Netflix: fim do compartilhamento de senhas causa confusão no Chile e Peru

O teste da Netflix para acabar com o compartilhamento generalizado de senhas deixou alguns usuários confusos. Em março, a gigante do streaming começou a experimentar soluções de compartilhamento de senhas no Peru, Chile e Costa Rica.
A medida consiste em aplicar taxas extras para quem compartilhar a da conta com pessoas que não morem na mesma casa, porém o plano até o momento resultou em frustração e confusão por parte de alguns usuários e até em cancelamento de planos por parte de outros.
A confusão chamou a atenção das agências de proteção ao consumidor dos países em teste. Em maio, autoridades dos órgãos de defesa do consumidor se reuniram com a Netflix para discutir os termos aplicados na mudança.
No encontro, o órgão regulador peruano recomendou que a Netflix criasse canais de comunicação eficazes sobre a nova política com os clientes e considerou que o conceito de "casa" e "família" poderia ter interpretação diferente para cada usuário. Além disso, o mesmo usuário poderia, por motivos de viagem, usar sua em diferentes locais.
Diante desse cenário, a Netflix disse já dispor de mecanismos que detectam esse tipo de situação e que isso não seria incluído nas premissas de cobranças adicionais.
Conflitos de comunicação
Esta é a primeira vez que a Netflix define o termo "família" como exclusivamente às pessoas com quem o titular da conta vive. Os usuários que utilizam a conta de um , mas moram em outra residência, cidade ou país, estão violando os termos de uso. É o que informa a empresa.
Para entender melhor, o site Rest of World conversou com alguns s da Netflix no Peru. Parte deles não foi informada sobre as novas cobranças mesmo após dois meses do anúncio inicial da Netflix. Outros usuários já estão sentindo a mudança. O custo de uma conta adicional é de US$ 2,00 (R$ 9,62) embora varie de país para país.
Para alguns, o aumento para inclusão do "membro extra" foi o suficiente para convencê-los a cancelar suas contas. Outros continuam a dividir suas senhas sem qualquer notificação sobre a mudança ou ignoram a nova regra sem nenhuma fiscalização.
É o caso de Gabriela A., que vive em Lima, no Peru, e que divide sua senha com mais duas amigas que moram em outra casa. Embora elas tenham recebido a notificação, há quase um mês, simplesmente ignoraram a mensagem sem maiores problemas e continuam dividindo a conta do streaming sem cobrança adicional.
No geral, falta clareza sobre como a empresa interpreta e fiscaliza as mudanças no serviço, o que deixa os consumidores confusos.
Indefinição da nova política
Os casos sugerem que a empresa pode estar testando diferentes formatos de cobrança para diferentes clientes ou ainda não definiu os termos da nova política. "Eles podem acabar causando problemas com a definição de família até agora vagamente inferida", disse Isabelle Charney, da gigante de entretenimento global Ampere Analysis, em entrevista ao site Rest of World'.
Em resposta ao site, a Netflix informou estar ciente das variações de interpretação de "família", mas sempre definiu o termo como pessoas que moram na mesma residência. A empresa confirmou o lançamento gradual e que diferentes s podem estar pagando taxas diferentes uma das outras.
Por enquanto não existe previsão disso acontecer no Brasil. A cobrança é um teste limitado, embora a Netflix tenha intenção de lançar para o restante do mundo até o final do ano.
Desde a última divulgação de resultados financeiros, a Netflix tem informado que que vai combater as contas que compartilham senha com outras pessoas. A ideia é cobrar um valor adicional quando são pessoas que não são da família (ou simplesmente quem não vive no mesmo teto) para aumentar a receita e continuar investindo em conteúdos originais. Sem contar que é também uma forma de fidelizar mais pessoas à plataforma, dado que há um crescente número de concorrentes, como os serviços Disney+, PrimeVideo, HBOMax, entre outros.
*Com informações do site Rest of World
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