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Ricardo Feltrin

Sem shows, músicos e bailarinas vivem de auxílio emergencial e favores

Jorge e Mateus a Festa do Peão de Barretos em 2018; pela 1ª vez desde 1956 não houve evento este ano - Silva Junior/Folhapress
Jorge e Mateus a Festa do Peão de Barretos em 2018; pela 1ª vez desde 1956 não houve evento este ano Imagem: Silva Junior/Folhapress

Colunista do UOL

28/09/2020 06h03

A pandemia de coronavírus afetou toda a economia, isso é um fato consumado.

Mas enquanto boa parte dos setores volta aos poucos a funcionar —e a faturar—, o segmento de shows e eventos segue parado e sem nenhuma previsão de retomada.

Até o momento todos os eventos públicos e quase todos os privados no país ainda estão suspensos: festas de peão, shows municipais, Revéillons Brasil afora, enfim, quase tudo.

De forma geral, a música ao vivo está em seu pior momento.

A moda das "lives" foi um sopro de esperança, mas não só já ou, como não deu dinheiro para a maioria dos artistas e suas bandas.

Com raras exceções, quase todos os artistas nacionais de grande porte dispensaram seus músicos e equipes de produção nos últimos meses, por causa da doença.

Muitos artistas menos conhecidos, bandas de baile e os chamados grupos "cover", no entanto, já estão indo à falência.

Mas, o pior mesmo, quem está sentindo são os trabalhadores braçais desse setor: motoristas, carregadores, pessoal de logística, montagem de palcos, funcionários de produção e áreas técnicas.

Sem trabalho, esses profissionais enfrentam, além da pandemia, a humilhação.

Eles precisaram pedir auxílio emergencial do governo. E os que não conseguiram isso estão vivendo de favores e doações de parentes, ou dos próprios artistas com quem trabalhavam.

Muitos já estão desistindo da carreira e buscando novos trabalhos, como o Uber.

Nas últimas semanas esta coluna conversou com três artistas, sendo um do Sudeste e dois do Nordeste.

O assunto: o futuro do setor no curto e médio prazo. O que eles relataram é devastador.

Penúria

Os três entrevistados concordaram em falar com esta coluna desde que não tivessem seu nome divulgado. Eles não querem constranger a si mesmos e nem às suas equipes (ou ex-equipes, em alguns casos).

Um famoso artista do Nordeste, radicado em Fortaleza, disse à coluna que, desde o começo da pandemia, vem distribuindo cestas básicas e "ajuda financeira" a seus ex-músicos e bailarinos. São mais de 10 pessoas.

Ele afirma que fazia de 10 a a 20 shows por mês no ado distante, e que os últimos meses de qualquer ano e os primeiros do ano seguinte eram os melhores para contratações de eventos.

Agora, diz, não tem nenhum show marcado nem mesmo para 2021.

Segundo esse artista, todos os seus músicos fizeram pedidos de auxílio emergencial ao governo. Alguns não tiveram o pedido aprovado.

"Não posso deixar essas pessoas arem fome, mas até eu já estou em dificuldades. Perdi boa parte do meu patrimônio nos últimos seis meses", declarou.

Ele afirma, porém, que, sem a perspectiva de retomar shows, a situação agora está grave para ele também.

"Estou pensando em abandonar a música e fazer outra atividade", lamenta o artista, que tem décadas de carreira.

O dono e líder de outra banda sediada no Nordeste disse que, antes da pandemia, tinha uma equipe de 20 pessoas, entre artistas e pessoal istrativo e de "backstage".

Afirma que foi obrigado a dispensar praticamente todos e que, mesmo se os shows voltassem agora, ele não conseguiria marcar nada por meses.

"Muitos músicos que eu dispensei agora se voltaram contra mim. Ou estão entrando com processos trabalhistas ou ficaram tão magoados que não querem mais trabalhar comigo. Só que eu não tenho culpa de o coronavírus existir", lamenta.

Já o cantor e líder de uma banda "cover" em São Paulo, que chegava a se apresentar quatro vezes por semana antes da pandemia, é o único dos três entrevistados que tem alguma esperança.

"Voltamos a nos apresentar com formação reduzida em alguns bares. Como todos nós tocamos mais de um instrumento, estamos nos revezando nas apresentações", diz. "Ganhamos pouquíssimo, mas ainda assim é melhor que nada."

Lei Aldir Blanc e instrumentos usados

Uma das últimas esperanças desses artistas e seus músicos é a Lei Aldir Blanc.

O governo já reou cerca de R$ 2 bilhões dos R$ 3 bilhões previstos por essa lei (14.017/20) para o setor cultural.

Só São Paulo recebeu cerca de R$ 560 milhões e está em fase de cadastramento de beneficiários.

O dinheiro, porém, não vai só para a música, mas para todos os segmentos da cultura.

Uma das consequências pouco notadas desse desmoronamento do setor pode ser observada nos sites de vendas de instrumentos usados, por exemplo

Muitas bandas e artistas simplesmente já desistiram e estão colocando à venda toda sua estrutura de shows e instrumentos musicais.

Caixas acústicas (PA), mesas de equalização, amplificadores, guitarras, baixos, sintetizadores e teclados workstations de última geração podem ser comprados hoje por metade do preço que tinham um ano atrás nesses mesmos sites.

Mas, quem é que tem dinheiro para isso agora?

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