5G chegou. E agora? Vou pagar mais? Qual velocidade ele oferece? Entenda

Curitiba (PR), Salvador (BA) e Goiânia (GO) am a ter conexão 5G a partir desta terça-feira (16), se juntando a São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS) e João Pessoa (PB). Até o fim de setembro, todas as capitais devem estar conectadas. A tecnologia tem grande potencial, tanto para empresas quanto para as pessoas.
Para resumir um pouco o que é a tecnologia, seus impactos e preços, fizemos este guia de perguntas e respostas sobre o início do 5G no Brasil.
Que diabos é 5G?
É a quinta geração de telefonia, que promete:
- conexão na casa dos gigabits (permitindo o de filmes em questão de segundos, por exemplo);
- menor latência: o tempo da execução de um comando para a realização dele é mínima. Pode ser útil tanto para games online como para atividades críticas em vários setores, como uma cirurgia médica feita a distância;
- tem capacidade de conectar bilhões de itens ao mesmo tempo (aquela situação de não conseguir mandar WhatsApp em um show ou um jogo, deve acabar).
Chegou 5G na minha cidade. E agora?
As operadoras têm até o fim de setembro para ativar 5G nas capitais e no começo as empresas devem privilegiar regiões centrais para, num segundo momento, expandir pelo resto da cidade.
Para usar, as pessoas precisam ter um celular que a 5G (veja lista de aparelhos compatíveis) e estar numa área coberta pela tecnologia. Desde 2020, as fabricantes têm lançado celulares já habilitados. Segundo a Anatel, há mais de 70 opções de smartphones com a tecnologia.
O que vai mudar?
Para o consumidor comum, usando celular ou tablet, a maior percepção será na velocidade de . Segundo o diretor de redes da TIM, Homero Salum, a velocidade média em Brasília, a primeira cidade a receber o 5G, estava na casa dos 400 Mb/s (megabits por segundo).
Na realidade, com mais gente usando, é possível que a velocidade seja menor que isso. Na Coreia do Sul, um dos países pioneiros em implementar 5G, a velocidade média é de 130 Mb/s, segundo levantamento da OpenSignal.
Ainda assim, é um valor médio bastante superior ao do 4G, que, no Brasil fica em torno de 27 Mb/s por segundo.
Pra quê vou usar toda esta velocidade?
No início, as velocidades do 5G devem ser úteis para baixar arquivos mais rapidamente, ver vídeos pela internet e ajudar a fazer chamadas de vídeo em alta qualidade.
Em locais sem conexão à internet fixa, as operadoras devem oferecer FWA (fixed wireless access), que é basicamente um modem 5G que espalha conectividade via wi-fi num ambiente.
Vale lembrar que demorou um tempo para aparecerem aplicações para celular que usam o 4G. Antes do 4G, as pessoas não costumavam ouvir música por streaming (Spotify, Deezer, Apple Music e Tidal, por exemplo), ver vídeos online (YouTube, TikTok e Instagram) ou mesmo pedir carros por aplicativo (Uber, 99 e InDrive).
E a latência? O que é isso?
A baixa latência deve interessar num primeiro momento apenas para quem joga online. Ter um baixo tempo de resposta pode fazer toda a diferença, ainda mais em games que exigem rapidez, como os de tiro.
Com o tempo, deve haver mais aplicações que usam este recurso. Vai ser essencial para aplicações de realidade virtual - para se parecer com a realidade, o tempo de resposta deve ser o menor possível.
Mas a maior aplicação desse benefício será mesmo na indústria, na saúde, nos serviços e até na gestão pública de "smart cities" (cidades inteligentes). Ele permite maior automação de processos na indústria e na agricultura, por exemplo.
Sistemas que precisam gerenciar múltiplos objetos ou usuários serão beneficiados. Um exemplo são os carros autônomos: não é possível aplicar essa tecnologia em larga escala sem a baixa latência do 5G.
Vai ficar mais caro?
No início, não. As operadoras têm ativado as redes para verificar o uso real das pessoas. A única que já lançou um pacote focado em 5G é a TIM, mas, com o tempo, as empresas deverão ter ofertas com franquias de dados maiores (como o 5G tem mais velocidade, deve causar um consumo maior).
Também deve se tornar mais comum parcerias com plataformas de streaming, como já ocorre com alguns planos atuais. O novo pacote da TIM, por exemplo, inclui o à Twitch, uma plataforma voltada especialmente para o público gamer.
Já aparece 5G no meu telefone. Tem a ver com este novo 5G que tão falando?
Um pouco. Desde 2020, as operadoras contam com redes 5G DSS, que é considerada uma tecnologia de transição. Ela basicamente usa frequência do 4G e oferece altas velocidades de na casa dos 100 Mb/s. No celular sob sinal de uma antena DSS, aparecerá conexão 5G.
O 5G liberado pela Anatel tem relação com as frequências leiloadas no ano ado. A principal delas é a de 3,5 GHz. Por enquanto, só a Claro anunciou uma forma de diferenciar seu "novo 5G", batizando-o de 5G+.
Outras operadoras deverão fazer algo parecido por aqui com o tempo. Nos EUA, por exemplo, há toda uma sopa de letrinhas para indicar se o 5G é de frequência alta (com mais velocidade e menos espalhada geograficamente) ou de frequência baixa (com menos velocidade e mais espalhada geograficamente).
Quais são os tipos de 5G?
- 5G DSS: usa a infraestrutura (e faixas de frequências) do 4G para oferecer internet mais rápida (na casa dos 100 Mbps). As principais operadoras oferecem esta modalidade em diversas cidades desde 2020. É considerada uma tecnologia de transição do 4G para o 5G;
- 5G NSA (Non Standalone): usa frequência de 5G e utiliza "núcleo da rede 4G". Oferece internet super-rápida (podendo chegar na casa dos gigabits por segundo), mas não tem latência tão baixa (menor tempo de resposta entre comando e execução);
Sendo assim, ela é boa para s rápidos de arquivos multimídia e não tão boa para aplicações industriais. - 5G SA (Standalone) ou "5G puro ": usa frequência de 5G e utiliza núcleo de rede 5G (uma infraestrutura dedicada apenas a ele). Oferece internet super-rápida (podendo chegar na casa dos gigabits por segundo) e tem latência baixa.
Bom para s rápidos de arquivos multimídia, jogar online sem lag (atraso) e bom para aplicações industriais.
Em todas as cidades brasileiras, as operadoras terão redes híbridas, portanto terão 5G NSA e 5G SA. A Anatel diz que o edital do 5G exige que as "operadoras tenham redes 5G SA, mas não impede que tenham também 5G NSA".
Segundo o órgão, "o objetivo é atender ao máximo o portfólio da base legada, visto que muitos usuários ainda não possuem terminais [celulares] 5G SA". Atualmente, apenas 5% dos terminais brasileiros são compatíveis com 5G SA, de acordo com estimativa da reguladora.
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