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O que é ser mulher hoje

Feminicídio, importunação sexual, violência e política: como foi o último ano para elas no Brasil

Da Universa Adriana Komura/UOL

As mulheres brasileiras vivem em um mundo ambíguo. De um lado, conquistam mais espaço na política, aprovam leis para se proteger e reivindicam estar onde têm direito de estar. Ao mesmo tempo, são aprisionadas em relacionamentos abusivos e alvo dos mais variados e cruéis tipos de violência doméstica, sexual e assédio. 

Neste Dia Internacional da Mulher, a Universa completa um ano de vida. De março de 2018 até agora, vimos o Brasil tornar-se mais consciente em relação à vida de mais de 100 milhões de mulheres. Foram 12 meses de histórias de quem desafiou barreiras milenares de desigualdade de gênero, com conquistas tão tímidas quanto inéditas na história. Elas, aos poucos, ocupam espaços e lutam, mostrando sua força, enquanto vivem diariamente um cotidiano cruel. 
 

Falar da violência salva vidas

Olhar para trás, nesse caso, significa lembrar de casos como a morte da advogada Tatiane Spitzner. Ela foi espancada pelo marido em julho de 2018, despencou do quarto andar do prédio onde morava, no Paraná. Um caso emblemático dentre tantos outros de feminicídio. 

Relembrar histórias revoltantes como essa faz com que mais gente perceba a importância da denúncia e de como a violência predomina sobre a vida das mulheres. 

Nos últimos 12 meses, algumas delas decidiram falar sobre os estupros cometidos durante décadas por João de Deus. Elas deram força para outras centenas. A coragem para expor e a quantidade impressionante de crimes dos quais ele é suspeito fez com que o caso se tornasse um dos maiores de estupro do país. Hoje, o médium está na cadeia há dois meses e aguarda julgamento. 

Os assassinos da transgênero Dandara dos Santos -- espancada no meio da rua à luz do dia, no Ceará -- também foram condenados pelo crime. O que ainda não significa que estamos perto de acabar com crimes de ódio: o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo, segundo dados da ONG Transgender Europe, com sede na Suécia. 

2018 também foi um ano de impunidade: os assassinos da vereadora carioca Marielle Santos, mulher negra, bissexual e da periferia fluminense continuam no anonimato. Mesmo depois de ser fuzilada em uma avenida do Rio, seu legado é questionado por políticos de posição contrária. Falar de sua morte estimula sentimentos de injustiça e também força.
 

Adriana Komura/UOL Adriana Komura/UOL

Violência que sempre existiu. Violência que aumenta

O número de mulheres mortas por parceiros em 2018 ainda não foi contabilizado. Mas dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que analisa registros feitos em 2017, mostram que 4.539 homicídios intencionais de mulheres aconteceram naquele ano. Já os feminicídios atingiram a marca de 1.133 vítimas fatais da violência doméstica ou dos crimes de ódio. Comparados a 2016, a quantidade de vítimas cresceu 6,1% em 2017. 

Está debaixo de nosso nariz

Já em 2018, a mesma instituição descobriu que 27,4% das mulheres com mais de 16 anos no país sofreram alguma violência ou agressão. Isso quer dizer que a cada quatro mulheres que você conhece, uma apanhou. 

E fica ainda mais impressionante se levarmos em conta que dessas agressões, cerca de 80% foram feitas por conhecidos, cônjuges, ex-companheiros ou vizinhos -- estão embaixo do nosso nariz. A pesquisa foi feita em parceria com o Datafolha e ainda apurou que, por medo, menos da metade dessas mulheres buscou por ajuda. 

Canal de denúncias oferecido pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher) recebeu 17.836 denúncias até o último dia 26, um aumento de cerca de 36,85% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os números - referentes a janeiro e fevereiro - são alusivos a casos como cárcere privado, feminicídio, trabalho escravo, tráfico de mulheres e violências física, moral, obstétrica e sexual.

"Hoje, quando acontece uma violência, todos ficam indignados e exigem providências. Mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. Com frequência há o julgamento moral e desqualificação das mulheres, o que é inissível. A culpa é sempre do agressor", explica Valéria Scarance, promotora do Ministério Público do Estado de São Paulo. 
 

Adriana Komura/UOL Adriana Komura/UOL

Uma vitória: mais segurança no transporte público

A situação é conhecida por quase todas as mulheres que pegam transportes públicos no país: roçadas propositais, adas de mão e até importunações como ejaculações dentro de trens e ônibus. 

Em 2017, o país ficou abalado com a história de uma mulher que foi molestada por ejaculação em um ônibus na Av. Paulista, em São Paulo.

O autor da violência foi preso em flagrante e solto em seguida por um juiz que alegou que não houve "constrangimento, violência ou ameaça" e que a vítima ficou "nervosa". Dias depois, o mesmo criminoso foi preso novamente por repetir o ato com outra ageira, em outro ônibus da cidade.

Mas por que você não reclamava antes?

O caso acendeu o debate: por que mulheres têm sido molestadas no transporte público por décadas e permanecem caladas">

Publicado em 8 de março de 2018.

Edição: Luciana Bugni; Ilustrações: Adriana Komura; Infografia: Deborah Faleiros.