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Eliana Alves Cruz

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Um fio fora das quatro linhas

Róger Guedes, atacante do Corinthians, durante entrevista ao "Podpah" - Reprodução/YouTube
Róger Guedes, atacante do Corinthians, durante entrevista ao 'Podpah' Imagem: Reprodução/YouTube

01/03/2023 04h00

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Em sua participação no PodPah, Róger Guedes, atacante do Corinthians, usou o termo 'cabelo ruim' ao se referir aos cabelos crespos do apresentador Igor Cavalari. Para ele, Igor ainda não está calvo porque "cabelo ruim dura mais". Não há nada que eu diga sobre este tema, que consiga dar a medida do peso que ele tem na vida de milhões de pessoas negras e, especialmente, crianças. É cansativo, é frustrante e é cruel.

Certamente, no momento em que estou aqui, um tanto embrulhada do estômago e cansada de novamente ter que elaborar sobre o racismo explícito e ridículo, mas disfarçado de piada no melhor estilo do "racismo recreativo", alguém já deve ter dado as devidas desculpas e relegado o caso ao canto das bobagens cotidianas ditas irrefletidamente. No entanto, também neste exato momento, uma criança deve estar se olhando no espelho humilhada e odiando o que vê porque ouviu em algum lugar a mesma afirmação ferina que Guedes fez no podcast.

A construção da baixa estima e do sentimento de menos-valia de milhões de meninos e meninas país afora é feita assim, a contagotas, de declaração em declaração, de piada em piada. É erguida dia a dia por falas de seus colegas, professores, familiares... ídolos esportivos.

Foi nesta onda de sofrer seguidos ataques e humilhações na escola, de achar-se horrível, de pensar que seu cabelo era péssimo, de ouvir repetidamente todos os clássicos das expressões racistas, que uma menininha que conheci de apenas 8 anos tentou tirar a própria vida. O caso virou o conto "Noite sem lua", no livro que escrevi chamado "A Vestida" e que ganhou o prêmio Jabuti de Contos de 2022.

É estarrecedor que ídolos esportivos, atores, atrizes, pessoas que estejam no foco da mídia, enfim... não tenham noção que suas falas repercutem. Talvez tenham e este é o perigo, ou seja, que as frases não sejam assim tão despretensiosas.

O gosto, todos sabem, não nasce ao acaso. Ele é fruto de padrões enfiados goela abaixo ao longo de uma vida e, desde o dia em que algum europeu teve a infeliz ideia de associar a cor da pele preta e todas as características inerentes a ela, a condição a priori de inferioridade condenada a escravidão, o nosso inferno é o olhar dos outros. Desde o dia em que anteados louros de Róger resolveram se coroar como padrão de virtude e beleza para uma humanidade inteira, altamente diversa e bela em suas diferenças.

O cabelo é o fenótipo negro mais atacado. A associação da estética dos africanos a algo selvagem e animalesco foi uma prática recorrente durante o colonialismo e que se naturalizou ao longo dos séculos. Em março de 2022, a Câmara dos deputados dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que pune, especificamente, o racismo capilar no país. A decisão veio depois do caso do garotinho Jett Hawkins (que dá nome à lei) que não pôde estudar numa escola primária no estado de Illinois porque usava tranças.

Não há o que esperar de pessoas brancas que não medem o tamanho da língua em pleno ano de 2023, para não reproduzirem racismo e ofensa gratuita. Artigos como este são escritos para que pessoas negras entendam um pouco mais a origem de tudo isso e para que também não se deixem engolfar por sentimentos nocivos destilados pelas "declarações inocentes".

Há mais, muito mais para falar sobre este tema. No entanto, não devemos deixar que nos façam enxergar, como dizia a pensadora bell hooks, nosso corpo como inimigo, como algo a ser domado; ou como dizia Toni Morrison, perder tempo precioso da nossa criação, potência produtiva e dos afetos reagindo a afirmações como as de Róger Guedes. Afirmações que ao longo da história fizeram do ato de assumir as características estéticas pretas um ato político de afronta e afirmação da liberdade.

Toni tinha total razão. Não há tempo a perder e, como dizia o movimento negro norte-americano dos anos 1960, que jamais esqueçamos que Black is beautiful!