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Acolhendo a gestante em todas as suas vertentes


Tudo que você precisa saber sobre saúde mental na gestação

Camila Gray/UOL
Imagem: Camila Gray/UOL

Beatriz Zogaib

06/06/2024 17h37

Juntamos todas as dicas de saúde mental que aparecem nas newsletters de Materna neste texto, assim você consegue tirar suas dúvidas de forma simples, completa e organizada.

Você não precisa gostar de tudo na gestação

Durante a gravidez é esperado que você tenha aquele momento de filme em que se olha no espelho ando a mão na barriga, com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos imaginando a alegria que vem por aí. Mas nem sempre a gestação é esse momento endeusado, e está tudo bem.

Tem quem não goste da barriga ou da sensação de ter um ser humano dentro da barriga e esse estranhamento pode causar dúvidas como: seria você uma séria candidata a menos mãe? Já te avisamos: NÃO.

Não se sentir plenamente feliz enquanto gesta é muito mais normal do que se imagina. E o problema não está na mulher que experimenta angústia, incômodo ou até tristeza - e sim no inconsciente coletivo.

"Há culturalmente pouco espaço para a vivência da gestação com vulnerabilidade, sendo que a vulnerabilidade psíquica é uma condição da gestação. O e medicamentoso pode ser um amparo, mas não é o que a gestante idealizou por não ter espaço para pensar nisso na sociedade. Por isso a importância de falarmos do assunto e abrirmos mais espaço, para que mais mulheres e gestantes possam existir com suas ambivalências, dores, medos e possam encontrar o devido amparo", analisa a psicóloga Arielle Rocha Nascimento, especializada em gravidez, parto, puerpério, infertilidade e reprodução assistida.

É justamente por estar vulnerável que a mulher vai se permitir estar mais sensível para se encontrar com as necessidades que esse bebê tão logo irá apresentar. É quase como baixar suas defesas para captar os sinais do seu filhote, mas não podemos confundir a nova força com onipotência: a mãe não precisa dar conta de tudo, e pode sim receber auxílio, inclusive de medicação, para se sentir mais tranquila diante das incertezas que a gestação traz - desde que orientada por um médico psiquiatra.

    Ondas de humor: prepare-se para as oscilações

    A gestação é praticamente sinônimo de mudanças de humor, mas os hormônios não são a única causa: transformações físicas, ansiedade (em viver algo inédito ou diferente - no caso de quem já esteve grávida antes) e o medo também são responsáveis por nos fazer sentir euforia, angústia, irritação, impaciência - tudo em um dia só inclusive! "A primeira coisa é acolher, entender que faz parte sentir raiva, tristeza, picos de alegria. Quando a mulher vive a gravidez, é como se ela ficasse porosa, inclusive com o ambiente, com o sexto sentido mais aguçado - e talvez ela perceba coisas que ela não perceberia, dentro e fora dela", explica a terapeuta perinatal Patrícia Bressan. Mas se engana quem pensa que essa fase é ruim. "Pode ser um momento muito legal para conseguir se encontrar com você mesma, ao invés de colocar mais barreiras para o que está sentindo. É como se fosse um portal que se abre. Pode causar sofrimento, mas por isso ter um acompanhamento terapêutico profissional é importante nesse momento", explica a especialista.

    Como fica meu tratamento psiquiátrico?

    Ele continua! "A saúde mental é fundamental para a saúde gestacional, hoje mais do que nunca. A demanda de uma gestante hoje é infinitamente maior do que a de uma gestante de 20 anos atrás. Além disso, as mulheres têm mais tendência genética, hormonal e comportamental a apresentar transtornos de ansiedade do que os homens, e a mulher é que fica grávida", observa a ginecologista Ana Paula Junqueira. Pode confiar, há opções seguras para grávidas, e é provável que seja exatamente o remédio que você já toma. O ideal é não parar abruptamente o tratamento e sim falar com o médico psiquiatra assim que descobrir o positivo - para checar se está com a medicação adequada para os próximos meses. Caso ainda não trate a ansiedade e ela aumente muito durante a gestação, o obstetra pode recomendar a consulta psiquiátrica para início de tratamento. "Transtornos de ansiedade devem ser tratados durante a gestação, porque tem uma chance muito grande dessa gestante sofrer demais no puerpério, período de maior desafio para a saúde mental."

    Depressão na gravidez: é sério isso?

