Frio e tour na madrugada: viajantes contam saga em busca da aurora boreal

Nas crenças de povos nórdicos antigos, a aurora boreal era um presságio de guerra e, por isso, assustava a todos sempre que aparecia. Séculos atrás, foi relacionada às atividades de espíritos e as luzes dançantes no céu eram chamadas de “raposas árticas gigantes”. Hoje em dia, no entanto, o espetáculo luminoso encanta muitos turistas, que viajam até a região ártica só para "caçar" a aurora boreal.
A fotógrafa Viviane Mota, 35, já foi duas vezes até lá e está com uma nova viagem marcada para dezembro, com o objetivo de ver o fenômeno. A primeira excursão ao Alasca não foi bem-sucedida. “Viajei em março, uma época em que as luzes já não estavam tão fortes. Para aumentar as minhas chances de ver, teria que viajar oito horas de carro para uma cidade próxima, mas isso custaria muito dinheiro. Acabei desistindo”, conta.
A cidade em questão era Fairbanks, considerada a melhor do Alasca para apreciar a aurora boreal. O local está situado a 65 graus de latitude norte. É lá que as luzes brilham com mais frequência e intensidade - e onde Viviane desembarcou no ano seguinte, em sua segunda expedição. Ela comprou dois dias de uma das excursões oferecidas por agências locais, que guiam turistas para os pontos onde o fenômeno costuma surgir mais vezes durante o ano. No entanto, por conta de uma confusão na compra dos bilhetes aéreos, ela chegou atrasada ao hotel e perdeu a saída do grupo no primeiro dia.
“Eu e minha amiga decidimos ir sozinhas para uma cabana na mata, que é um ponto de apoio para quem quer ver a aurora. Porém, nos perdemos no caminho e, quando chegamos lá, por volta de uma da manhã, disseram que ela já tinha ado”, conta.
Bela e imprevisível
A duração da aurora boreal, assim como sua aparição, é imprevisível. Ela pode durar poucos minutos ou horas. Entrar no meio do mato, como fez a fotógrafa, é uma medida necessária porque quanto menos luzes e poluição, melhor. O céu aberto também facilita a visualização.
No segundo dia da viagem, Viviane teria sua última chance. Porém, por conta do céu encoberto, a agência de eios cancelou a expedição. “Minha amiga me convenceu a ir para a cabana mesmo assim. E, do nada, o céu limpou. Eu olhei para cima e não acreditei, estava acontecendo. Gritamos tanto que os vizinhos até saíram para ver se algo tinha acontecido. Estava um frio de matar, com -28ºC, mas tiramos fotos e curtimos as luzes por horas”, lembra.
Para chegar até a montanha, Patrícia foi acompanhada de um guia, que cobra pelo eio independentemente de o fenômeno ser avistado ou não. “É muito comum que eles dirijam por até duas horas atrás das luzes e, muitas vezes, não as encontrarem. A expedição começa às 20h e pode acabar por volta das 4h ou 5h. Nós demos sorte, vimos a aurora a apenas 15 minutos do hotel. Às 23h, já estávamos em nosso quarto”, lembra.
Caçada autônoma
Buscar a aurora sem guias turísticos é possível, mas só para quem tem muita habilidade no volante. Afinal, será necessário dirigir em condições severas. Outro ponto é saber onde a aurora tem mais chance de tornar-se visível. No Alasca, o site do Instituto de Geofísica da Universidade do Alasca (http://www.gi.alaska.edu/auroraforecast) disponibiliza uma previsão diária de aurora boreal. Já na Islândia, a previsão aparece no site http://en.vedur.is/weather/forecasts/aurora/. A melhor época para visualizar o fenômeno é de setembro a março.
Para ter mais probabilidade de ver a aurora boreal, o consultor planejou sete dias para a caçada. Ele se deparou com o fenômeno em duas oportunidades. “Eu sempre digo que a pessoa deve ir sabendo que pode não ver a aurora. Mas, para aumentar as chances, é preciso reservar, no mínimo, uma semana para a expedição. Também é fundamental pesquisar bastante antes de ir”, afirma.
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