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Barra adaptada e Cisne Negro no teatro: bailarina com nanismo faz história

Jéssica Diana Mesquita é a primeira bailarina com nanismo a se formar pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) - Arquivo pessoal
Jéssica Diana Mesquita é a primeira bailarina com nanismo a se formar pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) Imagem: Arquivo pessoal

Marcela De Genaro

Colaboração para Universa

15/10/2020 04h00

Jéssica Diana Mesquita, 29 anos, ou Jeeh Diana, como gosta de ser chamada, é bailarina, professora de balé, confeiteira e futura publicitária. Entre todas as atividades, a dança é a grande paixão. Mas, quando mais nova, ouviu que seria incapaz de dançar nas pontas dos pés. Doeu, mas nada a impediu e, sim, na ponta das sapatilhas, ela se tornou a primeira bailarina com nanismo a se formar pela Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA).

A história de Jeeh, que nasceu em Belém (PA) e mora em Ananindeua, há 30 minutos da capital, com a dança, começou cedo. Aos 5 anos, ela fazia parte de um projeto social, mas teve que parar aos 9, por problemas de saúde. Seu retorno ao uso de collant, tutu, sapatilhas e afins foi aos 16, quando ganhou bolsa de estudo em uma escola de dança profissionalizante em Belém. Foram 2 anos estudando até que, enfim, aria a usar a sapatilha de ponta.

"No terceiro ano, no momento em que a bailarina sobe na sapatilha de ponta, a professora me disse que eu não conseguiria, que meu pé não teria sustentação, que não era um pé adequado para bailarina", conta Jeeh.

A bailarina ficou frustrada. Chegou em casa e disse que não voltaria. Parou de estudar, perdeu a bolsa. Depois foi ao médico que a acompanha desde criança, que contrariou a professora de balé. Jéssica poderia sim subir na sapatilha de ponta, dançar o que fosse, que o pé a sustentaria.

"Me deu vontade de pegar os exames e esfregar na cara da professora, mas minha mãe me segurou: "Calma, não!'. É que sou pavio curto. Não pise no meu calo, mas minha mãe é mais pacífica", confessa a bailarina. Sua mãe é a única pessoa da família que também é portadora de nanismo. Ela trabalha como professora infantil na rede municipal.

Jéssica foi trabalhar em banco e só retornou ao estudo de dança anos depois, através do grupo de dança da igreja. Em 2016, conheceu a Escola de Teatro e Dança da UFPA através de um amigo:

"Fiz a prova para a escola, que permite a formação em nível técnico de dança clássica. Eram 30 vagas, 60 pessoas fizeram, 10 aram. Eu estava entre esses 10, linda e maravilhosa", diverte-se.

E lá, sim, fez suas aulas de ponta logo no primeiro semestre. No início das aulas resumiu sua história para a professora e disse que havia aprendido a parte que antes lhe fora negada via vídeos. A professora, então, lhe foi sincera:

Barra adaptada: Jéssica quis aproveitar seu período de estudo para deixar um legado para outras pessoas com deficiência - acervo pessoal - acervo pessoal
Barra adaptada: Jéssica quis aproveitar seu período de estudo para deixar um legado para outras pessoas com deficiência
Imagem: acervo pessoal

"Ela me disse que nunca vamos aprender pela internet, mas que estava ali para me ajudar. Pronto, quando ela falou isso, me acabei de chorar. Está bem, professora, estou aqui para aprender".Quando começou o curso, em 2018, não havia nada adaptado na escola. Nem sala, nem escada, nem lanchonete. Determinada, ela quis aproveitar seu período de estudo para deixar um legado para outras pessoas com deficiência (PCDs).

"Pedia à coordenadora a minha barra adaptada, porque a barra tradicional pega na altura do meu ombro e eu não conseguia fazer os exercícios normais. Quando voltei das férias no segundo semestre de 2019, tinha uma barra adaptável preta móvel do meu tamanho, fizeram uma manutenção do elevador para cadeirantes, colocaram mesas adaptadas na lanchonete, adequaram o balcão", conta, feliz, a conquistadora.

Jéssica terminou o curso no fim do ano ado, mas, por conta da pandemia, a formatura, que seria em março, foi adiada. Enquanto isso, mesmo com um chão não adequado em sua casa, pediu ajuda à coordenadora, via videoconferência, para desenvolver o seu primeiro solo: nada menos que Cisne Negro.

"Não vou te dizer que hoje, apesar de formada, estou 100%. Não dá para fazer um espetáculo inteiro na sapatilha de ponta. Para o Cisne Negro, minha coordenadora fez adaptação de algumas coisas. Ela disse: 'sabe que 'isso' você não vai fazer, né? Vamos substituir por outro exercício'. Antes, se alguém me dissesse algo assim, mesmo que eu me quebrasse toda, ia lá e tentava", pondera Jéssica.

Jessica fez uma performance de Cisne Negro para gravar um vídeo documentário no Teatro da Paz, em Belém - Acervo pessoal - Acervo pessoal
Jessica fez uma performance de Cisne Negro para gravar um vídeo documentário no Teatro da Paz, em Belém
Imagem: Acervo pessoal

Foi assim que no dia 25 de agosto a pequena bailarina, como ela mesma se chama no Instagram, realizou um dos seus grandes feitos. Apresentou Cisne Negro para gravar um vídeo documentário no Teatro da Paz, em Belém, local contruído em 1878 e considerado um teatro monumento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Inédito, o vídeo será apresentado no 2º Encontro Nanismo BR no dia 25 de outubro, Dia de Combate ao Preconceito às Pessoas com Nanismo.

Jéssica segue estudando com uma bolsa numa outra escola, fazendo balé clássico, dança contemporânea e planeja conseguir o diploma da professora de dança cubana. E não para por aí:

"Tenho o sonho de me apresentar no programa da Fátima Bernardes, que também é bailarina, e mostrar que não há limites para a dança. E assim que me formar em Publicidade quero fazer a licenciatura em dança, para poder dar aulas para maiores de 12 anos".