    Pode acontecer, e deve ser olhada e tratada com carinho, como em outras fases da vida, inclusive com terapia e medicamentos seguros para gestantes. Mas - antes de mais nada - é importante também entender que essa é uma fase cheia de novidades e que é possível experimentar alguns traços característicos de quadros depressivos ou de ansiedade sem necessariamente estar de fato em um quadro desses. "Sintomas depressivos ou de ansiedade são comuns na gravidez, a grande questão é a persistência deles e o quanto eles nos incapacitam. Afinal, a nossa vida como era antes vai morrer, e vai chegar uma outra vida de grandes transformações. Quais são esses sintomas que precisamos estar atentos? Tristeza, perda de interesse, perda de prazer, alteração no sono, cansaço, perda de energia, pensamentos sobre morte, culpa, medo?", explica a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti. Como saber se você está com depressão? A especialista explica que uma dica é perceber a persistência e a intensidade dos sintomas e como eles estão atrapalhando seu dia a dia. "Se você não estiver conseguindo sair da cama, se estiver muito ansiosa, se parar de dormir, é hora de procurar um especialista".

    Nasce uma mãe, nasce a... ansiedade?

    O clichê "nasce uma mãe, nasce uma culpa" está ultraado. Esse sentimento negativo ficou para trás no ranking daqueles vivenciados pelas gestantes: 89,6% das mães dizem que se sentem ansiosas - a maioria (54,3%) diariamente - enquanto a culpa arrebata 33,72% delas.

    "Atualmente as mães têm menos rede de apoio e temos uma vida menos comunitária. A gente precisa dar conta de múltiplas tarefas. Casa, filhos, trabalho e mais uma porção de coisas", analisa Maria Silvia Logatti, psicóloga e filósofa. Segundo ela, a ansiedade está diretamente relacionada ao medo de não saber fazer as melhores escolhas, especialmente quando não vivenciamos aquela situação antes. "Será que eu vou dar conta? Será que vou saber fazer? Muitas vezes, ela está ligada a uma falta de repertório. Eu nunca fui mãe, será que vou conseguir?", exemplifica.

    Agora, se as mães naturalmente costumam ter essas preocupações, imagine quando sobrecarregadas. "Muitas vezes, as que possuem mais repertório têm a tendência de se sentirem menos ansiosas, mas a ansiedade pode aparecer por outros fatores. Será que o dinheiro vai dar? Como vai ser uma nova criança no contexto familiar?

    É comum que o sentimento de culpa apareça depois da ansiedade - quantitativamente, como vimos nos dados, e cronologicamente, como podemos entender a seguir. Se a ansiedade, resumidamente, se traduz em medos do que está por vir, a culpa, em geral, se manifesta depois da realidade apresentada.

    "A culpa é um sentimento de fracasso de uma escolha feita. Por exemplo, se eu escolhi ficar com meu filho porque ele está doente, sinto culpa porque deixei o trabalho, e vice-versa", explica Maria Silvia Logatti, psicóloga e filósofa Então nada de se culpar por identificar que a ansiedade ou a culpa andam rondando sua mente. Você definitivamente não está sozinha, apesar de também poder se sentir assim.

    A dica para lidar com qualquer um desses fantasmas é a mesma: procure ajuda. Construa uma rede de apoio, seja familiar, paga, recheada de boas amizades, ou composta por mães que conheceu nas redes sociais.

    Como lidar com medo do aborto espontâneo?

    Não é fácil, a gente sabe, especialmente se a perda gestacional for tema familiar para você. "Em uma primeira gravidez espontânea, o medo de perder dificilmente vai ter um lugar de protagonismo, mas vai ocupar um lugar interessante porque vai fazer a gestante se cuidar, ir ao médico, fazer o pré-natal.. Mas se esse medo vem depois de uma perda gestacional , ou se vem em uma história familiar em que todas mulheres sofreram muitas perdas, esse medo vai ter um lugar no horizonte um pouco mais aceso. Se esse medo a paralisa ou a deixa fixada nessa questão, isso pode ser ruim e talvez seja importante buscar uma escuta especializada, para que essa mulher não viva a gestação em sofrimento psíquico sem e emocional", analisa a psicóloga Arielle Rocha Nascimento, que atua no acompanhamento de gravidez, infertilidade, reprodução assistida, parto e puerpério.

