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Ana Canosa

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Carnaval na era covid: casal se conhece, testa positivo e se isola junto

klebercordeiro/Getty Images/iStockphoto
Imagem: klebercordeiro/Getty Images/iStockphoto

Colunista de Universa

15/03/2022 04h00

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Recentemente, no Carnaval, Luisa conheceu Oliver, um australiano que mora na Colômbia. Mesmo que soubesse que a Ômicron continua rondando São Paulo, maior e vacinada resolveu se arriscar. Fez duas únicas incursões carnavalescas pela cidade, uma festa onde dançou e cantou e a uma outra baladinha com amigos. Foi nessa segunda que ela se engraçou com o jovem australiano que veio curtir férias no Brasil, amigo do amigo dela que mora no Rio de Janeiro. Se pegaram despretensiosamente e gostosamente - o que resultou em um agradável sexo casual no apartamento dela.

Acontece que dias depois a Luisa começou com uma dor de garganta esquisita e testou positivo para Covid - lembram da festa onde cantou e dançou? - na mesma data que o australiano estava no aeroporto, pronto para voltar para casa. Mas o rapaz esqueceu de tomar a vacina para febre amarela, e não pôde embarcar para a Colômbia. Não adiantava tomar a vacina no aeroporto, já que são necessários 10 dias de prazo para ela imunizar um cidadão. Luisa ligou para ele - Oliver estava saindo do centro de atendimento da Anvisa - e avisou que estava com Covid, sugerindo que ele fizesse o teste também. Lá foi o australiano fazer um teste, que deu positivo - as doenças pandêmicas todas atrapalhando os seus planos!

Agora, além de não poder voltar para a Colômbia por causa da febre amarela, tampouco podia acionar o plano B, que era tomar um avião para o Rio, a fim de se isolar na casa do único amigo brasileiro. O jeito foi aceitar o convite de Luisa - o convidado covidado - e quarentenar-se com ela.

Dizem que estar vulnerável e ser acolhido(a) pela outra pessoa, é condição para abrir a fresta da porta para os clarões do apaixonamento. Existe até um questionário elaborado por Arthur Aron, psicólogo norte-americano, com 36 perguntas, que segundo o autor, ao ser respondidas a dois, acende as faíscas do encantamento. Para Aron, a química acontece porque determinados assuntos ou situações nos tornam vulnerável diante do outro e isso favorece o desenvolvimento do amor.

Foi assim que Tomas e Tereza, protagonistas do clássico romance "A insustentável leveza do ser" de Milan Kundera, se apaixonaram, quando ela, acometida por uma doença, teve que ser acolhida e cuidada por ele, demorando-se mais do que o tempo programado para a visita na casa de Tomas.

Já faz algum tempo que Luísa, mulher solteira na casa dos 30 anos, desejava um companheiro. Os encontros casuais, outrora divertidos, não estavam mais alegrando seu coração. Mas ter um quase desconhecido em sua casa, por uma semana, também não fazia parte do projeto.

A vida é cheia de surpresas, vejam vocês, logo com ela que arrepia só de assistir os episódios de "Casamentos às Cegas", se deparou com uma semana com um crush dentro da sua casa, sem nem poderem colocar o nariz para fora. Mas convenhamos, senhoras e senhores, que essa história tem uma narrativa romântica bem convidativa - será o destino, ou a força dos astros, quem sabe Santo Antônio que estava de plantão no aeroporto - algo que Luísa não ia deixar ar.

Foram só 2 dias de leve convalescência, graças a vacina, e mais 5 onde a energia dos dois se concentrou nas tarefas simples do cotidiano. Foram se fazendo conhecer enquanto cozinhavam as refeições do dia, assistiam TV, davam um jeito na casa, lavavam as roupas, tiravam o lixo.

Na unidade semi-intensiva do apartamento de Luísa, o sexo teve espaço para mais intimidade e abertura, aram a se cumprimentar com beijinhos de bom dia, boa noite e ao se cruzarem no corredor. Dormiam juntos de conchinha, produzindo ocitocina adoidado. Partilharam suas histórias e fotos familiares, suas aventuras, viagens, hobbies e sonhos - a paixão à espreita nos detalhes do olhar, do sotaque, do jeito de sentar-se no sofá ou escovar os dentes.

Antevendo o difícil prognóstico dessa relação, haja vista a distância que os separa, me restou escrever a história agora, cansadas que estamos - eu e Luísa - da tristeza de um carnaval sem paetês - o retrato da realidade brasileira. Nos resta desejar, no melhor estilo de amor romântico possível, que nos próximos 10 dias - necessários para que se dê a imunização de Oliver contra a febre amarela - ele desista de voar para o Rio de Janeiro e se demore mais na casa dela.

Afinal, quem sabe o amor esteja fazendo morada no coração desses jovens, como escreve Kundera na voz de Tomas (e poderia ser também, a voz de Tereza): "deitar-se com uma mulher e dormir com ela, eis duas paixões não apenas diferentes, mas quase contraditórias. O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma multidão inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (esse desejo diz respeito a uma só mulher)" (Kundera, 2008, p. 20). Quem sabe...