Fora da TV, Kadu Moliterno faz desabafo quase aos 70: 'Preciso trabalhar'
Prestes a completar 70 anos no próximo dia 20 de junho, Kadu Moliterno quer retornar às novelas. O veterano está longe das telinhas desde o término de Topíssima (Record), novela produzida em 2019.
Em bate-papo com Splash, Kadu conta que está aguardando uma convocação, mas os convites não têm chegado. Ele, então, faz um desabafo.
Aproveito a chegada aos 70 para pedir um emprego. Quero que as pessoas saibam que o Kadu quer e precisa trabalhar.
"Me perguntam: 'Por que você não volta?' E eu digo: 'Porque não me chamam'. Muitos autores acham que a gente não quer trabalhar. Pelo contrário... A própria TV Globo me disse uma vez: 'Quem não é visto, não é lembrado'. Aproveito a entrevista para lembrar os autores que estou aqui", diz.
O ator pensa que a pandemia atrapalhou a contratação de veteranos, seja no teatro, no cinema ou na TV. Agora, no momento de retomada das produções artísticas, ele está atento a convites não só na TV, mas também em plataformas como a Netflix.
"O ruim é ficar parado, nem é não ter contrato fixo com a Globo. Parar de atuar depois de 50 anos de carreira é como se aposentar. Parece que a vida acaba", desabafa.
Demissões de veteranos
Kadu não enxerga etarismo, ou seja, preconceito contra os mais velhos, nas recentes demissões da Globo e outras emissoras. Ele entende a falta de oportunidades como um possível problema econômica.
"Vejo novelas no ar com personagens que têm o meu perfil. E vejo atores que estavam na novela anterior e foram puxados para a atual. Eles não chamam ninguém de fora. Claro, há uma crise grande, não só na TV Globo. Então, pensam: 'se a gente está pagando alguém aqui na casa, por que vamos chamar o Kadu?'. Por isso, chamam os mesmos atores. Mas o público percebe a repetição", pensa.
Ele revela que chegou a ligar para a equipe do atual remake de "Pantanal", da TV Globo, para se colocar à disposição da emissora. "'Pantanal' tinha personagem para mim. Há muito tempo, quando soube que ia rolar, andei ligando para o autor e o diretor para me colocar à disposição. Sinto que eles pegaram o pessoal que já está lá dentro", afirma.
Boa forma aos 70
Kadu diz que sempre buscou levar uma vida saudável, mas depois de se casar há sete anos com a fisiculturista Cristianne Moliterno, de 45, ou a ter uma vida ainda mais fitness. Por isso, mantém boa forma prestes a completar 70 anos.
Minha época de galã já foi, mas muita gente me elogia e acredito que ainda tenho perfil para fazer personagens de 50 ou 55.
"Devo essa minha boa imagem a ela. É uma atleta profissional, é a razão da minha vida. Por ela ser uma fisiculturista, é muito centrada, dieta regrada, treino, etc. Ela pega no meu pé, mas eu adoro. As pessoas relaxam quando casam, mas não é bem por aí"
Ele ainda explica a rotina fitness. "Tenho acompanhamento de dois médicos, faço exames periodicamente e tomo suplementos. Acordo muito cedo, por volta de 5h30 ou 6h, faço exercícios em jejum, pego umas ondas no mar, volto para casa, tomo café e vou para a academia com ela por 1h30 mais ou menos", detalha.
Opinião política
Em um ano eleitoral, Kadu reflete sobre as consequências do voto para o Brasil. Para ele, as pessoas têm que "investigar os políticos honestos e os que têm rabo preso". "O jovem tem que pesquisar se não você acaba colocando no poder as pessoas que estão aí há muitos anos não fazendo apenas pelo próprio bolso. É um momento difícil, mas temos a possibilidade de mudar isso em outubro", diz.
No entanto, ele pondera que não se sente confortável para dizer se é "de esquerda ou de direita". "Mas não deixo de falar de assuntos que mexem com a vida das pessoas. Vou lutar pelo povo, por questões ambientais, contra a homofobia... O meu filho mais novo (Kenui, de 25) é gay. Tenho orgulho muito grande dele levantar essa bandeira. Ele mora fora do país e tenho medo quando ele vem para cá. O nosso país é muito preconceituoso", completa.
"Na Onda do Kadu"
Enquanto não retorna às novelas, Kadu se prepara para lançar um podcast próprio nas plataformas de áudio, o "Na Onda do Kadu", que vai mesclar bate-papos sobre o universo do surf e a vida de casal. O podcast deve estrear em julho deste ano.
"A princípio, vamos focar no surf dos anos 70 e 80. Vi que ninguém falava disso, então, pensei em trabalhar nesse local. Contar como o surf nasceu e o preconceito que sofria naquele momento. Mais adiante, minha esposa e eu vamos entrevistar casais sobre alimentação, treino e relacionamento. Também quero trazer personalidades públicas que pegam onda como Humberto Martins e Rodrigo Santoro", adianta.
A relação do ator com o surf é antiga. Na conversa com Splash, ele conta que aprendeu a surfar para fazer um personagem, o Billy, de "Pulo do Gato" (1978), novela que estreou o horário das 22h na Globo. Na época, ele teve de contar uma mentirinha para a produção da trama ao dizer que já praticava.
"Fui chamado pelo (Walter) Avancini para fazer uma novela e ele disse assim: 'Tenho um personagem para você, mas precisa pegar onda'. Eu, malandramente, falei: 'pego onda desde moleque, minha prancha está no carro'. Mas eu nunca tinha ficado em pé em uma. Não deixaria de um contrato por isso. Pelo menos, eu já nadava e tinha sido campeão paulista de natação", relembra ele, aos risos.
Acusações de violência
Em sua trajetória, Kadu sofreu com algumas acusações de violência doméstica. O ator foi condenado a prestar serviços por um ano em uma instituição social por ter agredido com um soco a então mulher Ingrid Saldanha, mãe de seus três filhos, em fevereiro de 2016. Já em 2014, ele foi acusado de agressão pela ex-namorada Brisa Ramos em uma rede social. Na época, ele disse ter sido alvo de chantagem.
Em contato com a assessoria do artista hoje, Splash foi informado "que realmente mais nada deste assunto será abordado da parte de Kadu".
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