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"ei 17 meses presa por um crime que não cometi"

A estudante de direito Maiara Alves da Silva, 28,  de Maceió (AL), ficou um ano e cinco meses presa injustamente - Arquivo pessoal
A estudante de direito Maiara Alves da Silva, 28, de Maceió (AL), ficou um ano e cinco meses presa injustamente Imagem: Arquivo pessoal

Maiara Alves da Silva, em depoimento a Carlos Madeiro

Colaboração para Universa, em Maceió

30/06/2021 04h00

"No dia 10 de março de 2019, acordei com a Polícia Civil em minha porta. Chamaram meu nome com um mandado de prisão, com uma condenação a 24 anos pelo latrocínio contra um taxista, ocorrido aqui em Maceió (AL), em janeiro de 2014.
Ali era o fim da minha vida. Eu estava amamentando minha filha mais nova, que na época tinha oito meses. Além disso, era um momento de luto pela perda da minha mãe -- que faleceu em meus braços -- um mês antes.

Na hora da prisão fiquei em pânico. Meus três filhos estavam em casa, vendo aquela cena, e minha bebê chorando, pedindo meu colo. Fui conduzida à Delegacia de Homicídios e, enquanto tentava minha defesa, ouvia coisas absurdas! Quanto mais falava que era inocente, mas eu era ironizada. Um dos presentes chegou a dizer: 'a bandida é estudada'. Fiquei em silêncio.

No meu processo não houve a audiência, e houve o julgamento e não fui comunicada. Quando soube, já estava sentenciada. Não fui ouvida, não tive chance de defesa.

Fui encaminhada para o sistema prisional no mesmo dia da prisão. Colocaram-me em uma cela sozinha, enquanto minha filha de oito meses gritava por mim. Fiquei em desespero e sem ação.

Após oito dias, sai da triagem e fui para o módulo. Os primeiros dias foram os mais torturantes. Chorava muito com saudade dos meus filhos, e a revolta estava muito presente naquele momento. Não entendia o porquê de estar ali. Foi quando comecei a buscar refúgio em Deus.

Os meses foram ando, tentava contato com o advogado anterior, mas ele nunca apareceu. Aí me vi abandonada por ele também. Meus filhos ficaram com a minha ex-cunhada durante esse tempo, não obtive direito a visitas durante o tempo que fiquei lá. Tive dor, saudade, humilhações. Tudo ali era motivo de revolta, que acabei transformando em fé.

Na prisão, fiz curso de corte e costura, comecei a trabalhar na limpeza do sistema, fazia as orações da noite (as meninas oram às 19h). A convivência sempre foi tranquila, e sempre fui querida pela maioria das meninas.

Quando já estava há um ano presa, uma das meninas saiu e relatou meu caso para a advogada Fernanda Noronha.
Na semana seguinte, ela me visitou e perguntou o que havia acontecido. Como estava na pandemia, e Fernanda era do grupo de risco, ela ou para um colega de trabalho.

aram-se alguns dias e ela começou a analisar meu processo e viu a quantidade de erros que havia. Alguns dias depois ela retornou ao sistema e disse: 'Você é inocente! Eu vou te tirar daqui!'. Em um mês ela apresentou os erros processuais ao desembargador Washington Luiz, junto com uma carta escrita por mim um ano antes.

Consegui minha liberdade novamente no dia 7 de agosto de 2020. Um fato determinante para provar minha inocência foi o testemunho de um amigo advogado de Arapiraca (a 125 km de Maceió), que garantiu que no dia e hora do crime eu estava no velório do pai dele.

Ao sair, as meninas subiram nas grades e começaram a abalar a cadeia e todas gritavam: vai com Deus, Maiara, Deus é fiel. A doutora Fernanda falava que parecia o corredor da morte, envolta de lágrimas, e assim, saímos daquele lugar, aplaudidas pelas meninas do sistema carcerário.

A vida após a prisão

Antes de ir presa, tinha iniciado o curso de direito. Ao ter minha liberdade, retornei à faculdade, que é o meu sonho. Hoje, no terceiro período, me sinto mais forte e otimista para finalizá-lo. Sou grata à minha advogada, por também me incentivar a dar continuidade ao curso.

Pretendo exercer minha profissão com ética, para que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu comigo. Também pretendo prestar assistência às mulheres reclusas, fiscalizando processos que tenham indícios de inocência. Sabemos que em nosso país, há um grande índice de erros processuais.

Atualmente trabalho como autônoma. Não recebi nenhum apoio, nem psicológico ou financeiro. Até meu auxílio emergencial, enquanto estava reclusa, foi sacado por terceiros se ando por mim. Até hoje estou com processo em aberto contra a Caixa Econômica.

Luto para dar uma vida digna aos meus filhos, pois não tenho meus pais, nem familiares. Vou processar o Estado pelo erro.

A vida é algo surpreendente. Em meio a altos e baixos, ficou uma lição: "A fé é ilimitável. A justiça é falha, mas há um juiz maior em toda terra que julga com equidade."

*Maiara Alves da Silva, 28, é estudante de direito e ficou um ano e cinco meses presa injustamente no presídio Santa Luzia, em Maceió, até provar sua inocência e ser absolvida pelo Tribunal de Justiça de Alagoas