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Colorismo: triste realidade faz negros de pele escura serem menos aceitos

Negra de pele clara, Thais Ferreira da Silva, 24, consegue circular mais facilmente por ambientes majoritariamente brancos - Arquivo Pessoal
Negra de pele clara, Thais Ferreira da Silva, 24, consegue circular mais facilmente por ambientes majoritariamente brancos Imagem: Arquivo Pessoal

Natália Eiras

Da Universa

14/12/2018 04h00

A estudante Thais Ferreira da Silva, 24, de Campo Grande (MS), é uma mulher negra de pele clara. Apesar de sofrer preconceito, ela sabe que tem "menos dificuldades" e consegue se misturar muito mais em ambientes brancos, como a faculdade onde cursa moda, do que pessoas de pele mais escura. Isto porque existe o colorismo. "É uma hierarquização na tonalidade da pele e dos traços negros", explica o antropólogo Helio Menezes, pesquisador do Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença da USP (Universidade de São Paulo). "Quão mais clara for a pele, mais próxima do ideal branco de beleza a pessoa estará e mais o a certos setores da sociedade ela vai ter".

O termo colorismo surgiu nos anos 1980 e tem ganhado força no debate racial brasileiro há cerca de dez anos, uma vez que a maior parte dos habitantes do país se autodeclara como parda. De acordo com pesquisa feita em 2016 pelo IBGE, 44,2% dos 205,5 milhões de brasileiros se consideram pardos. Os pretos representam 8,2% da população. Assim, negros correspondem a 52,4% dos habitantes do Brasil -- o Instituto de pesquisa inclui pessoas pretas e pardas na categoria de negros. 

"Na lógica do colorismo e embranquecedora, quanto mais próximo do expectro da pessoa branca, a pessoa vai sofrer menos dificuldades comparativamente às pessoas com a pele mais escura", fala Menezes. "Pessoas negras de pele mais clara têm, em geral, maior índice de matrimônio, maior possibilidade de sair em capas de revistas?", exemplifica o antropólogo. Camila Pitanga é citada pelo especialista como uma das artistas negras que acabam se beneficiando por esta lógica.

Isto, no entanto, não exclui a possibilidade de que esta parcela da população, incluindo Camila, sofra discriminação. Mesmo sendo considerada "morena" por muita gente, Thais cresceu ouvindo da mãe que não deveria mexer na bolsa dentro de lojas para não pensarem que ela está roubando alguma coisa. "Se a polícia tivesse que parar uma mulher suspeita de um assalto, ela não pararia uma branca se me visse primeiro", diz.

"Os pardos também compõem as estatísticas de menor o a escolas, maior incidência de violência policial. O racismo sofrido por pessoas negras de pele clara difere do sofrido pelo indivíduo de pele retinta na intensidade, não na qualidade", afirma Helio Menezes.

Pardos são negros?

Uma outra questão que, muitas vezes, aparece aliada ao colorismo é a tentativa embranquecimento da população. Pessoas negras de pele clara são, comumente, chamadas de "morena", "cor de jambo". São termos usados para evitar chamar um indivíduo de preto e negar a negritude dele. 

"Como esta população é marcada por situações como a violência e o racismo, chamar alguém de negro se tornou ofensivo, pejorativo", explica Alexandro Silva de Jesus, doutorando em sociologia e professor do curso de museologia da Universidade Federal de Pernambuco. "Eu mesmo sou um negro com a pele escura e já ouvi que sou 'moreno'. Quando me chamam assim, essas pessoas querem me levar para um lugar de conforto".

Segundo Alexandro, esta parcela da população até pode ser bem-intencionada, porém está, de certa forma, sendo racista. "O racismo é estrutural e pode ser reproduzido por pessoas sem nenhuma maldade".

Porém, com o debate sobre identidade racial em ambientes acadêmicos e políticas de inclusão, pessoas que antes se consideravam brancas por terem menos melanina na pele e/ou traços mais finos estão se declarando negras. Entre 2012 e 2016, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do Instituto de Pesquisa deu conta que o número de pessoas que se autodeclaram pretas aumentou 14,9%.

Thais foi uma das pessoas que "mudou de time". Em 2014, a jovem viajou para Salvador, na Bahia, onde a população é maioria negra, e se sentiu muito mais acolhida. "Era uma coisa de identificação, é como se estivesse em casa", diz. Foi quando ela começou a se declarar negra.

Imagina só viver a vida toda entre uma coisa e outra. Não sabendo exatamente qual turma é a sua. Pode ser bem solitário, certo? Thais se sentia mais ou menos assim até encontrar acolhimento no movimento negro. "Eles me entendem de uma forma que nenhum branco me entenderia", diz.

Helio diz que dividir a população entre os negros e "morenos" seria uma forma de tirar a possibilidade das pessoas pardas se unirem e criarem uma rede de identificação. Mesmo eles tendo certos privilégios. "Você joga o indivíduo neste 'quase lá', neste etcetera", explica Helio Menezes. "Ele não se vê como um ser completo com uma cultura, mas como um híbrido sem identidade. É uma violência simbólica tremenda".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do publicado anteriormente, a população brasileira é de 205,5 milhões de pessoas.