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Atriz conta como deixou de romantizar monogamia para viver desejos livremente numa relação aberta com o marido

Fernanda Nobre em depoimento a Ines Garçoni

Eu não sabia se seria capaz de viver um relacionamento aberto. Sempre fui possessiva, tinha minhas inseguranças, medo de perder meu marido [o dramaturgo paulista José Roberto Jardim, 44]. Mas eu tinha que tentar, mesmo sabendo que seria dificil. Quebrar qualquer padrão é muito doloroso, ainda mais um padrão de comportamento emocional que está enraizado na nossa sociedade há tanto tempo!

Até me aprofundar nos estudos sobre a história da mulher e do patriarcado, em 2015, eu não pensava sobre isso e nem sabia direito o que era um relacionamento aberto, como funcionava. Foi meu despertar para o feminismo e para as questões da mulher que me fez rever meus moldes e pensar sobre eles.

A gente aprende que só existe uma maneira correta de se relacionar: o casamento heterossexual, monogâmico e para vida toda. Fomos ensinadas que a monogamia é o "normal". Ela nos é imposta, a gente não escolhe e não reflete sobre ela, não questiona. Aceitamos e pronto.

A verdade é que a monogamia só existe para nós, mulheres, pois os homens sempre a viveram de maneira hipócrita. Não por uma falta de caráter masculino, mas por causa de uma dinâmica na sociedade que tem uma permissividade para que esses homens não sejam fieis à suas mulheres. Enquanto para nós mulheres a traição, desde sempre, foi punida com crítica e violência, há poucos anos ainda éramos duramente penalizadas legalmente.

Foi aí que me dei conta que eu não escolhi a monogamia e pior, me fizeram acreditar que eu jamais conseguiria viver numa "abertura". O que estou falando é sobre equidade de liberdade. Os homens há centenas de anos exercem a sexualidade e os desejos deles de maneira livre e impositiva; já nós, não. Nunca foi equilibrado.

"Romantizamos a monogamia, mas sabemos que ela não existe"

Tudo começou há cerca de três anos, quando tínhamos ainda cinco de casados. Até então eu só tinha vivido relações longas, típicas do padrão monogâmico. Eu gostava de ser monogâmica, me sentia sendo leal ao meu comprometimento naquelas relações, isso não era uma questão e nem nunca tive nenhum grande trauma com traições ou algo parecido.

Hoje, eu tenho um parceiro que é um intelectual, um artista, muito sensível, interessado na desconstrução de padrões e na evolução pessoal. Então, no meu caso, a conversa sobre abrir o relacionamento não foi tensa como poderia ter sido com outros tipos de homens, principalmente aqueles que não refletem sobre seus privilégios masculinos.

É fato que os homens já vivem relacionamentos abertos, mas as mulheres fingem acreditar que não. Nós romantizamos a monogamia, mas no fundo sabemos que ela não existe. Nunca existiu.

A gente vive na hipocrisia, sim. Os homens têm essa permissividade, essa desculpa de que 'não se seguram sexualmente'. Mas e nós, mulheres?

A gente deixa de viver nossa potência sexual plena, enquanto eles não abrem mão de nada. Quando você começa a questionar a desigualdade e quebra essa fantasia, fica tudo muito revoltante. Claro que há exceções, há homens que são comprometidos com as suas parceiras, mas é uma proporção muito menor.

"Tive que lidar com o ciúmes, a insegurança e o medo"

Foi depois de muita conversa que eu e meu marido começamos a experimentar. Queríamos ver na prática o quanto era possível fazer isso depois de cinco anos de casados. Foi um movimento lento, cuidadoso, porque é muito difícil quebrar padrões, ainda mais um padrão de comportamento emocional que está enraizado na nossa sociedade há tanto tempo!

Claro que no início tive que lidar com o meu ciúmes, a posse, a insegurança e o medo de, quem sabe, estragar a nossa relação. Mas os medos ficaram no ado, lá no início. Porque para mim, viver uma relação aberta é uma questão política.

Quando começamos a trocar sobre esse assunto estávamos no auge da paixão e da cumplicidade. Eu não embarquei nessa experiência para apimentar a relação ou porque o casamento estava morno. Pelo contrário

Fiz num momento muito seguro da nossa parceria e com a certeza que temos muita troca e somos muito ligados um no outro. Se estivesse numa fase insegura, não sei se iria propor.