    Nesses casos, é interessante falar do assunto com um terapeuta e tentar entender que essa probabilidade não é uma certeza, e mais: se acontecer - não será culpa sua! "Aborto é um tabu na nossa sociedade. Quando a mulher vai sofrer um aborto, ela pode abortar independente do que ela fizer. Uma gestação é forte, quando ela tem que acontecer, ela acontece, em situações de guerra inclusive. O aborto traz uma tristeza imensa, mas não é de responsabilidade da mulher segurar um bebê que seria abortado de qualquer forma", analisa a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti. Segundo ela, algo que pode ajudar a entender que não está no seu controle é pensar que, ao invés de jogar para o universo, precisamos aceitar que essa é uma questão do universo. "A gente acha que tem o poder sobre tudo e não tem, não está no seu controle."

    Ouvi as batidas e ainda não me sinto mãe, é normal?

    Normal, e até esperado - mas pouca gente fala sobre isso. "É comum que, ao escutar o coraçãozinho batendo, uma série de interrogações sejam feitas porque é um momento inédito na vida daquela mulher, ela não sabe o que vai vir, mas na nossa sociedade isso é embrulhado de muitas idealizações e exigências do que ela deveria sentir, como se a única coisa possível de se sentir ao saber que está grávida fosse uma paixão avassaladora. E, às vezes, isso nem incomoda a gestante, mas ela estranha porque a expectativa social é destoante do que ela está sentindo. Não tem só uma forma de receber um positivo", afirma categoricamente a psicóloga Arielle.

    O seu coração vai bater mais forte de emoção quando for a hora, a sua. Não há certo e errado e você não é menos mãe por isso. Lembre-se, inclusive, que hoje em dia descobrimos que estamos grávidas muito cedo, escutamos o coração com ajuda do ultrassom logo ao fim do segundo mês, e isso pode acabar tirando a naturalidade do percurso. Ou seja, é totalmente compreensível que o sentimento de "ser mãe" vá surgindo e aumentando aos poucos, conforme a barriga vai crescendo. Não se preocupe, como se algo de errado estivesse acontecendo ou como se precisasse de terapia para ontem.

    Cada caso é um caso e é importante entender e acolher o seu. "A mulher que traz essa pergunta traz sua própria história, sua singularidade? Duas mulheres podem ouvir o coração e não se sentirem mães, por questões diferentes. Agora, se isso traz para ela, no avançar da gestação, uma distância da vida dela e do que está acontecendo na maternidade, um conflito na hora de dormir, se ela está em dissonância psíquica com o que todo mundo está falando e não está conseguindo lidar com isso, talvez seja bom falar com alguém que possa ouvir, sem julgamento, sem esperar que ela sinta alguma coisa. A sociedade já faz isso muito bem com a mulher que engravida", comenta Arielle.

    Não converso com a barriga, é normal?

    Super normal. "Essa romantização da gravidez, onde a pessoa tem vontade de conversar com a barriga ou colocar música clássica para o bebê não é uma realidade para todas. Algumas mulheres vivem isso, mas não significa que todas vivam. Atualmente a gente consegue detectar a gravidez muito precocemente, mas isso nem sempre esteve presente na humanidade, é bastante recente. Muitas mulheres antes só percebiam que estavam grávidas depois do atraso de mais de uma menstruação ou com o crescimento da barriga, e tem a cobrança da sociedade de já se sentir mãe logo e isso é uma coisa inventada", observa a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti.

    A dica é abraçar a mãe que você está sendo e tem vontade de ser nesses meses, sem cobranças, pois o tempo naturalmente vai aguçando a conexão com seu bebê, e do seu jeito. Você pode não conversar com a barriga, mas viver acariciando o ventre por exemplo, ou ter outros cuidados com alimentação, ingestão de água, sono e tantos outros - que também são linguagens de amor, apenas menos romantizadas.

    Segundo Maya Eigenmann, expert em Educação Positiva, é comum que a vontade e a ação de ter um filho venha de um lugar de vazios e sonhos, quase como um mantra "agora vou ser feliz", mas gerar com base em carência não vai ser saudável - isso contribui para um ciclo sem fim de expectativas, em grande parte das vezes, frustradas. Antes ou durante a gravidez, se pergunte: como estou com minhas sombras, meus traumas? Se achar que há temas a serem trabalhados com ajuda de alguém especializado, não se sinta menos mãe em procurar por esse atendimento, lembrando que há psicólogos que atendem por convênio médico, faculdades que colocam estudantes do último ano de Psicologia para atender a população e as boas e velhas amizades. "Pra quem não tem condições de pagar terapia, que a gente não despreze o poder curativo de conversas acolhedoras. O processo do cuidado de traumas não precisa ser algo exorbitante e, se não tiver condições, ajuda estar em comunidade, com pessoas que te ouçam."

