olhar profundo e o pescoço levemente arqueado, a atriz não buscou a fisicalidade da princesa. O que ela atinge em sua performance é entender sua fragilidade e o esforço que ela fazia para se manter sã quando todo seu mundo já havia esfarelado.

Para isso, Kristen, que ao longo da última década revelou-se uma das atrizes mais interessantes de sua geração, optou por abraçar as opções mais surreais, improváveis e perturbadoras da narrativa. Ela entende que "Spencer" não pretende nem por um segundo ser um retrato fiel da vida de Diana sob o pesado protocolo da realeza britânica: É um filme que busca capturar um sentimento, e não alguma precisão histórica.

Nesse departamento já estamos bem servidos com a brilhante série "The Crown", que segue como o produto audiovisual que capturou à perfeição a vida da Rainha Elizabeth II e de seu entorno. Sua quinta temporada, agendada para novembro próximo, joga os holofotes justamente em Diana, com Elizabeth Debicki como sua representação assustadoramente fiel.

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A família real e seu olhar de julgamento em 'Spencer'
Imagem: Diamond

Em "The Crown", porém, a família real não é retratada como fantasmas, aparições silenciosas que existem para o tormento da Princesa de Gales. "Spencer" vai além, fazendo com que ela, sim, seja referida sob o ponto de vista da Rainha e de seu séquito como uma aparição, uma presença incômoda e invisível, menos uma voz e mais um sussurro.

Kristen Stewart mantém a fluidez da trama mesmo quando "Spencer" assume que o palácio é menos um refúgio real e mais uma casa assombrada. Seus quadros, livros e esculturas são lembrança permanente que outros cadáveres aram por suas câmaras. Diana trava uma comunicação ruidosa com o fantasma de Ana Bolena, segunda mulher do Rei Henrique VIII, igualmente abandonada pelo marido, posteriormente decapitada por traição.

É nesse limiar de razão e loucura que Kristen Stewart encontra o equilíbrio para construir sua Diana longe da formalidade de uma biografia e mais próximo de um terror de sobrevivência, um "Resident Evil" psicológico com a princesa presa em uma mansão infestada de zumbis, literais e metafóricos.

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Pablo Larrain (sem máscara, que feio) dirige Kristen Stewart em 'Spencer'
Imagem: Diamond

Não é surpresa que "Spencer" tenha seus melhores momentos justamente ao se entregar sem amarras ao absurdo. É um triunfo menos da mão pesada de Pablo Larrain e mais do talento excepcional de sua protagonista.

É quando "Spencer" também abre uma oportunidade para discutir afeto, empatia e generosidade, deixando que o mito torne-se, enfim, uma pessoa de verdade, com falhas, tormentos e triunfos. Não é, afinal, sobre reescrever a história - embora isso também esteja no saco de truques de Pablo Larrain.

É sobre traçar uma imagem de Diana que não fosse nem a santa ou a vítima, e sim uma mulher excepcional, determinada a recuperar as rédeas de seu destino. Sem falar do mérito, não menos importante, de dar a Kristen Stewart a oportunidade de interpretar a mãe de pessoas de verdade, e não de uma coisa chamada Renesmee.