Kiss Of Life: como grupo de K-pop foi do auge ao cancelamento
Camila Monteiro
Colaboração para Splash, em Pelotas (RS)
19/05/2025 16h57
Na última semana, a KCON Los Angeles —um dos maiores eventos de K-pop fora da Ásia— anunciou que o grupo Kiss Of Life não iria mais fazer parte do line-up do evento que acontecerá em agosto deste ano. No comunicado oficial, o evento afirma que foi uma decisão conjunta, tomada por ambos os lados (direção do evento e empresa/grupo).
A decisão reacendeu a discussão sobre a seletividade na cultura do cancelamento e como a live que as integrantes fizeram no aniversário da Julie é considerada uma das piores demonstrações de racismo recente no K-pop.
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Em abril, no aniversário de Julie (o grupo é formado por ela, Natty, Bella e Haneul), as integrantes fizeram uma live temática, sobre o hip hop. Antes mesmo de ir ao ar, Julie —prevendo o desastre— pediu aos fãs para que eles não deixassem o fandom depois de assistir.
Desastrosa do início ao fim, a live mostrava o grupo usando roupas, falando gírias e tentando emular uma "cultura" —intrinsecamente ligada à raça— da forma mais estereotipada possível. O evento foi o início de um efeito dominó terrível na carreira do grupo, ao menos internacionalmente.
Em ascensão, o quarteto estava sendo apontado como uma das grandes apostas da indústria. Mesmo sob os cuidados de uma empresa pequena, elas conseguiram furar a bolha. "Igloo" estava tocando por todos os cantos, e elas conquistaram uma considerável base de fãs, que depois da live, fecharam suas contas e demonstraram tristeza e decepção com o ocorrido.
O pedido de desculpas oficial do grupo, uma carta escrita à mão, gerou ainda mais controvérsias, pelo conteúdo e por não ser suficiente. Já os fãs que não soltaram a mão das artistas, questionam a seletividade do cancelamento, considerando que não é o primeiro caso de racismo no K-pop.
A discussão segue pipocando nas redes sociais, mas o fato é que o grupo foi tirado de um dos maiores eventos de K-pop e que "a live de hip hop" machucou fãs que se sentiram ridicularizados e diminuídos pela situação.
Livro da semana: "TGCF (Heaven Official's Blessing)"
É difícil ar pelas mais de 2.000 páginas de "TGCF (Tian Guãn Cì Fú)", ou "Heaven Official's Blessing", tradução oficial em inglês, sem acreditar que o relacionamento entre os protagonistas, Xie Lian e Hua Cheng, não seja uma das maiores histórias de amor já contadas.
Pela forma como MXTX (Mo Xiang Tong Xiu) escreve, pelos mais de 250 capítulos que atravessamos junto com os personagens e por todas as maiores tristezas e provas de lealdade, cumplicidade e afeto que um nutre pelo outro, é difícil não se envolver com o relacionamento do ex-Deus —eternamente rebaixado— Xie Lian e o Rei dos Fantasmas, Hua Cheng.
Em um universo ficcional com deuses, trocas de corpo, fantasmas e imortalidade, TGCF nos apresenta Xie Lian, que um dia foi um consagrado e amado Príncipe Coroado no Reino de Xianle, amado nos Céus, mas que por uma série de circunstâncias —que vamos conhecendo no decorrer da história— acaba banido e "rebaixado" aos meros mortais. E isso não acontece apenas uma vez.
Oitocentos anos depois, Xie Lian retorna em um ambiente hostil e cheio de mistérios e disputas de poder. É nessa jornada difícil que ele acaba conhecendo Hua Cheng, o temido e respeitado Rei dos Fantasmas. Juntos, eles vão atrás de todos os "podres" que envolvem os jogos de tronos nos Céus, e acompanhamos uma bela história de amor, que ultraa séculos.
Falar mais sobre o relacionamento de Hualian —é assim que os fãs do casal chamam eles— é entregar uma boa parte da história, que merece ser lida. O número de páginas pode assustar, e a versão em inglês, traduzida pela Seven Seas, conta com 8 livros no total. No entanto, a jornada vale a pena e será inesquecível.
