Com 10% da visão, brasileiro quer escalar as 6 maiores montanhas do mundo

Em agosto, o massoterapeuta e atleta amador Eduardo Soares da Silva Costa, 37 anos, escalou, pela primeira vez na vida, uma montanha: o Monte Elbrus, na Rússia, com 5.642 metros de altura. Um mês depois, subiu no topo do Kilimanjaro (5.895 metros), na Tanzânia. O que já seria um feito e tanto para qualquer um tem um brilho maior quando se sabe que ele tem apenas 10% de visão.
Leia também:
'Não apagaria o dia em que levei um tiro que me deixou paraplégico'
'Falo de aceitação, e não de superação', diz palestrante que perdeu braço
"Deficiência não me impediu de viver grande amor", diz mulher de 49 anos
Eduardo tem retinose, doença hereditária que causa degeneração da retina. “Nasci com cerca de 40% de visão. Hoje vejo pouco mais do que vultos”, explica o massoterapeuta.
Mas a aventura não deve parar por aí. A ideia é que ele faça outras quatro altas montanhas, nome dado às zonas elevadas a partir de 4.000 metros de altura. A próxima da lista é o Aconcágua, na Argentina, com seus 6.962 metros de altitude.
“Nunca duvidei de que seria capaz, mas muita gente para quem falei o que faria disse que eu não conseguiria. A sociedade é implacável com a pessoa com deficiência”, fala Costa.
Preparo físico
As viagens do massoterapeuta são fruto de uma parceria entre o projeto social Expedições Inclusivas, da montanhista amadora Ana Borges, com a operadora Grade6, especializada em viagens para prática de trekking e alpinismo.
Costa e Ana se conheceram na ONG Grupo Terra, onde ela começou dando aulas de pilates e outras atividades físicas para os deficientes visuais atendidos pela instituição.
O massoterapeuta pratica esportes desde a adolescência. Lutou judô por nove anos, corre meias-maratonas e maratonas e participa de corridas de aventura. Esta última modalidade consiste em percorrer determinado percurso por meio de remo, bike e trekking.
“Participo de corridas de aventura desde 2002, integrando equipes de pessoas que não têm deficiência”, fala Eduardo.
Pequenas adaptações
Nas duas expedições das quais participou até agora, Eduardo foi o único deficiente, em meio a cerca de dez praticantes de montanhismo. Para que ele acompanhasse o grupo, a única adaptação feita foi o uso de uma barra direcional. Trata-se de uma haste que era segurada em uma ponta por um guia e na outra, pelo atleta amador.
Outra estratégia simples usada pelo guia de Eduardo era narrar os obstáculos mais difíceis do caminho. “No Kilimanjaro, o chão tinha muitas pedras, então, se quem estava me guiando tinha de pular uma, falava e eu replicava o movimento.”
Eduardo fala que, apesar de estreante no montanhismo, não sofreu grandes efeitos da altitude. “Tive dor de cabeça. No Kilimanjaro, vendo tanta gente vomitar e com diarreia, cheguei a ficar balançado. Pensava: ‘Como não estou ando mal">var Collection = {
"path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/universa/ultimas/data.json",
"channel" : "universa",
"central" : "universa",
"titulo" : "Universa",
"search" : {"tags":"73845"}
};