Ônibus de SP aceitarão pagamento com cartão de crédito, débito e celular

Sem tempo, irmão
- Cartões de crédito, débito e celulares poderão ser usados para pagar viagens de ônibus
- Projeto-piloto em São Paulo ocorre em pelo menos 200 ônibus
- Isso vale para cartões e aparelhos com NFC; só encostar no leitor, como no Bilhete Único
- Está em teste leitura de QR Code para comprar bilhetes de metrô e trem em SP
A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje que o Bilhete Único, que até agora reinou absoluto nos pagamentos do transporte público da cidade, acabou de ganhar uma concorrência de peso: cartões de crédito, de débito e até celulares poderão ser usados, a partir da próxima segunda-feira (16), para pagar pelas viagens nos ônibus da capital paulista.
A operação continuará a mesma: bastará aproximar os cartões ou os aparelhos do leitor próximo à catraca. A mudança é que as máquinas presentes nos coletivos têm de ser adaptadas para ler esses novos meios de pagamento. Isso já ocorre em pelo menos 200 dos 14.024 ônibus da cidade, que aram a circular como projeto-piloto.
E o pagamento?
Outra mudança é que o valor da tarifa será debitado da conta corrente ou lançado na fatura de cartão de crédito. Na prática, a iniciativa corta um intermediário na hora de custear a tarifa. Atualmente, antes de quitar a agem, o usuário tem de abastecer seu Bilhete Único com créditos, pagos com dinheiro ou cartões de débito em diversos pontos pela cidade.
Na hora do pagamento, haverá uma peculiaridade. Segundo o presidente da Visa, Fernando Teles, o sistema vai autorizar a agem do usuário ainda que ele não tenha saldo na conta corrente ou não tenha limite no cartão de crédito. Mas isso acontecerá em uma viagem ou quando os validadores se conectarem à internet para transmitir informações. Os cartões que derem o calote entrarão em uma lista de restrição, diz Teles.
Sem integração e com foto
As 12 linhas em que o projeto funcionará atendem cerca de 2,9 milhões de ageiros.
- 675R/10 Grajaú - Metro Jabaquara (122.410 ageiros)
- 715M/10 Jd. Maria Luiza - Lgo. da Pólvora (348.830 ageiros)
- 807M/10 Term. Campo Limpo-Shop. Morumbi (325.956 ageiros)
- 908T/10 Pq. D. Pedro.II-Butantã (165.580 ageiros)
- 917M/10 Morro Grande-Metrô Ana Rosa (169.912 ageiros)
- 917M/31 Morro Grande - Metrô Ana Rosa (19.461 ageiros)
- 2002/10 Term. Bandeira - Term. Pq. D. Pedro II (72.920 ageiros)
- 2590/10 União de Vl. Nova - Pq. D. Pedro II (192.655 ageiros)
- 4031/10 Pq. Sta. Madalena - Metro Tamanduatei (264.433 ageiros)
- 5129/10 Jd. Miriam - Term. Guarapiranga (378.006 ageiros)
- 5129/41 Jd. Miriam - Sto. Amaro (133.493 ageiros)
- 6030/10 Unisa-Campus - Term. Sto. Amaro (317.436 ageiros)
- 9300/10 Term. Casa Verde - Term. Pq. D. Pedro II (171.025 ageiros)
- 9500/10 Term. Cachoeirinha - Pça. do Correio (229.038 ageiros)
Segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo, só em agosto o sistema de ônibus urbanos da capital transportou 232,7 milhões de ageiros. O pagamento de ônibus urbano em São Paulo, cuja tarifa é de R$ 4,30, movimenta cerca de R$ 12 bilhões por ano.
Nos três meses em que o teste durará, não haverá integração com outros ônibus, metrô e trens. A prefeitura ainda não discutiu com as empresas que fazem parte da iniciativa como funcionará a integração se o teste virar ação oficial. "Dá para fazer o que quiser, dar desconto, bilhete mensal. Como vai ser ainda vamos discutir", afirmou João Pedro Paro Neto, presidente para o Brasil e Cone Sul da MasterCard, que está envolvida na operação.
Os ageiros poderão fazer apenas quatro viagens pagar desse jeito. Para garantir que não haverá fraude, os ônibus estão equipados com câmeras de reconhecimento facial, que registra uma foto do ageiro enquanto estiver ando pela catraca.
