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Autônomas, elas não tiveram licença-maternidade: 'Atendi amamentando'

Tatiana Fanti, 38 anos, relações públicas, de Wolfsburg, Alemanha, mãe da Maria Eduarda, 14, e do Arthur, 2 - Arquivo pessoal
Tatiana Fanti, 38 anos, relações públicas, de Wolfsburg, Alemanha, mãe da Maria Eduarda, 14, e do Arthur, 2 Imagem: Arquivo pessoal

Manuela Aquino

Colaboração para Universa

23/11/2021 04h00

A licença-maternidade de quatro meses —ou seis, com sorte—, é pouco tempo para deixar o cuidado com a criança e voltar ao trabalho. Mas, para muitas mulheres autônomas, a realidade é outra: se não trabalha, não ganha.

Assim, o período de amamentar e se adaptar à nova vida praticamente não existe. Universa conversou com três mulheres que precisaram enfrentar o batente no pós-parto para manter os compromissos profissionais. Leia sobre as experiências de cada uma delas a seguir.

'Meu filho cresceu dentro da perua escolar'

"Quando meu filho Pedro, hoje com 19 anos, nasceu, eu era CLT como auxiliar geral em uma estamparia. Os três meses de licença foram dedicados a ele. Na volta, conversei com o dono e consegui ser demitida fazendo um acordo. A gente tinha duas lojas de balanceamento de carro e assim foi possível. Fiquei direto com ele. Meu marido sofreu um infarto quando meu filho tinha dois anos e quase morreu, precisamos vender as lojas e a saúde ficou frágil. Aí, ei a fazer transporte escolar. Meu filho cresceu dentro da perua.

Quando meu marido voltou a trabalhar, amos a ter nossa empresa de transporte. Pedro tinha 12 anos quando a Pietra nasceu. Ela está com 7. Fiquei 15 dias em casa seguidos. Havia chamado um motorista para ficar no meu lugar por três meses mas não deu certo e ficou puxado para pagar. Então, tive de voltar. Eu acordava uma hora antes dela para me arrumar, dava o peito. Enquanto ela mamava em um, eu tirava leite do outro. Quando saía, uma tia ajudava a cuidar. Durante o trajeto do transporte eu sentia dor, pois voltei logo após tirar os pontos da cesárea, e contrações no útero. Meu peito inchava e vivia com aqueles absorventes.

Ligia Oliveira - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Ligia Oliveira, 43 anos, motorista escolar, de São Paulo (SP), mãe do Pedro, 19, e da Pietra, 7
Imagem: Arquivo pessoal

Era cansativo em casa também, pois ela dava trabalho para dormir, e acordava às cinco da manhã. Quando fez um ano, eu ei a fazer um itinerário mais curto e ei a ter mais tempo com ela. Na época da correria pós-parto eu me sentia, sim, culpada, e me sinto até hoje. E também penso no meu mais velho, que acabou sendo sobrecarregado para ajudar, para brincar. Vira e mexe me pego pensando que nem pude aproveitar direito essa fase."

Ligia Oliveira, 43 anos, motorista escolar, de São Paulo (SP), mãe do Pedro, 19, e da Pietra, 7

'Abdiquei da minha licença para cobrir outra'

"No pós-parto da minha primeira filha, Maria Eduarda, há 14 anos, eu estava trabalhando como professora de inglês em uma escola e era contratada. Eu ralei o máximo que eu pude nos últimos três meses, pois era horista [tinha um contrato por horas trabalhadas] e queria garantir um salário-maternidade melhor, que seria uma média desse período. Depois do parto, recebi um convite para trabalhar em uma agência de publicidade como atendimento. Minha filha só tinha um mês e meio. Eu aceitei e o curioso é que a vaga era temporária, para cobrir uma outra mãe que havia tido filho. Então, abdiquei da minha licença para cobrir outra.

Saí da maternidade e fui direto para a casa da minha mãe, no interior de São Paulo. Como minha filha tomava fórmula, a gente revezava as noites e eu consegui cuidar da minha saúde mental pós-parto. Quando aceitei o trabalho de cobrir a licença era uma chance de ganhar mais, dois salários por um período. Então encarei como uma oportunidade de ter grana para uma emergência, pois era mãe solo.

Renunciei a muita coisa na criação dela, ela foi várias vezes ao trabalho comigo, pois o pai não era presente, eu não tinha escolha. Ela me acompanhou muito, dormia em banco de recepção, e só me sinto culpada por isso. Então fui empreender, pois precisava ficar mais com ela em casa. Aí, na segunda gravidez, do Arthur, de 2 anos, eu trabalhei até o dia do parto, pois sabia a data e já era empreendedora, tinha montado minha agência de relações públicas.

Estava por minha conta e não tive condição financeira para colocar uma profissional no meu lugar. O que entrava era meu pró-labore e os custos de se ter uma empresa. Dei uma descansada, mas bem pouco. Não me lembro de nenhum dia em que não tenha feito algo entre as mamadas. Com o Arthur, não tinha escolha, era aquilo ou aquilo. Tenho muito claro que sempre fiz o melhor que pude naquele momento."

Tatiana Fanti, 38 anos, relações públicas, de Wolfsburg, Alemanha, mãe da Maria Eduarda, 14, e do Arthur, 2

'Atendi uma paciente enquanto amamentava'

"Não tive licença com nenhuma das minhas três filhas. A Amanda, hoje com 30 anos, nasceu quando eu tinha 21 e namorava na época. Eu e meu namorado vivíamos uma relação de vai e volta, não sabia se casava ou não. Morava com meus pais e fiquei por conta da minha filha quando nasceu. Como eu estava atrasada na escola, fazia supletivo e estudava com ela no colo. A Andressa, de 27 anos, nasceu depois que me casei com ele. Nesta época eu era representante comercial e vendia frutas secas, conseguia conciliar, então, com os cuidados com ela.

Adrianna Reis - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Adrianna Reis, 51 anos, psicóloga, de Brasília (DF), mãe de Amanda, 30, Andressa, 27, e Luiza, 17
Imagem: Arquivo pessoal

Dava para conciliar, só que não tinha e nenhum. Continuei estudando e tinha dinheiro para fazer seis meses de cursinho para fazer faculdade de Psicologia. Ela ficava no meu colo, ainda bebê, enquanto estudava. Ana Luiza veio aos 35, e aí foi mais complicado. Na época eu já estava clinicando. Depois de 20 dias do parto eu retornei aos atendimentos e amamentava. As mais velhas iam para a escolinha. Ia com minha mãe até o consultório, ela ficava no carro com minha filha, e eu descia para amamentar no intervalo. Teve um dia em que deu para ouvir da janela uma criança chorando muito e eu fiquei agoniada. A paciente percebeu, perguntou se era meu bebê e fiz a sessão amamentando.

Eu ficava muito agoniada em saber que ela estava ali me esperando, muito pequena. Tinha muita culpa também. Quando ela cresceu um pouquinho ei a fazer ordenha para ela tomar meu leite enquanto trabalhava. Aos seis meses começamos a introdução alimentar. Com as outras meninas, mesmo sem e e com pouco dinheiro, conseguia ficar mais em casa, dar mais carinho. Com a Ana Luiza, não, pois não podia ficar parada. Vejo que fez falta não poder dar essa atenção, assim como estimulá-la mais, o que é muito importante na primeira infância."

Adrianna Reis, 51 anos, psicóloga, de Brasília (DF), mãe de Amanda, 30, Andressa, 27, e Ana Luiza, 17