A regra mais importante de nós dois é a primordialmente a lealdade. Não cair em mentiras e na hipocrisia usual. A grande diferença entre relações em que homens traem à vontade e relações abertas não é uma "autorização" para se fazer tudo apenas atendendo ao seu desejo e impulso. O ponto está na busca dos dois envolvidos manterem um diálogo franco e honesto. Eis a única forma que acredito de se estabelecer uma verdadeira parceria num relacionamento amoroso.

"Atingimos a igualdade que eu tanto reivindicava"

Nossas conversas vão estabelecendo os limites. Tudo vai mudando conforme a gente vai amadurecendo. Nem todos os papos e combinações que tivemos no início valem ainda hoje. O fato de eu poder fazer terapia há muitos anos —sou filha de psicanalistas e faço analise desde os dez anos— ajuda a manter a cabeça no lugar. Terapia, aliás, devia estar no SUS, é saúde pública. (risos!) Quando você tem um entendimento sobre você mesma, isso te encoraja nas suas decisões.

Mas, afinal, acho que atingimos, sim, a igualdade que eu tanto reivindicava.

Ninguém aqui está em desvantagem. É claro que o fato de não termos filhos ajuda nessa dinâmica. Se tivéssemos, talvez não fosse assim, já que a mãe pode não ter tanto espaço e tempo para exercer sua sexualidade.

Não sei se temos a fórmula certa ou se, daqui a um ano, mudaremos o nosso relacionamento. Como todas as decisões na vida, nada é definitivo. A reflexão que eu quero fazer é sobre a escolha. É a gente não ser obrigada a repetir um padrão só porque nos impam como sendo o certo. O que é certo? Quem disse? Será que o que nos é proposto é o que realmente escolheríamos se todas as cartas estivessem na mesa?

Foi também por isso resolvi falar abertamente sobre o assunto. Quero contribuir para esse debate. Não sou uma feminista radical, sou estudiosa do tema e tento colocar as minhas descobertas em prática na minha vida. Ao fazer isso, levanto a reflexão sobre a escolha feminina e alerto o quanto muitas dessas escolhas podem estar sendo compulsórias. Tudo bem ser monogâmica, tudo bem repetir o padrão, desde que isso seja sua escolha.

"Abrir o relacionamento nos fortaleceu"

Quando converso sobre meu relacionamento aberto com outras mulheres ou até nas redes sociais, me chama a atenção o fato de que a maioria das mulheres compreendem quando falo sobre essa desigualdade histórica e estrutural entre homens e mulheres. Elas sofrem com a hipocrisia da monogamia e em geral, elas tem curiosidade, gostariam de tentar. Mas enfrentam dificuldades, como o seu próprio ciúmes, ou o fato de o parceiro não querer ou de ainda não ser a hora certa na relação para experimentar.

Eu as compreendo completamente, é muito difícil dar um o como esse e quebrar um padrão de comportamento tão enraizado, indo contra tudo o que a sociedade te impõe. São centenas e centenas de anos vivendo a ideia de que a monogamia é o único caminho. A dificuldade não é apenas emocional, é também social.

Só posso falar da minha experiência, e ela é de uma transformação muito positiva. Eu tenho um companheiro muito especial, aberto, que me deixa muito segura. Não sei se eu fosse casada com outro homem e se eu não tivesse uma relação com tanta troca e diálogo como a que tenho, isso daria certo. Nossa relação hoje está muito mais forte. Somos muito companheiros, amorosamente e sexualmente falando. Abrir o relacionamento nos fortaleceu de verdade.

"Tudo ficou mais leve e seguro para nós"

O relacionamento aberto me deu mais segurança, sabe? Até então, eu era uma mulher insegura, que não acreditava no outro, não confiava, era controladora. Vivia com medo de ser ada pra trás.

Hoje, acho que o fato de tudo ser possível para nós dois e, ainda assim, a gente estar junto fez com que tudo fosse mais leve e mais seguro.

Eu me sinto mais empoderada enquanto mulher. Não sinto culpa nenhuma — aprendi que a culpa é também uma forma de controle social sobre as mulheres. E me sinto muito mais consciente da mulher que sou, que quero ser e que estou me tornando. Estou livre para exercer as minhas escolhas."

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Thiago Bruno

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