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Com bebê prematuro e pouco dinheiro, ela vendeu fintech e virou executiva

Maria Teresa Fornea Caron - Divulgação
Maria Teresa Fornea Caron Imagem: Divulgação

Marcelle Souza

Colaboração para Universa

08/02/2021 04h00

Há um ano, a vida de Maria Teresa Fornea Caron, 35, virava de pernas para o ar. O filho Frederico se adiantou e nasceu prematuro em meados de fevereiro, antes que ela pudesse os contratos de investimentos que dariam um impulso ao seu negócio, a Bcredi, uma plataforma digital de crédito imobiliário.

No mês seguinte, março de 2020, o cenário se complicou ainda mais, e os hormônios do puerpério se somaram às incertezas da pandemia. "Os investidores fizeram novas exigências e, no fim das contas, o cheque não veio. Fiquei quase sem dinheiro em caixa". Poucos meses depois, no entanto, a maré voltava a ser favorável.

A Bcredi é uma das principais startups brasileiras especializadas em empréstimos com garantia de imóvel e crédito imobiliário. Com formato atrativo para o mercado, a fintech recebeu, ainda em 2020, uma proposta de compra pela Creditas, que atua no mesmo setor. O negócio foi fechado em janeiro de 2021, dando fim ao período difícil que a empresa ou no início da pandemia.

"Eu sabia que o negócio tinha potencial e havia uma carência de mercado, mas ninguém abre uma empresa querendo vendê-la. Vi que essa era uma oportunidade de potencializar o nosso propósito, com o auxílio de um grupo forte e capitalizado como Creditas", diz Maria Teresa, que assume o posto de vice-presidente de crédito da companhia.
"Na Creditas, eu chego para aprender com o pioneirismo e a inovação, mas também para contribuir com a minha energia de empreendedora, de fazer acontecer, de movimentar as coisas", afirma.

O valor da operação não foi divulgado e a transação ainda precisa ser aprovada pelo Cade (Conselho istrativo de Defesa Econômica).

Como se constrói uma empreendedora

Quando foi se inscrever para o vestibular, Maria Teresa ficou dividida entre a economia, que a interessava, e o direito, desejo do pai, que em casa sempre tinha a palavra final. Na dúvida, começou os dois cursos.

Aos 18, entrou no Citibank e optou pelo direito, já que as aulas à noite permitiam que ela estudasse e trabalhasse.
"Eu venho de uma criação patriarcal, então sempre quis ser independente, ter a minha própria vida. Comecei a trabalhar abrindo contas correntes, emitindo cartões. Nessa época, lembro que sofria bastante em algumas aulas, pensava: o que eu estou fazendo aqui? Hoje vejo que a formação em direito me ajudou em vários sentidos", diz.

Com dedicação, logo cresceu no Citibank. De estagiária, foi contratada e virou assistente. Quase quatro anos depois, foi para o Banco Bari para trabalhar na criação da Companhia Hipotecária, onde aprendeu sobre o mercado imobiliário e como montar um negócio. "Essa foi quase que uma experiência de empreendedorismo", afirma.

Foi para os Estados Unidos em 2013 fazer um MBA sobre o mercado imobiliário e, na volta, no cargo de diretora executiva no Banco Bari, sentiu que era hora de mudar. "Cheguei com vontade de tornar o negócio melhor e mais eficiente, com foco no cliente, mas a empresa era mais 'old school' e ali eu senti que tinha limites", diz.

"Foi um período confuso da minha vida, porque não me encaixava mais e comecei a pensar em criar uma empresa digital." Foi assim que nasceu, em 2017, a Bcredi, uma aposta de Maria Teresa para tornar o o a crédito imobiliário mais barato e fácil. O objetivo era melhorar a experiência do usuário e reduzir a burocracia, tudo isso com o uso da tecnologia. Só que colocar o negócio em pé exigiu bastante esforço da advogada.

Eu queria mais autonomia, criar uma nova cultura, mas à medida que você traz investidores, o peso aumenta, a pressão também, e eu me senti muito sozinha. Também levei um tempo para dividir as responsabilidades e acabei acumulando muitas

Até 2018, o Banco Bari era o único sócio da Bcredi. Em seguida, Maria Teresa quis ter mais independência e partiu em busca de novos investidores e outros parceiros para a startup. Com os aportes, a Bcredi cresceu e, em 2020, foi tudo ou nada.

Planos frustrados por pandemia e um bebê a caminho

Maria Teresa Fornea Caron - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

No início do ano ado, as expectativas eram ótimas, mas os planos foram frustrados pelo início da pandemia e os freios dos investidores. Sem dinheiro, a única saída de Maria Teresa era cortar despesas, e naquele momento 80% delas estavam concentradas em recursos humanos.

Até hoje eu me emociono, foi uma fase muito difícil. Eu tinha acabado de ter meu primeiro filho, estava super sensível e acabou o dinheiro. Chorei muito, me senti culpada quando tive que fazer desligamento em massa, decidir quais critérios para demitir quase 60 pessoas

Poucos meses depois, veio a proposta da Creditas para comprar a startup. O modelo de negócio digital e inovador era interessante para o mercado, e Maria Teresa já tinha recebido ofertas anteriores. "Eu não sabia negociar, então tive que ter muita calma, e alguns mentores me ajudaram a tomar a melhor decisão", diz.

No mercado financeiro, ainda predominante masculino, não é fácil escutar alguém dizer que chorou ao demitir pessoas ou que pediu ajuda para resolver um problema. No caso de Maria Teresa, foi com a terapia que ela aprendeu que dava para ser chefe, empreendedora e falar de negócios sem deixar de lado o diálogo, a intuição e a sensibilidade.

"Convivi muito com uma liderança pouco inclusiva, de homens mais velhos, e por um tempo eu acabei me masculinizando para jogar o jogo. Hoje penso que bons líderes são os que promovem espaços de troca", afirma a executiva.

Nesse meio, uma de suas inspirações vem de Cris Junqueira, cofundadora do Nubank, sua colega de MBA e com quem tomou vários cafés para falar dos desafios do mercado financeiro. "Ela é uma referência como negócio e liderança feminina", diz.

Sensação de fracasso dentro e fora de casa

Maria Teresa diz que no auge da crise chegou a duvidar da sua competência e sentiu uma sensação de fracasso. Mas não foi no mundo dos negócios que a síndrome de impostora foi mais forte.

"Recentemente, o desafio tem sido no lado dona de casa e mãe, porque a gente se cobra muito, que tem que resolver todos os problemas, performar bem em tudo", diz. "Comecei a pensar sobre quem sou eu como mãe, não quero ser igual a todas as outras. Eu amo trabalhar, mas ainda estou me achando como mulher", afirma a agora vice-presidente da Creditas.

Nessa nova etapa pessoal e profissional, Maria Teresa diz que pretende trabalhar de forma mais equilibrada e focada, dedicando um tempo à família.

"Olhando para trás, vejo que fiz algumas coisas de forma atropelada. Minha vida pessoal ficou bagunçada, mas eu acho que não tem outra forma de empreender, é intenso mesmo", diz. "A maternidade colocou as coisas no lugar, vou trabalhar agora muito melhor, de maneira mais eficiente, mas respeitando os meus limites", afirma.