Adeus, cobradores?
"O objetivo é facilitar para quem paga em dinheiro", diz Edson Caram, secretário municipal de Transporte. Ele acrescentou que a iniciativa visa também ajudar turistas, já que o sistema aceitará cartões internacionais.
Com isso, a pressão para substituir os cobradores aumenta ainda mais. "Já não faz sentido ter [cobrador] hoje. Menos de 5% das agens são pagas com dinheiro", afirmou o prefeito Bruno Covas.
Por ser feita com cartão, a transação é taxa pelas adquirentes. Durante o teste, essa taxa não será cobrada. Como será depois disso, porém, ainda não foi negociado, mas, segundo o presidente da SPTrans, Paulo Cézar Shingai, não ará de 3%.
Como funcionará
O novo jeito de pagar valerá para cartões e aparelhos eletrônicos, como smartphones e vestíveis (pulseiras ou relógios conectados) que disponham de NFC (sigla em inglês para Near Field Communication). Essa é a mesma tecnologia por trás do Bilhete Único. Ela permite a transmissão de dados do cartão para o leitor desde que estejam mantidos a curtas distâncias - não mais do que cinco centímetros. Uma antena presente no chip do bilhete envia por radiofrequência as informações.
Nem todos os cartões de crédito ou débito poderão ser usados. Funcionarão apenas aqueles que possuírem NFC, como é o caso do cartão da conta do PagBank. O mesmo vale para os celulares. Empresas de tecnologia como Apple, Google e Samsung possuem seus próprios sistemas de pagamento por aproximação. Apple Pay, Google Pay e Samsung Pay funcionam como carteiras digitais em que os usuários configuram os dados de cartões.
Essa nova onda de pagamentos vem sendo chamada de "less", ou seja, sem contato. Os maiores entusiastas da nova tendência são as bandeiras de cartões. Não à toa Mastercard e Visa fazem parte do projeto-piloto em São Paulo, ao lado das adquirentes Cielo e Stone e das companhias de bilhetagem Prodata, Digicom e Empresa 1. A bandeira Elo também entrará na parceria.
Segundo Bruno Covas, não houve licitação e, sim, um chamamento público para que qualquer empresa interessada pudesse participar.
Pagamento moderninho pelo Brasil
Há pelo menos duas outras cidades brasileiras que aderiram à moda. Jundiaí implantou o pagamento com cartões de crédito, débito e pré-pago em toda a frota de 305 coletivos. A diferença é que por lá apenas os da Mastercard podem ser usados. No Rio, os pagamentos sem contato são aceitos no Metrô desde abril, em uma parceria de Visa e Cielo.
No começo de setembro, os ageiros do Metrô e da TM de São Paulo ganharam outra forma de comprar bilhetes: via QR Code. A tecnologia já está em fase de testes e mais de 21 mil bilhetes já foram vendidos nesta fase, segundo a Secretaria de Transporte de São Paulo.
A compra de créditos pode ser feita com cartão de crédito pelo celular, por meio do aplicativo VouD (disponível na App Store, da Apple, e na Google Play, do Google). O app exibe um QR Code na tela do celular que deve ser lido nos bloqueios com validador.
São quatro as estações da TM que participam do projeto piloto: Autódromo (Linha 9-Esmeralda), Tamanduateí (Linha 10-Turquesa), Dom Bosco (Linha 11-Coral) e Aeroporto-Guarulhos (Linha 13-Jade). No Metrô, são três: São Judas (Linha 1-Azul), Paraíso (linha 1-Azul e 2-Verde) e Pedro II (Linha 3-Vermelha).
É possível ainda comprar o código com cartão de débito em máquinas de autoatendimento nas estações participantes do teste. Após adquirir o QR Code, basta ar o código impresso nos bloqueios com leitores instalados.
SIGA TILT NAS REDES SOCIAIS
- Twitter: https://twitter.com/tilt_uol
- Instagram: https://www.instagram.com/tilt_uol/
- WhatsApp: https://uol.page.link/V1gDd
- Grupo no Facebook Deu Tilt: http://bit.ly/FacebookTilt
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, , ler e comentar.
Só s do UOL podem comentar
Ainda não é ? Assine já.
Se você já é do UOL, faça seu .
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.