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Senhorita Bira: da prostituição às aulas de sociologia no YouTube

Mariana Gonzalez

De Universa, em São Paulo

17/10/2020 04h00

Silvio Santos nunca foi camelô? Existe monarquia no Brasil? É respondendo a perguntas como essas que Senhorita Bira, um jovem estudante de 24 anos, dá verdadeiras aulas de sociologia no YouTube — sempre intercalando citações a autores como Gilberto Freyre e Arthur Schopenhauer, com palavrões, gírias e referências da cultura pop, como "Chaves" e "Todo Mundo Odeia O Chris".

Cada uma das aulas, que duram cerca de 30 minutos, são preparadas com base nos conhecimentos que ele adquiriu na Universidade Federal do ABC, onde cursa Políticas Públicas, e também durante a prostituição e o trabalho como cuidador de crianças, pelo qual recebia menos de um salário mínimo por mês.

"Eu quero trazer temas acadêmicos de uma forma muito simples e ível para todos, quero compartilhar conhecimento de qualidade. E eu acho que a rua dá um pé no chão que a academia me tira, entende? A universidade te dá muita firula, te desconecta da realidade. Eu nasci numa família de classe média, meus pais são comerciantes, não tive grandes dificuldades na minha vida, mas, quando vim para a universidade, me envolvi com a prostituição por uma carência afetiva. Aí me perdi nos estudos, desandei, fui trabalhar e descobri como é a vida lá fora".

Apesar de se travestir desde sempre e ser um "gay orgulhoso", como se define, ele rejeita discussões como identidade de gênero e pronome neutro. O motivo? "A periferia a fome. O arroz está R$ 30. Não dá para explicar ao seu Zé, pedreiro, que veio da Paraíba para construir parede em São Paulo, que o João hoje não sabe se é Maria ou João, que ele não quer ser chamada de ela ou ele".

Senhorita Bira - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal
Senhorita Bira - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Imagem: Arquivo pessoal

Bira aprendeu com a avó materna a linguagem que usa hoje, de poucos termos acadêmicos. O português coloquial, ele acredita, serve para afastar as aulas da academia e aproximar dos "alunos", do outro lado da tela.

"Eu evito usar um tom acadêmico, trago ideias próximas à realidade das pessoas. Minha avó tem uma linguagem muito popular, mas consegue se adequar a quem está ouvindo. Fala de forma coloquial com quem fala coloquial e de forma culta com quem fala culto. Nos meus vídeos, eu falo 'fia, vem cá, vamo conversar mió'. A língua é viva, ela pode aproximar as pessoas e essa é a coisa mais bonita que eu aprendi".

Ele continua: "Infelizmente, quem eu queria que ouvisse não vai ouvir. Eu queria falar para o pobre que deveria saber que não é pobre porque é fraco, é pobre porque é explorado. Mas quem vai ver meus vídeos são pessoas de classe média, que estão na universidade, isso é muito triste", lamenta.

"Pindaíba lascada do pobre"

Bira, que prefere ser identificado apenas pelo apelido, rejeita o título de youtuber e diz que não quer ser uma personalidade da internet, mas um divulgador científico, "um Pirula negro". Para isso, publica apenas uma aula por mês e faz todo o processo sozinho - ou, como ele diz, "na pindaíba lascada do pobre": pesquisa, roteiro, cenário, gravação e edição.

O canal - O Algoritmo da Imagem, onde faz "análises com base na sociologia e na semiótica de empresas, políticos e celebridades" - começou a ser desenhado há mais de um ano, e Bira demorou para encontrar o tom com o qual se apresenta hoje.

"No começo, queria me desvencilhar da imagem de youtuber gay. Não que eu quisesse esconder que sou gay, pelo contrário, eu sou um gay muito orgulhoso, mas não queria ser mais um. Então eu deixei a voz mais grave, comecei a usar palavras rebuscadas, queria que fosse um tom de aula mesmo, mas eu assistia aos vídeos e ficava triste. Até que um dia liguei a câmera e falei normalmente, fazendo graça, e vi que aquilo era mais divertido, mais orgânico".