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"Meu amor" e "Vai lavar louça!": jogadoras relatam assédio nos games

Yasmin, funBABE, Débora e Zuzu contam que já sofreram assédio e ataques machistas - Arte/UOL
Yasmin, funBABE, Débora e Zuzu contam que já sofreram assédio e ataques machistas Imagem: Arte/UOL

Letícia Wexell

Colaboração para o START, em São Paulo

14/07/2019 04h00

O caso envolvendo a streamer Gabriela Cattuzzo e a marca de órios gamers Razer reacendeu a discussão sobre assédio nos games. São relatos de mensagens machistas e ataques direcionados em comentários nas redes sociais e também nos chats dentro do dos próprios games.

O START conversou com jogadoras e criadoras de conteúdo para entender como elas reagem quando são vítimas de assédio, e também como enxergaram o "caso Razer".

"Vai lavar louça"

funBABE - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A youtuber funBABE, que relata ser vítima de assédio em jogos online
Imagem: Arquivo pessoal
Quando perguntadas se já sofreram assédio no meio gamer, seja apenas jogando ou trabalhando com criação de conteúdo, as garotas entrevistadas pelo START têm a mesma reposta: "sim", ecoando uma pesquisa de 2016 que indicava o tamanho do problema. Elas dizem que sofrer xingamentos, investidas sexuais e perseguições é algo comum.

"Sofro com assédio principalmente quando estou em jogos online. Desde apelidinhos como 'meu amor' até 'vai lavar louça'", conta a youtuber funBABE, que possui um canal em que faz gameplay de jogos e já conta com quase 2 milhões de inscritos.

"Também duvidam da minha capacidade em jogos competitivos apenas pelo fato de ser mulher, aquele velho 'mulher só joga de e'.", diz ela, em referência a um comportamento machista: atribuir a posição de e, de games como "Overwatch" e "League of Legends", de forma pejorativa às mulheres.

Os maus exemplos podem vir até mesmo do cenário profissional de eSports. Em fevereiro deste ano, durante competição oficial de "League of Legends" na Rússia, a equipe RoX enfrentou um time formado só por mulheres e decidiu banir somente Campeões do tipo e, em uma provocação velada às garotas. Tanto a RoX quanto outra equipe do torneio foram advertidas pelas Riot Games por "discriminação de gênero".

LoL RoX - Reprodução - Reprodução
Trecho da partida entre a equipe feminina Vaevictis e a RoX, que foi advertida por discriminação de gênero
Imagem: Reprodução

No caso de FunBABE, ela tem que lidar com um público adolescente, que tem, em média, 13 anos de idade. Por isso, ela diz que é preciso saber o que dizer e como se comportar ao sofrer assédio. "Não posso me exaltar, porém também não posso ficar calada. É uma linha bem tênue e complicada, preciso servir de exemplo", resume a youtuber.

Sofro com assédio principalmente quando estou em jogos online. Desde apelidinhos como 'meu amor' até 'vai lavar louça'
Funbabe, youtuber

Zuzu Cosplayer - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
"Sempre arrumam desculpa para assediar", diz a cosplayer Zuzu
Imagem: Arquivo pessoal
Assim como no caso da streamer Gabriela Catuzzo, garotas que têm uma exposição de imagem maior, seja em fotos ou transmissões ao vivo, sentem-se em condição vulnerável aos ataques. A também streamer e cosplayer Zuzu diz que já cansou de recebe comentários de mau gosto em suas transmissões.

"Muitas pessoas acham que por você estar 'se expondo' ao fazer seu trabalho de entretenimento na internet, você automaticamente tem que aceitar qualquer tipo de abordagem e comentário.", explica. "A maioria dos comentários são principalmente relacionadas ao meu corpo e minha aparência, não importa como você esteja vestida, sempre arrumam uma desculpa para assediar."

Não importa como você esteja vestida, sempre arrumam uma desculpa para assediar
Zuzu, streamer e cosplayer

O caso recente da Razer pode ter colocando a conversa sobre assédio de novo nos holofontes, mas situações assim acontecem há bastante tempo. Pelo menos desde 2017, o UOL já mostrou histórias de assédio, como a de uma jogadora de "Rainbow Six" e também relatou o apelo de um pai para blindar sua filha de ataques em "Overwatch".

"A regra foi e ainda é o machismo"

Débora Carvalho - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Para Déborah Carvalho, a tendência é que as mulheres levem a culpa
Imagem: Arquivo pessoal
"Nós vivemos numa cultura que tende a culpabilizar a mulher sempre e a deixar ar casos que homens agem de forma inapropriada.", diz Débora Carvalho, colaboradora do site Garotas Geeks, dedicado ao público feminino que curte o universo nerd.

Ela pondera que não teria agido como Gabriela, mas reconhece que não é uma posição fácil.

"Eu provavelmente não teria respondido assim num perfil público com um alcance como o dela, mas entendo perfeitamente a reação que ela teve.", diz.

É muito fácil ter suas palavras distorcidas na internet, ninguém vai conseguir ler seu tom de voz ou saber sua intenção
Débora Carvalho, do Garotas Geeks

Parte das críticas que Gabriela Cazzutto recebeu foi de ter generalizado quando reagiu ao assédio dizendo que "homem é lixo".

Yasmin Alvarez - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Yasmin Alvarez: "A regra foi, e ainda é, o machismo"
Imagem: Arquivo pessoal
Para Yasmin Alvarez, advogada e editora do site Garotas Geeks, "A declaração dela tem o efeito similar a uma sinédoque: a atribuição de parte ao todo, baseando-se numa relação quantitativa, justamente para se referir a algo que é regra", explica.

"É evidente que toda regra possui exceções, mas sempre se pauta pela regra. E a regra, durante anos, foi e ainda é o machismo".

Ataque dos haters

Depois que a Razer anunciou que o contrato com a influenciadora não seria renovado, Gabriela revelou que ainda estava sofrendo ameaças, e chegou a se manifestar pelo Twitter, dias depois, pedindo desculpas pela reação inicial.

Na avaliação das criadoras de conteúdo, porém, a nota da Razer gerou ainda mais confusão. "A Razer deveria ter comentado sobre a situação como um todo. Não acho errado se defenderem, mas da maneira que fizeram acabaram parabenizando o machismo que acontece diariamente.", diz funBABE.

O post da empresa, reproduzido abaixo, foi usado por parte da comunidade para intensificar os ataques a Gabriela.

"Bastava que a empresa usasse o incidente como forma de repreender seus consumidores pelo comportamento em vez de punir a influenciadora por ser vítima de uma situação sobre a qual ela não tem o controle", diz Yasmin.

Para Zuzu, há outras medidas mais positivas que a Razer poderia ter adotado: "Podiam ter aproveitado a situação para promover uma campanha contra o assédio e a agressividade direcionada às mulheres gamers, população que tem crescido cada vez mais. Com esta nota, a Razer simplesmente se posicionou a favor dos agressores que atacaram a Gabi ao invés de apoiar a própria influenciadora, indo totalmente contra as próprias campanhas que veicularam no Dia da Mulher".

Podiam ter aproveitado para promover uma campanha contra o assédio e a agressividade direcionada às mulheres gamers, população que tem crescido cada vez mais
Zuzu, streamer e cosplayer

O START entrou em contato com a Razer por meio da assessoria de imprensa e enviou perguntas sobre o caso, mas não recebeu respostas até a publicação desta notícia.