Kyra Gracie fala de gravidez: "Vai ter um baby boom depois da quarentena"

Mãe de Ayra, 5 anos, e Kyara, 3, a lutadora de jiu-jítsu e empresária Kyra Gracie anunciou, no último dia 28 de maio, a espera de um terceiro filho de seu casamento com o ator Malvino Salvador.
"Vai ter um baby boom aí depois da quarentena", brinca ela em conversa com Universa, por telefone. Herdeira da família que saiu de Belém para espalhar o jiu-jítsu pelo país, Kyra, 35, conseguiu reunir apenas alguns dos seus integrantes para celebrar a novidade pelo Zoom, por causa do isolamento social provocado pelo novo coronavírus. E garante não estar com medo de gerar uma criança em época de pandemia.
Apesar dos enjoos e do cansaço que anda sentindo, ela segue dando aula online de defesa pessoal para mulheres e crianças. E assegura: "Não ensino ninguém a bater em ninguém, a ser a agressora, mas sim a sair de uma situação que possa levar à morte".
Muitas mulheres anunciaram a gravidez durante a pandemia. Não dá medo?
Vai ter um baby boom aí depois da quarentena [risos]. Mas não tive medo. A minha primeira gravidez foi na época do vírus zika, que provoca a microcefalia. E a gente aqui tem cuidado com a imunidade, alimentação, exercício físico. Não dá para não viver por causa dessas coisas que acontecem.
Quais as maiores diferenças entre as gestações?
Os exames. A ultrassonografia não tem como fazer por Facetime, mas o resto a gente está fazendo por teleconsulta. Até os exames de sangue a enfermeira vem aqui em casa para coletar o material.
Suas duas meninas nasceram de parto normal. Você pensa num possível parto em casa, se a quarentena continuar?
Quando a neném nascer, espero que isso tudo já tenha acabado. Mas não a pela minha cabeça ter em casa. Quero mais um parto normal, como fiz antes, mas sinto mais segurança se for no hospital.
Sua academia, a Gracie Kore, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio de Janeiro), está fechada desde o início da quarentena. Como ficaram seus negócios?
Sofrendo, como a maioria. Graças a Deus conseguimos manter o quadro de funcionários -- e isso por causa do e que tivemos dos alunos, que continuam pagando a mensalidade. Desde que tivemos que fechar a academia, amos a dar aula online. Temos três aulas por dia em grupo e algumas particulares.
Por causa da quarentena, acompanhamos o aumento de casos de violência doméstica. Sentiu que mais mulheres têm procurado as aulas de defesa pessoal?
A procura está a mesma. Mas infelizmente recebo muitos depoimentos de mulheres, além de vídeos de câmeras de segurança, mostrando agressões, e o isolamento as potencializou. Faço a minha parte, que é trabalhar a defesa pessoal de modo que elas se sintam seguras. O mais importante é que não ensino ninguém a bater em ninguém, a ser a agressora, mas sim a sair de uma situação que possa levar à morte. É mais interessante ter uma chance do que nenhuma. Nosso objetivo é prevenção, sair sem machucar o agressor e fazer qualquer coisa para salvar a vida.
Você tem um projeto de incluir o jiu-jítsu nas escolas. Em que pé estão as negociações?
Já tivemos audiência pública em Brasília, para apresentar o projeto, e foi bem positiva. A gente está esperando a segunda etapa. Leva um tempo. São três etapas para a lei ser aprovada junto ao MEC (Ministério da Educação) e depois ser inserida em algumas escolas como teste. Lembrando que qualquer um pode fazer. Dou aula para crianças a partir de 2 anos e minha aluna mais velha tem 74. Não precisa ser atleta nem ter força física. Qualquer pessoa aprende a se defender.
Você é mãe de duas meninas. Como contribuir para que, quando elas crescerem, se defendam do machismo?
O mais importante é criar crianças autoconfiantes e que saibam falar "não". E isso desde pequena, nas pequenas coisas, como na escola, quando a criança ou adolescente faz alguma coisa para agradar ao amiguinho mais popular. É se posicionar para não sofrer bullying. Quem sofre o bullying carrega traumas psicológicos por toda a vida, e isso influencia para que a mulher aceite um relacionamento abusivo. A gente tem trabalhado para que haja penas mais duras, para que os homens se conscientizem de que é errado bater em mulher, mas é uma situação que vai continuar acontecendo -- infelizmente. Então a gente tem que preparar nossas filhas para isso.
Quais os tipos de machismo machucaram mais você?
A minha questão com o machismo foi o preconceito grande por fazer jiu-jítsu. As pessoas me olhavam diferente e sugeriam que escolhi o jiu-jítsu por ser gay. Isso que eu mais senti na pele, mas nunca ei por uma situação agressiva.
Liberar o uso de arma ajuda a mulher a se defender?
Prefiro acreditar no jiu-jítsu para você não depender de arma. Porque independentemente de ela ser aprovada ou não, alguém pode tirá-la de você. E, a partir do momento que alguém te tira a arma, você perde seu poder. Sou totalmente contra a violência.
Essa pandemia mudará de vez as relações?
Sim. Minha família, por exemplo, é gigante, e damos muito valor a ela, a olhar no olho, abraçar. Acho que as pessoas que não têm isso vão começar a olhar mais para essa questão.
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