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Mulher enfrenta parto sob luz de celular no AP: "Achei que fosse morrer"

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Júlia Flores

De Universa

14/11/2020 10h45Atualizada em 14/11/2020 13h29

O Amapá está há 12 dias sem luz. No segundo dia de apagão, que atingiu 13 das 16 cidades do estado, Elaine Neves ou por um dos momentos mais complicados de seus 38 anos: entrou em trabalho de parto e, sob risco de vida, se viu numa sala de cirurgia no escuro.

Ela já sabia que o procedimento seria de risco. Pela idade, por ser diabética e pelo bebê pesar mais de 4 quilos, havia indicação de cesárea. Quando ela chegou no Hospital da Mulher Mãe Luzia, na manhã do dia 4 de novembro, Macapá já havia ado a noite no escuro.

"Na quarta-feira pela manhã eu fui internada, o gerador já estava funcionando havia muitas horas no hospital. De vez em quando ele apagava. Quando eu entrei na sala de cirurgia, deitada na maca, a energia caiu", conta Elaine. E não voltou mais. Além de tomar anestesia, foi necessário que a mãe também tomasse um sedativo, por indicação médica.

Sarah Beatriz é a quarta filha de Elaine e Bruno Neves. O casal é pastor e líder de ministério de uma igreja local e mora no bairro de bairro Bioparque, uma parte rural da capital Macapá. "Não esperávamos que a Sarah fosse nascer nesse momento de adversidade. A Elaine engravidou antes da pandemia. Quando estávamos nos reerguendo desse momento difícil, já na semana em que o parto estava programado, houve o apagão", conta o marido.

Elaine e Bruno com a bebê - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A mãe Elaine Neves e o pai Bruno posam com a recém-nascida Sarah Beatriz
Imagem: Arquivo pessoal

Dar à luz em meio à escuridão

Em conversa por vídeo com a reportagem, Elaine chora ao lembrar do momento do parto. Ela agradece a atenção e o acolhimento da equipe médica, que ela chama de heróis. "A equipe foi muito atenciosa, fizeram de tudo para que acabasse logo. Eles tiraram a neném da minha barriga, eu não me recordo de ter visto a Sarah, eu só fui vê-la depois", conta Elaine, que também previa uma laqueadura após o parto. "Quando eu fui levada ao quarto, a médica me explicou que, para evitar complicações e como eu estava sentindo muita dor durante a operação - mesmo sedada eu gritava de dor -, eles não conseguiram finalizar a laqueadura."

Das memórias desse momento, que poderiam ter sido de alegria e celebração, uma cena ficou registrada: "Eu lembro da médica falando com a equipe: 'Corram para outra sala e peguem lanternas'. Foi nesse momento que me sedaram. Eles finalizaram os pontos da minha barriga sob a luz do celular".

O processo foi desesperador sim, eu pensei que não fosse sobreviver por não ter energia para finalizar o procedimento

A cirurgia durou cerca de uma hora. Do lado de fora do hospital, sem receber notícias da mulher, Bruno experimentava o que ele descreve como um filme de terror. "Quando eu cheguei no hospital, estava uma correria fora do normal. O hospital todo no escuro. Atendentes, enfermeiros, todos correndo. Neste momento eu orei."

Por causa da falta de energia, o pai não tinha mais bateria de celular e estava sem se comunicar com a mãe.

Após o procedimento, Elaine foi levada para o quarto. "A primeira vez que eu vi a Sarah eu já tinha saído do centro cirúrgico e minha amiga enfermeira que acompanhou o parto me falou que a bebê estava bem. Quando ela chegou com a Sarah, eu estava desesperada, naquele momento a Sarah começou a chorar e desceu muitas lágrimas dos meus olhos, e eu peguei na mãozinha dela e disse: 'Minha, filha nós vencemos'."

"Senti muita raiva", conta o pai

Elaine conta que nos primeiros três dias depois do parto, ela não conseguia tocar no assunto. "Eu chorava muito, eu lembrava do desespero, de tudo o que eu ei, de não ter energia, do corre-corre", diz.

A indignação pelo momento caótico é compartilhada pelo casal: "Senti muita raiva por ter acontecido o que aconteceu em um momento tão lindo na vida de uma mãe", diz ele.

Há dez dias, o casal tenta contornar as dificuldades dos primeiros dias do pós-parto. Como estava tudo pronto para a chegada da bebê, eles contam que o apagão e a escassez de alimentos não afetaram a criança. "Quem sofreu mais foi a Elaine. Ela precisava de suco, precisava de fruta para poder gerar leite e amamentar, não tinha espremedor, não tinha liquidificador, não tinha líquido", diz Bruno, que pede socorro ao Amapá: "Esta situação é desumana e as autoridades não fazem nada".

Universa questionou a Secretaria Estadual de Saúde sobre a falha no gerador do hospital estadual durante o parto de Elaine, mas não teve resposta.

Em casa, a família comemora a chegada da criança. "Tudo isso vai ar. Amigos brincam e dizem que o nome dela não devia ser Sarah Beatriz, devia ser Sarah Luz", conta o pai. No final da entrevista, adiada duas vezes por problemas decorrentes da falta de energia, os pais apresentaram a criança à repórter, por vídeo. Com poucos dias de vida, a bebê nem imagina a batalha que já venceu.