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Por que você se maquia? Para eles, é um reforço de identidade e expressão

Brenda Hermínia é maquiadora e criadora de conteúdo digital. Para ela, maquiagem é ferramenta para criar arte sobre a pele - Reprodução/Instagram
Brenda Hermínia é maquiadora e criadora de conteúdo digital. Para ela, maquiagem é ferramenta para criar arte sobre a pele Imagem: Reprodução/Instagram

Clara Novais

Colaboração para Universa

15/09/2021 04h00

O que te faz parar na frente do espelho e colorir o rosto? O apelo para que mulheres mantenham o costume é tão enraizado em nossa sociedade que, talvez, essa pergunta nunca tenha ado pela sua cabeça. Simplesmente, acorda e faz. Uma cobertura básica na pele para trabalhar, um batom vermelho para arrasar na balada, um olho esfumado no capricho para ir a um casamento... Seja qual for a motivação e o estilo, o fato é que 71% das entrevistadas pela pesquisa encomendada por Universa ao Studio Ideias, de São Paulo, têm o hábito de se maquiar.

A stylist Vanessa Teixeira é um exemplo. Tinha apenas 8 anos quando mergulhou neste universo. "Sempre fui muito vaidosa. Tinha aquele estojo de coraçãozinho, específico para crianças, e usava muito", relembra. Porém foi aos 14, assistindo a tutoriais na internet, que realmente aprendeu técnicas para criar os visuais que curtia. Hoje, aos 26, quase não sai de casa sem nada no rosto. "Eu me sinto sem identidade, incompleta, mesmo que a roupa esteja incrível", conta.

Já a historiadora Raquel Chequer, 56 anos, pinta a face até para ir à cachoeira. "É um ritual de beleza que está presente na minha vida desde a adolescência. Maquiada me sinto bem, melhora a minha autoestima", fala. Quando sai de casa sem nada a sensação é de estar "desleixada", o que afeta diretamente na sua segurança. "De maquiagem, me sinto amada por mim mesma."

Necessidade ou prazer?
Assim como elas, 45% das entrevistadas relataram a necessidade de usar make -- dessas, 60% têm prazer no processo. "Criei um ritualzinho, faz parte do meu rolê de manhã. Tomo café, escovo os dentes e me maquio", compartilha a empreendedora Flávia Pinho, 31 anos, proprietária do salão de beleza Glow Experience, em Belo Horizonte.

Formada em design de ambientes, a mineira decidiu transformar o hobby em carreira após ar por alguns processos internos e entender que queria trabalhar com algo que realmente lhe trouxesse satisfação. Ao procurar algo que gostasse de consumir e estudar a ponto de se dedicar, percebeu que a maquiagem preenchia todos esses requisitos.

Mesmo quando vai ficar em casa, Flavia segue a rotina completa pela manhã, incluindo corretivo, máscara para cílios e o que mais tiver no clima de usar. Aproveita e ainda registra todo o processo para mostrar para os seus mais de 103 mil seguidores no Instagram. "Fico até mais ousada quando não vou sair, me sinto inspirada a testar coisas novas", conta.

Especialmente quando falamos em conteúdo feito e dedicado à geração Z, as redes sociais se tornaram um espaço de liberdade criativa para tantas quem quer fugir da tal "make de bonita" - usado com o intuito de realçar traços sem grande ousadia - e apresentam verdadeiras obras de arte no rosto.

É o caso da maquiadora Mayra Moreno, de 23 anos. Quando sai de casa, costuma ser mais básica: a só hidratante, corretivo e pinta os cílios. Vez ou outra, se joga no delineador ou na sombra colorida para uma festa. No entanto, seu perfil no Instagram é uma verdadeira galeria de desenhos orgânicos e traços inusitados. "Gosto de buscar referências no dia a dia. Já me inspirei em tatuagens, em plantas e azulejos que vi na rua, em design de roupa", conta.

O processo de criação é um misto de momento de lazer com testes para possíveis trabalhos. Mayra começa a se pintar como atempo e, quando sai algo legal, publica no feed. Outras vezes, guarda para reproduzir em modelos no futuro. O sonho é conseguir explorar com mais frequência esse viés artístico em seus trabalhos, uma vez que, atualmente, a maioria dos clientes ainda pedem por "maquiagem social" ou "corretiva" em editoriais e desfiles.

A exemplo da maquiadora e criadora de conteúdo Brenda Hermínia, 29 anos, Mayra tem grandes chances de alcançar tal desejo. É que os looks artísticos, bem como o processo terapêutico de assistir aos traços ganhando forma, se espalham com cada vez mais facilidade. "Algumas marcas começaram a repostar as minhas maquiagens mais autorais, o que me deu bastante visibilidade, e hoje consigo ter um pouco mais de liberdade de criação e da minha identidade no meu trabalho", relata.

Brenda adora brincar com texturas, jogos de cores e formas inesperadas. Um dos exercícios que mais curte fazer é reproduzir estampas de roupas na área dos olhos. Para isso, usa e abusa de sombras líquidas, glitter, lápis coloridos e misturinhas de materiais. É um ateliê cujas telas em branco são os rostos. "Todo mundo que me vê trabalhando fala que faço alquimias, porque misturo vários produtos para chegar no resultado que eu quero, não uso um só", diz.

O interessante é que, fora do Instagram, quase sempre está de cara limpa, apenas com sabonete nas sobrancelhas para se manterem arrepiadas. Só vai trabalhar maquiada quando sente que precisa atender às expectativas sobre como uma maquiadora deveria ser — o que acontece muito no mercado de noivas, por exemplo. Nesses casos, batom, delineador, blush e um pouco de corretivo fazem a vez. Na mesma pegada, 39% das mulheres ouvidas pelo Projeto Elas dizem se maquiar para se adequar a certas situações.