Momento Dramas
K-drama: "Querido Hongrang"
Disponível completo --e dublado-- em 11 episódios pela Netflix, "Querido Hongrang" é um drama de época que traz a história de uma família rica graças à arte, que vê seu filho desaparecido, Hongrang, retornar depois de muitos anos. Esse retorno abala a família em diferentes níveis (o irmão criado para ser seu substituto, a meia-irmã apaixonada, a mãe desesperada). É um drama que faz pensar (e chorar) sobre como retornos podem ser mais difíceis que despedidas. "Dear Hongrang", 2025 | Criação - Netflix | Elenco - Lee Jae-wook e Jo Bo-Ah | Onde - Netflix | País - Coreia do Sul
"Heaven Official's Blessing"
O donghua (animações na China são chamadas assim) de "Heaven Official's Blessing" tem duas temporadas bastante fiéis à história da novel. O Deus Xie Lian, que um dia foi o Príncipe Coroado do Reino de Xianle, foi "rebaixado" três vezes por um conselho repleto de corrupções. Em uma das vezes que Xie Lian a por esse processo ele acaba conhecendo o Deus dos Fantasmas, Hua Cheng. O romance de séculos começa. "Heaven Official's Blessing", 2020 | Criação - Bilibili | Elenco - Howard Wang e James Cheek (vozes) | Onde - Crunchyroll | País - China
Boys Love: "My Stubborn"
"My stubborn" tem absolutamente tudo de que fãs de casais tóxicos de BL amam: um protagonista mais velho, manipulador, obcecado pelo par, mas que não assume a relação e o par, mais novo, inexperiente, que aceita ser "experimento" para aprender a se relacionar com outras pessoas. O problema? Os dois trabalham no mesmo local, e isso gera uma série de conflitos. Com muitas cenas explícitas, o BL se segura nelas e na química de Boat e Oat para prender o público. E funciona. "My Stubborn", 2025 | Criação - Channel 9 | Elenco - Boat & Oat | Onde - iQIYI | País - Tailândia
GERAÇÕES K-POP
EXO-CBX: nova vida fora da SM
Já que essa semana teremos o retorno de Baekhyun solo e o início das vendas para o primeiro show do cantor no Brasil, nada mais justo o "Gerações" da semana trazer uma das subunits de maior sucesso no K-pop: EXO-CBX.
Primeira subunit da EXO, CBX é a inicial do trio de integrantes que fazem parte da unidade: Chen, Baekhyun e Xiumin. Eles também são chamados de ChenBaekXi. Antes de debutarem oficialmente em 2016 com o EP "Hey Mama", eles fizeram parte da OST (trilha sonora oficial) do famoso drama "Moon Lovers", onde Baekhyun também atuou.
Divertidos e com "gogó de ouro", o CBX desde o início misturou um pop mais retrô com baladas R&B que mostram o talento vocal dos três artistas. A unit foi muito bem recebida pelo público e pela crítica e fez sucesso desde o debut. A SM aproveitou o momento e, em 2017, lançou o primeiro disco japonês deles, "Girls". O trio fez até turnê pelo país em 2018, ano em que eles também lançaram o hit "Blooming Days", do segundo disco sul-coreano.
Nos anos posteriores, Xiumin, Chen e Baekhyun tiveram que cumprir o serviço militar obrigatório, portanto houve um longo período de hiato na carreira de todo EXO, seja em grupo, solo ou em subunits. E quando eles retornaram, o problema foi outro.
Em 2023 o trio anunciou um processo em conjunto contra a empresa SM, uma das maiores da indústria. No processo, os artistas pedem transparência nos ganhos. Baekhyun, que havia começado sua própria empresa, a INB100, levou Chen e Xiumin junto com ele e em 2024 foi anunciado que a CBX não fazia mais parte da SM, só as atividades como EXO permanecem lá, todo o resto agora é da INB100.
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Tem história inesquecível com seu idol? ou perrengue para ir a algum show? Mande seu relato com foto e/ou vídeo: kpopuol@uol.com.br.
Playlist
BOYNEXTDOOR, MEOVV, P1harmony, Jin e XG. Ouça a seleção de Splash com os maiores destaques do ano do Universo K-Pop.
Programe-se
Segunda
- I-DLE - Lança 'We are' (oitavo miniálbum)
- Baekhyun (EXO) - Lança 'Essence of Reverie' (quinto miniálbum)
- RIIZE - Lança 'ODDYSEY' (primeiro álbum)
- VVS - Lança 'D.I.M.M' (primeiro EP)
- Kim Jae-joong - Lança 'Beauty in Chaos' (EP)
Quarta
- BLACKSWAN - Lança 'I Like It Hot' (terceiro single)
Domingo
- SHINee- Lança 'Poet l Artist' (álbum especial)