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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palco sagrado de deusas negras, futebol feminino não está imune ao racismo

No início do ano, jogadoras do Bahia foram alvo de comentários racistas de narrador e comentarista - Reprodução/Twitter
No início do ano, jogadoras do Bahia foram alvo de comentários racistas de narrador e comentarista Imagem: Reprodução/Twitter
Natalia Andrade

Colaboração para Universa

21/11/2021 14h53

Nos últimos anos, os casos de racismo explicito vem crescendo de forma assustadora, muitas vezes apoiado no acirramento do cenário político. O futebol feminino, como parte do contexto social, não fica imune a esses fatos.

Após a final da série A2, a jogadora Isinha, do Redbull Bragantino, denunciou por meio de suas redes sociais que estava sendo perseguida por um perfil falso, que a chamava de macaca e utilizava outros termos racistas tanto com ela, quanto com quem tentava denunciar. A equipe paulista ofereceu e jurídico e foi feito um boletim de ocorrência.

Antes disso, no início do ano, narrador e comentarista haviam feito comentários preconceituosos sobre o cabelo de atletas do Bahia, na partida contra o Napoli. A equipe foi afastada das transmissões.

Agora, fora do Brasil, uma atleta do Nacional chamou Adriana, do Corinthians, de macaca, durante uma partida da Copa Libertadores. Vic Albuquerque, que ouviu a ofensa, chorou em campo. Jogadoras do Corinthians e de equipes brasileiras rivais se posicionaram de forma solidária e repudiaram o fato.

Um desavisado poderia dizer que sempre foi assim, mas que agora os fatos estão sendo expostos pela crescente visibilidade do futebol feminino e que se tratam de casos isolados. Porém, nenhuma justificativa cabe a essas situações. Ainda que sempre tenha sido assim, não muda o fato de que racismo é crime e que esse tipo de ofensa é inaceitável. E os casos deixam de ser isolados quando acontecem todos os dias, a todo momento e de diversas formas.

Seria muito bom, no mês da Consciência Negra, poder exaltar o futebol das mulheres negras, o quanto elas contribuem para a modalidade. Falar de Sissi, Pretinha, Pellegrino, Formiga e Ludmilla.

Enquanto mulher negra, eu realmente espero que um dia possamos falar da nossa história e não usar o espaço que temos pra denunciar mais e mais casos de racismo. Mas a nossa existência é permeada por luta, uma luta que começa ao nascer, quando precisamos afirmar que somos humanas apesar da nossa cor, como se a cor nos fizesse menos qualquer coisa.

Explicar, todos os dias, que racismo existe não só quando nos chamam de macaca ou questionam nosso cabelo, é cansativo. Ver esses fatos acontecendo em um esporte onde a maioria das praticantes são mulheres negras, onde as principais ídolas são mulheres negras e a maior de todas é uma mulher negra, dói. Não só em mim, não só nas vitimas diretas das ofensas, mas em cada uma que traz na pele a marca da cor.

Infelizmente é preciso falar, gritar, expor, fazer o que for necessário. Não é jogando pra debaixo do tapete que o problema se resolve. Ele existe e principalmente, nós existimos e somos vítimas dele o tempo todo. Seja quando aparece de forma explicita, seja quando cerceia nosso espaço, vigia nossos os, nos diz onde podemos ir e o que podemos fazer.

Existe quando nos olha como pessoas feitas para servir e obedecer, quando nos diz que nossos corpos, feições e cabelos não são adequados, quando afirma que não somos inteligentes o bastante para qualquer cargo que não envolva esforço físico.

O futebol feminino é abertamente um campo de batalhas. Contra estereótipos, preconceitos, desvalorização, apagamentos históricos, proibições. Não cabe, em campo, mais um adversário. Adversário esse que não cabe em lugar nenhum, diga-se de agem.

Assim como o racismo é real, a reação a ele também é. O recado fica escuro a cada nova manifestação de solidariedade e de resistência. As jogadoras negras vão ficar em campo e onde mais quiserem. Aos racistas, não posso expor o que desejo, então digo que desejo justiça. Preferencialmente a de Xangô.

*Natalia Andrade é formada em comunicação pela UFMG e atua na cobertura do futebol feminino e em pautas raciais