    Dica de terapeuta: como incluir mindfulness no dia a dia

    "Mindfullness é uma prática de meditação que pode ajudar e aliviar nos quadros de ansiedade ou pensamento acelerado. Meditar é difícil, mas sempre pergunto: como você tentou meditar? Meditar 20 minutos é nível avançado. Minha dica é começar com um tempo curtinho e ir introduzindo isso como um hábito cotidiano", explica a psicóloga existencial Maria Silvia Logatti. E não desista se , muitas vezes você tiver vontade, a vida contemporânea não combina muito com meditar. "Ela é frenética e o meditar é parar. Por isso, gosto de usar um aplicativo para programar o tempo de meditação. Além de começar com tempo bem curto, indico começar com meditação guiada, depois uma semi-guiada para depois meditar sem uma voz guiando." Não se preocupe em realizar a atividade de forma perfeita de imediato, apenas reserve um tempo para se habituar ao mindfulness - que é nada mais do que a união de dois termos em inglês: mind (mente) e fullness (de full, que significa cheio, completo) - ou seja, é a prática da atenção plena, da presença total da mente naquilo que estamos fazendo.

    Os benefícios dos exercícios de respiração desde já

    "Exercícios de respiração permitem à gestante ganhar maior consciência corporal e lidar melhor com o estresse. E a respiração é a base do relaxamento físico, emocional e mental", conta a terapeuta perinatal Patrícia Bressan, que explica como a respiração consciente pode minimizar enjoos, dar mais energia, ajudar na oxigenação da gestante e do feto, melhorar o desconforto decorrente da compressão do diafragma, e ainda ajudar no trabalho de parto. "Ela pode ser a maior aliada da mulher no período expulsivo, dando mais energia para mães e bebês." Veja um exercício de respiração para treinar desde já:

    • Respiração energética: de pé, com as mãos ao longo do corpo, cerre os punhos, inspire levantando e, contraindo os ombros, bloqueie levemente a respiração. Mantendo os punhos fechados, faça movimentos de sobe e desce com os ombros (cinco vezes) e, no último movimento de descida, expire pela boca colocando todo o ar para fora de uma vez. Repita de três a cinco vezes. Esse exercício relaxa e revigora o corpo.

    O nenê chutou! A barriga não é mais minha?

    Tudo bem sentir-se incomodada com a sensação dos primeiros movimentos ou não sentir borboletas no estômago de paixão assim que o bebê começar a mexer. Não esqueça: você pode sentir angústias, dúvidas, pensar em questões pessoais e até deixar emergir conflitos internos nesse início de gestação. Segundo a psicóloga Arielle Rocha Nascimento, que atua no acompanhamento de gravidez, infertilidade, reprodução assistida, parto e puerpério, não se sentir mãe tão rapidamente quanto nos filmes não significa que não será uma mãe suficientemente boa. Na sua barriga cabe um bebê que vai ganhando espaço junto aos seus outros órgãos e, no seu coração, cabem outros sentimentos que não seja apenas o tão falado amor incondicional.

    E se você estiver tão apaixonada pela sua barriga a ponto de se incomodar com as mãos que ousam chegar perto dela? Normal também. "Assim que a mulher engravida, é como se a barriga dela se tornasse um espaço público: todo mundo bota a mão no corpo dela, mesmo que nem todas as gestantes se sintam à vontade", comenta Maya Eigenmann, neuropedagoga, educadora parental e escritora. Dizer que não gosta às vezes pode ser um desafio, por acharmos que estamos sendo mal educadas, sem falar no agravante de que, se quando criança, as demais pessoas não respeitavam seus limites, você acabou aprendendo a não comunicá-los mais, para ser obediente.

    "É muito importante aprender a colocar esses limites. Uma das coisas que podemos fazer, se eles perguntarem se podem colocar a mão na barriga, é colocar um limite com gentileza. Dizer que não se sente à vontade e agradecer, porque a pessoa também está querendo demonstrar carinho por você e pelo bebê, então validar essa intenção é importante. Apesar de tudo, a pessoa está querendo fazer um carinho no seu filho", orienta Maya.

    Existem várias questões envolvidas nessa sensação de que barriga não parece mais ser sua, e não é só responsabilidade sua olhar para isso. Saiba que os carinhos virão - assim como os comentários sobre barriga grande, pequena, baixa, alta? - mas que é possível contornar seu incômodo com educação e respeito, aos demais e especialmente à você. Sim, essa barriga é toda sua!