Por outro lado, a diversão é também se tornou um fator determinante para 18% das ouvidas. No caso da maquiadora Angélica Silva, que também coleciona vídeos de maquiagem em que explora traços disruptivos e combinações de cores inesperadas, até o tempo livre vira momento de inventar.

"Meu marido e amigos dizem que preciso arrumar um hobby para ficar menos ligada em algo que também é meu trabalho. Mas se eu for fazer qualquer outra coisa não vou focar, vou ficar pensando em maquiagem", diz. Quando está estressada, sua distração favorita é sentar na penteadeira para testar combinações de cores e possibilidades de fundos. O hábito, repetido por muitos no isolamento social, ganhou até apelido nas redes sociais: makeupfulness, referência à técnica de atenção plena de nome mindfulness. O paralelo destaca essa lado meditativo que prestar atenção a cada espaço do rosto, textura e toque de pincel pode exercer sobre algumas pessoas.

Maquiagem também pode ser um processo de autoconhecimento
O hábito demorou muitos anos até entrar na vida de Cris Wraase, 20 anos. Durante a adolescência, tinha vontade de pintar o rosto e costumava experimentar os produtos das amigas, mas voltava para casa fingindo que nada aconteceu.

Eu tinha na minha cabeça que me olhariam de um jeito diferente por ser um homem maquiado. Achava que perderia o respeito das pessoas

Porém tudo se transformou na pandemia. Desde a escola, Cris tinha o hábito de desenhar durante as aulas, porque ocupar as mãos contribuía para a sua concentração. Com as aulas ando a ser transmitidas online em seu próprio quarto, sentiu liberdade de ar a se expressar artisticamente também no próprio rosto. Começou com uma boquinha, um delineado e, quando viu, estava se maquiando todos os dias e se encantando por esse universo. O momento de isolamento social, a sós, foi importante para esse movimento de encorajamento.

"Foi então que decidi que era a hora postar. E aí veio todo um processo de desconstrução. Estava pegando gosto pelo negócio e cada vez menos aquela promessa de que ninguém poderia me ver maquiado fazia sentido", conta. Para a sua surpresa, a aprovação foi geral. Cris ganhou a iração de quem já o conhecia e ainda ou a acumular seguidores no Instagram.

Por lá, publica principalmente maquiagens artísticas que cobrem o rosto todo. "ei a usar as minhas habilidades de desenho e aquarela nessa tela tridimensional que é a minha cara", explica. Palhaços macabros, animais, personagens de filmes e quadrinhos são algumas de suas principais inspirações. Como resultado, decidiu abandonar a faculdade de Design para se dedicar à maquiagem. A autoestima também ganhou. "Agora me pinto e sei que ninguém vai dizer que sou ruim, porque tenho consciência do quão bom eu sou. Eu não tinha esse sentimento com nenhuma outra coisa. Como artista, isso afeta diretamente a minha autoconfiança", celebra.

Batom como símbolo de transformação
Linhas e cores também contribuíram no processo de libertação da jornalista Gui Takahashi, 34 anos, mas de outra maneira. Tudo começou com um detalhezinho aqui e acolá nos olhos aos 17 anos, quando saiu da casa dos pais para estudar. "Eu não tinha uma consciência tão plena da minha identidade como pessoa trans. Como sou asiática, tenho os cílios mais retos e caídos, então comecei pela máscara de cílios para ver se realmente ampliavam o olhar", relembra.

Interessada por moda e beleza há tempos, já tinha lido diversas revistas para entender como funcionam produtos de maquiagem e, aos poucos, foi explorando na prática esses conhecimentos. Um olho esfumado marrom, um pouco de corretivo... Como cor nos lábios costuma chamar mais a atenção, o batom foi um dos últimos produtos adotados.

A primeira vez que se maquiou por completo foi para uma festa de drag queens em 2014. Até cílios postiços entraram na jogada. Ao se ver no espelho, se achou maravilhosa. O porteiro do prédio onde morava quase não a deixou entrar em casa na volta, pois não a reconheceu. Gui conta que foi uma sensação muito libertadora e, naquele momento, começou a tomar consciência de que realmente era uma mulher trans.

Ao ser vista como mulher socialmente nos lugares por onde ei, me percebi muito mais próxima do que sempre senti internamente. Foi como se tivesse conseguido colar uma imagem externa a todas as minhas sensações

Apesar de ter sido importante nesse processo de descoberta, hoje em dia, a jornalista não considera que a sua identidade depende de estar com algo colorindo ou cobrindo o rosto. Quando percebeu que sua autoconfiança estava muito condicionada a estar maquiada, decidiu começar um exercício de desapego. Aos finais de semana, costuma deixar a pele respirar e a só um protetor solar. Corretivo, delineador e afins ficam para os dias de trabalho com o intuito de fortalecer a sua imagem profissional.

Nessas ocasiões, gosta de variar entre makes mais naturais e propostas criativas, como olhos coloridos e com brilho, a depender do humor. "Diariamente, percebo como estou me sentindo e, consequentemente, o que quero usar. É uma construção diária deliciosa", finaliza.

Manifesto por uma beleza mais Universa

O "Manifesto por uma beleza mais Universa" defende a jornada de autoconhecimento que acontece por meio do autocuidado e da beleza. Ele foi desenvolvido a partir de uma poesia exclusiva da escritora brasileira Ryane Leão, que narra e também protagoniza as cenas. Além dela, participam ainda as maquiadoras Fabi Gomes, Magô Tonhom e Savana Sá, a criadora de conteúdo Babi Louise e a apresentadora Cris Guterres. O vídeo é uma produção do UOL em parceria com a produtora Bela Baderna, sob direção de Fernanda Frazão. Assista na íntegra: