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Como Camila, da novela, elas se formaram para honrar luta de suas mães

Paloma Macedo e a mãe Maria José falam sobre importância da faculdade - Reprodução/Instagram
Paloma Macedo e a mãe Maria José falam sobre importância da faculdade Imagem: Reprodução/Instagram

Nathália Geraldo

De Universa

29/11/2019 04h00

Quando Camila (Jéssica Ellen) subiu ao púlpito no dia da formatura e dedicou o diploma à sua mãe, Lurdes (Regina Casé), no primeiro capítulo da novela "Amor de Mãe", da TV Globo, o esforço de muitas mulheres que batalham para que seus filhos cheguem à faculdade ganhou espaço na telinha. No discurso, Camila conta sobre os obstáculos que Lurdes precisou ultraar para que ela estudasse e que, por isso, aquela conquista era dela.

É fato que histórias de superação de dificuldades financeiras e de falta de o ao Ensino Superior são bonitas e inspiradoras. Mas infelizmente, também são exceção em um país que mulheres negras na vida acadêmica ocupam quase sempre lugar de pioneirismo e de quebra de barreiras.

É com muita renúncia, batalha e perrengues da família e, por vezes, de mães que as criam sozinhas, que mulheres como Camila chegam na cerimônia de colação. Na trama global, ela se formou em História para se tornar professora.

Camila (Jéssica Ellen) em Amor de Mãe - Gshow/ Isabella Teixeira - Gshow/ Isabella Teixeira
Camila fez discurso no primeiro capítulo da novela dedicando seu diploma à sua mãe
Imagem: Gshow/ Isabella Teixeira

As histórias de vida da especialista em experiência do cliente, Paloma Macedo, 25 anos, formada em Gestão Empresarial e em Geografia, e da historiadora Anna Carolina Pereira de Araújo, 26, que obteve seu diploma na Universidade de São Paulo (USP), são parecidas também por serem raras.

"Quando a mulher se desprende dos estereótipos dentro de uma estrutura social racista ela é a exceção da exceção", pondera Paloma.

Para Universa, elas contam como foi entrar na faculdade com o amor — representados por muita luta — de suas mães.

Faculdade: "salvação"

Paloma Macedo - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Paloma fez duas faculdades, e defende que ser mulher negra no Ensino Superior ainda é "exceção da exceção"
Imagem: Reprodução/Instagram

A chegada ao Ensino Superior para Paloma Macedo foi permeada pela lógica de que a faculdade era uma "salvação". Estudar era sinônimo de que os jovens não iriam para atividades como o tráfico de drogas, para sua família.

Assim, quando saiu do Ensino Médio, ela resolveu entrar em um curso de Gestão Empresarial em uma Fatec, a Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Para ter mais chances de entrar, escolheu um curso com baixa procura. A unidade também era bem próxima à sua casa, no Jardim São Luis, na Capital, para que não gastasse com condução.

"Não ia ter que gastar com mensalidade, nem com transporte e comida. Avisei minha mãe que só teria os custos da xerox, então, consegui convencê-la de que podia parar de trabalhar para estudar".

No dia da matrícula, Paloma conta que viu a fila de mães que esperavam para ir visitar seus filhos em uma unidade da Fundação Casa que fica na mesma rua. "Quantas mães não descem lá para ir visitar os filhos presos? E eu ia com a minha para fazer minha matrícula. Foi uma cena muito forte".

Nos três anos de curso, Paloma sentiu as deficiências deixadas pelo ensino público em Cálculos, em Inglês, mas não desistiu. Em alguns momentos, precisou aliar os estudos e o trabalho "justamente para pagar as xerox". Depois de pegar o diploma e após algum tempo desempregada, Paloma foi trabalhar em um call center. Apoiada por sua mãe, no entanto, ela não deixou de lado o sonho de fazer outra faculdade. Foi quando descobriu que queria fazer Geografia.

A segunda faculdade e a vez da mãe

"Fiz um acompanhamento com um coach que tinha no trabalho e, por gostar de geopolítica, decidi que queria fazer Geografia. Me matriculei em uma faculdade pelo Fies e, por eliminação de matérias da primeira faculdade, me formei em dois anos em uma faculdade particular".

A mesma que recebeu Maria José, mãe de Paloma, algum tempo depois para que ela realizasse um sonho antigo: fazer uma faculdade de Pedagogia. Ela tinha 55 anos.

"Ninguém conseguiu fazer faculdade na minha família, então, quando vim para São Paulo de Maceió, tentei fazer, mas tive que ir trabalhar. Fui auxiliar de enfermagem e depois que Paloma e minha outra filha Jessica se formaram falei: 'agora é minha vez'".

Mesmo com uma doença rara no sangue, chamada púrpura trombocitopênica idiopática (PTI), e um episódio de paralisia facial, Maria José assistiu às aulas, fez estágios e completou o curso. "Foi muito gratificante". De presente, recebeu o anel de formatura das filhas. "Só entendi o valor que a faculdade tinha para ela quando entregamos o anel. Ela disse que sempre quis ganhar um", relembra Paloma.

"Ela juntou dinheiro para eu fazer cursinho e entrar na USP"

Anna e a mãe Silvia Amor de Mãe - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Silvia fez planejamento para que Anna fizesse cursinho e asse em universidade pública
Imagem: Arquivo Pessoal

Anna Carolina Pereira de Araújo se formou em História, como a personagem de Jéssica Ellen, mas sem a intenção de lecionar. "Eu escolhi o curso porque tinha uma curiosidade de saber de onde vêm as coisas, o movimento das pessoas", explica.

A decisão foi apoiada especialmente por sua mãe, Silvia Regina Pereira de Araújo, aposentada do serviço público federal e advogada de formação. Por ela mesma ter conseguido um diploma, ao lado de mais duas pessoas dentro da família, sabia bem a importância de que Anna também tivesse um. A meta, no entanto, era que a jovem entrasse em uma faculdade pública e "de nome".

"Fiz o Ensino Médio em escola pública e durante todo o período minha mãe guardou dinheiro para que eu fizesse cursinho particular para conseguir entrar em faculdades públicas. Foram dois anos nas aulas, e no segundo, trabalhando em bicos também. Mas me dediquei aos estudos: ei em História na USP, na Unesp e na Unicamp".

Para Anna, formada em agosto deste ano e que hoje trabalha como historiadora de acervos, o apoio da mãe em todas as etapas foi fundamental para que terminasse o curso. "Eu tive muito apoio da minha família, mas o maior foi da minha mãe, que me criou sozinha", diz.

"Ela não deixou eu me desviar do meu sonho, porque fiquei tentada a fazer outros cursos para ter estabilidade financeira. Ter minha formação foi preocupação e motivo de muito trabalho durante um bom tempo da vida dela. Então, eu acredito que isso foi um esforço conjunto de muitas pessoas, mas especialmente meu e dela".