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Lola, a maior delatora de misoginia da internet, tem até lei com seu nome

Ela fez de seu blog "Escreva Lola Escreva" uma ferramenta de denúncia contra a ação de homens que odeiam mulheres  - Arquivo pessoal
Ela fez de seu blog "Escreva Lola Escreva" uma ferramenta de denúncia contra a ação de homens que odeiam mulheres Imagem: Arquivo pessoal

Natacha Cortêz

Da Universa

03/07/2018 04h00

Quando criou seu blog, lá em 2008, a argentina naturalizada brasileira Dolores Aronovich queria falar sobre mulheres e os (poucos) direitos que lhes servem. "Escreva Lola Escreva" seria só mais um site feminista lançado no fim daquela década se não fosse a dedicação da autora em expor as manifestações de ódio contra mulheres na rede e revelar seus responsáveis.

Dez anos depois, Lola, como ficou conhecida, ostenta uma lei com seu nome - sancionada pelo presidente em abril, a 13.642 atribui à Polícia Federal a investigação de crimes cibernéticos contra as mulheres - e pode afirmar, "com orgulho", que ajudou a colocar na cadeia dois dos maiores masculinistas da internet brasileira. Marcelo Valle Silveira Mello e Emerson Eduardo Rodrigues foram presos pela operação Intolerância da Polícia Federal em março de 2012. Pouco mais de um ano depois, estavam livres.

Em maio ado, Marcelo foi preso novamente, desta vez pela operação Bravata. Além de expressar seu ódio contra as mulheres, também o fazia contra os negros. Foi o primeiro condenado por racismo na internet no Brasil (2009) e era um ídolo nos fóruns masculinistas nacionais, os chans. Os crimes de Marcelo, que abarcam misoginia, racismo e outras manifestações de ódio, podem alcançar 39 anos de pena.

Emerson, que também recebeu um novo mandado de prisão, está foragido.

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Em tempo: masculinistas são homens fundamentalmente misóginos, de extrema-direita e que se identificam com valores neonazistas. Para esse tipo, explica Lola, "vivemos num matriarcado em que o homem branco hétero e cisgênero é a maior vítima do sistema".

Incontáveis ameaças x 11 BOs e um inquérito

Quem dera que o caminho até aqui tivesse sido manso como parece à professora do Departamento de Letras Estrangeiras da Universidade Federal do Ceará (UFC). Nesses dez anos de denúncias, Lola recebeu incontáveis ameaças. De morte, de estupro, de atentados. Contra ela, contra sua família, contra seus alunos e até contra as primeiras advogadas que contratou. Com essas, os "mascus", como os apelidou Lola, fizeram montagens com os rostos delas em cenas pornôs e enviaram as imagens para os clientes de seus escritórios.

Com Lola, os agressores foram de uma entrega de comida chinesa, "assim mostram que sabem onde moro", até um e-mail endereçado ao reitor da UFC, exigindo a demissão da professora. Caso ele não acatasse a ordem, aria semanas "recolhendo pedaços de cadáveres no campus da universidade".

Em resposta ao terror dos masculinistas, Lola registrou 11 boletins de ocorrência. O primeiro em 2012 e o último no final de 2017. Alguns deles foram registrados na delegacia da mulher de Fortaleza (CE), onde ela mora. Nada aconteceu.

Com a ajuda do Ministério Público, ela reuniu todos os BOs em um inquérito de mais de cinco horas de depoimento contando do assédio violento dos "mascus". Junto com os boletins, os nomes e rostos dos membros do chan istrado por Marcelo foram entregues. Entre eles estava o de André Luiz Gil Garcia, que se apresentava na internet como Kyo. Moderador do fórum virtual, era um rapaz de 29 anos que vivia com os pais em Penápolis, interior de São Paulo. Em junho, André atirou pelas costas de uma desconhecida, atingindo a nuca dela. Logo depois, se matou. A mulher está na UTI e não se sabe se ela voltará a andar.

O inquérito levantado por Lola está com a Polícia Federal.

"Não vou mudar minha vida por causa de um bando de lunáticos. Apesar de eles sempre fazerem questão de dizer: 'deste ano ela não a', tento não pensar em medo e apenas continuar o meu trabalho e ativismo", diz ela, que nunca desistiu de denunciar a ação de "mascus" em seu blog, hoje com cerca de 200 mil visualizações mensais.

De vítima a algoz

No final de 2015, ainda quando estava solto, Marcelo fez um site com o nome de Lola. A página trazia o endereço e telefone da professora e defendia temas como castração e infanticídio de meninos, aborto em casos de fetos masculinos e queima de bíblias. "Chegaram ao cúmulo de dizer que eu tinha realizado um aborto em sala de aula em uma aluna na UFC", conta ela. Representantes famosos da extrema-direita, Olavo de Carvalho e Roger, da banda Ultraje a Rigor, compartilharam o site. "A página viralizou e meu telefone não parou de tocar. As ameaças multiplicaram", continua.

Por causa de site fake, Lola foi chamada para depor na Polícia Federal.

"Mas há males que vêm para o bem", diz. Graças a esse testemunho, ela pôde não só se defender, como mostrar os verdadeiros réus do caso. Hoje, Marcelo responde criminalmente inclusive pela criação da página que transformava Lola numa intolerante que odiava homens. Algo que ela nunca foi.

Aliás, foi esse episódio que levou a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) a redigir a Lei Lola, citada acima.

"Agora, se uma mulher é atacada na internet, ela tem como denunciar. Tenho orgulho de lutar contra o masculinismo no Brasil e de ter feito do meu blog uma ferramenta de denúncia para as mulheres que sofrem com ele", afirma a professora.