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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Adote uma mãe solo: projeto ajuda mulheres a superar crises da pandemia

Erica Martins, idealizadora do projeto Adote Uma Mãe Solo - Arquivo pessoal
Erica Martins, idealizadora do projeto Adote Uma Mãe Solo Imagem: Arquivo pessoal

Breno Damascena

Colaboração para Universa

08/12/2020 04h00

Aos 53 anos, a diarista Neide Ferreira é mãe de três filhas: uma delas saiu de casa para morar em uma cidade no estado de Minas Gerais. Outra desapareceu há cerca de um ano e outra morreu. Essas duas últimas deixaram cinco filhos para Neide cuidar.

Nascida em São João del-Rei (MG), ela chegou ao Rio de Janeiro na juventude. Hoje, mora em Campo Grande, na zona oeste carioca. Viúva desde os 33 anos e responsável pelos cuidados dos netos —duas meninas e três meninos, o mais velho deles com oito anos—, precisou pedir ajuda para pagar aluguel depois de alguns meses da pandemia do novo coronavírus.

"A maioria das casas onde eu trabalhava era de pessoas idosas e elas ficaram com bastante medo. Até que algumas ainda continuaram me ajudando por dois meses, mas depois fiquei praticamente sem renda", diz. "Não recebi o auxílio-emergencial e até agora não sei o porquê."

Neide recorreu, então, à empresária Érica Martins, idealizadora do projeto Adote Uma Mãe Solo, criado em maio deste ano com o objetivo de auxiliar e acolher mães que estão enfrentando dificuldades financeiras e psicológicas durante a pandemia.

"Sempre ajudei as mulheres que me pediam socorro e tinha vontade de estruturar essa assistência em uma iniciativa, mas sempre acontecia algo e eu deixava para depois. Quando a covid chegou, o desemprego ficou altíssimo e a situação delas ficou ainda mais complicada. Não poderia adiar", explica Érica.

"Eram mães que não tinham com quem contar"

neide - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Neide Ferreira foi auxiliada pelo programa Adote uma Mãe Solo
Imagem: Arquivo pessoal

As primeiras mães atendidas pelo projeto foram justamente aquelas que ganhavam o Bolsa Família e não conseguiram receber o auxílio-mensal. Teoricamente, as mulheres atendidas pelo benefício têm direito à verba sem nem mesmo precisar se cadastrar, mas Érica afirma que isso não aconteceu na prática para várias delas.

"E aí foi desespero total. Essas mães logo perderam seus trabalhos: muito restaurante fechou, faxineiras foram dispensadas..."

Diante do cenário desolador, Érica começou a receber mais pedidos de socorro. Por não conseguir ajudar sozinha, ela decidiu convocar outras pessoas e criou uma vaquinha online para os amigos participarem. Foram os primeiros os do Adote Uma Mãe Solo. "Eram mães que não tinham com quem contar, a quem recorrer", diz.

"Uma das mães com quem conversei, por exemplo, estava em um nível de tensão máximo. Sem comida em casa, resolveu dividir os filhos. Com três crianças para alimentar, ela deixou a filha de nove anos na casa de mãe e a criança foi abusada por um tio. Agora ela carrega essa culpa", conta.

"Outra mulher tinha oito filhos e disse que queria se matar. Antes da pandemia, trabalhava como diarista e mal conseguia se sustentar. Com a quarentena, de um dia para o outro, ela ficou sem trabalho e as circunstâncias pioraram", conta Érica, para indicar que além de ajudar com doações, também é necessário cuidar do lado emocional dessas mulheres.

Para isso, ela também conseguiu, com a ajuda de amigos, apoio psicológico para as mães. Aos poucos, Érica lembra, pessoas de vários estados começaram a lhe pedir ajuda. Atualmente, o grupo de WhatsApp que reúne essas mães conta com mais de 50 integrantes. "A fome abala emocionalmente, mas é preciso ir além. Uma cesta básica não dura muito tempo", explica. "Na maioria das vezes, o que essa mãe precisa é de um emprego, mas, às vezes, é alimentação, às vezes, é aconselhamento jurídico, às vezes, é educação", diz.

Começou então a procurar outros voluntários. De advogadas, para ajudar essas mulheres a conseguir o auxílio-emergencial, e manicures profissionais —para dar cursos sobre o ofício às mães—, a professores de inglês. Atualmente, Érica busca voluntários para dar aulas de reforço escolar, com o objetivo de auxiliá-las na realização do Encceja, prova para obtenção dos certificados do ensino fundamental e médio.

"Muitas dessas mulheres ainda são jovens, em média têm 34 anos de idade, e não tiveram a oportunidade de terminar o ensino regular. Porém, a maior parte das vagas de emprego disponíveis exigem, no mínimo, o ensino médio", diz Érica.

Ajuda no currículo e no aluguel atrasado

Mulher, negra e nascida na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, ela própria superou diversos obstáculos e, por isso, agora dedica boa parte do seu tempo para o projeto de acolhimento.

Filha de um pedreiro e de uma faxineira, Érica lembra que os pais tiveram que fazer sacrifícios e abrir mão de muita coisa para que ela pudesse frequentar a escola. "A grande maioria das pessoas não tem esse apoio. Eu tive uma chance, o meu irmão teve uma chance. Mas a grande maioria das pessoas periféricas e negras não tem essa chance. Então, se cada um fizer a sua parte, a gente pode melhorar", acredita.

Formada em publicidade e empresária, Érica diz que um dos focos do projeto é a educação. Ela ajudando mães a atualizar seus currículos e a se recolocar profissionalmente, enquanto arrecada doações.

Foi graças a esse apoio que Érica conseguiu pagar um aluguel de Neide, que estava vencido. "Estava com três meses atrasados, prestes a ser despejada e muito nervosa. A Érica me levou para almoçar e me ajudou a me distrair. Ela me motiva a tentar fazer coisas boas", diz Neide.

Apesar das dificuldades, a diarista, que conta apenas com o apoio de uma vizinha que cuida de seus netos quando ela está fora, diz que faz planos para o futuro como o de, um dia, aprender a falar inglês. "Tenho tantos sonhos que é até difícil escolher um só."