    Baby blues? O que é? Consigo evitar?

    Não dá para evitar, mas algumas mulheres sentem mais, outras menos, e tem as que nem percebem! Mas o que é esse tal de baby blues? Depois do nascimento do bebê, o corpo começa a ar por uma cascata hormonal, que provoca reações emocionais, como tristeza, os de raiva, choro e angústias (que são absolutamente normais e esperadas!): esse período é conhecido como baby blues. "Eu diria que esse momento é até essencial para as mulheres, que, paradoxalmente, vivenciam um luto. A mulher muda de status social e familiar, ganha responsabilidades, sofre mudanças físicas e psíquicas, assim, é importante que tudo possa ser vivenciado, elaborado para que a mulher integre aos poucos esses novos papéis", explica a terapeuta perinatal Patrícia Bressan.

    o par precisa estar ciente disso e disponível para amparar essa mulher. Então, já conte pra ele! É importante cercar-se de pessoas que possam ajudar, escutar, criando um ambiente seguro e acolhedor para você se manter focada nos cuidados com o bebê e não deixar de descansar, comer, tomar um banho? Mas calma, esse é um estado transitório, e é diferente também de mulher para mulher; tem umas que sentem mais dificuldade em lidar com ele, outras menos. E, normalmente, em torno de um mês pós-parto, o turbilhão hormonal e emocional entra nos eixos e a mulher vai, aos poucos, restabelecendo e equilibrando a nova vida, a nova identidade. "Se os sintomas do baby blues não melhorarem, se intensificarem ou se a mulher ou o entorno sentir que ela não está bem é indicado buscar ajuda médica. O baby blues é um processo fisiológico e natural, porém quando os sintomas são contínuos, há perda de qualidade de vida, a mulher deixa de se interessar em trocas sociais e atividades que antes eram prazerosas pode ser um sinal de alerta", orienta Patrícia.

    É preciso só estar atenta aos pequenos sinais, porque existe uma linha tênue entre o baby blues e a depressão pós parto. "Nem sempre a depressão pós-parto se apresenta apenas como uma tristeza ou dificuldade de vínculo com o filho. Muitas mães continuam "funcionais", tendo cuidados com seus filhos de forma impecável, sendo responsivas, atentas, amorosas, mas estão ando por um processo de depressão ou de pré-depressão. Alguns comportamentos podem ser uma cortina de fumaça para um diagnóstico de depressão pós-parto, como irritabilidade, cansaço extremo, sintomas de pânico, fobias e ansiedade", explica a terapeuta.

    Alguns fatores podem contribuir para a depressão pós parto como história prévia de transtornos psíquicos, antes e durante a gravidez, idade materna (adolescentes têm maior chance estatisticamente), situação socioeconômica precária, conflitos familiares, problemas de saúde com a criança etc. E não podemos esquecer que muitas mulheres vivem um verdadeiro "burnout materno", pois estão sobrecarregadas e estressadas, resultados de uma exigência sobre-humana de perfeição e dedicação, impossível de se corresponder. "O cansaço e a frustração podem contribuir para um quadro depressivo aos longo dos meses que se seguem ao nascimento do filho. Por isso é importante estarmos sempre atentos à saúde materna", diz Patrícia.

    A ginecologista obstetra Ana Paula Junqueira conta que alguns cérebros respondem quimicamente diferente de outros e que, por isso, o baby blues é uma experiência que a gente não vive identicamente a outras mulheres, e nem mesmo entre uma gestação e outra - quando estamos em uma fase diferente de vida. "É um momento que deve ser muito respeitado. Se hidrate bem, abra janelas, se conecte mais com a natureza e menos com pessoas. É um momento que a mulher quer ficar reclusa, é químico, do mesmo jeito que vem". O contato com o obstetra é muito importante para o diagnóstico, mas como no puerpério a mulher começa a frequentar o consultório do pediatra, é importante ele mesmo sinalizar. Mas você também pode tentar se reconhecer no quadro. Se em dez semanas pós-parto, estiver se sentindo muito angustiada, é depressão puerperal, conta a médica. "Uma dica que sempre dou é: olhe suas fotos de hoje e faça uma cronologia retroativa, você vê tristeza?", orienta a médica.

    Mães não têm tempo mesmo?

    Não é balela: se sente dificuldade em ter tempo para si, saiba que não tem nada de errado com você. Os números não mentem: 47,2% das mães brasileiras têm menos de uma hora por dia dedicada para elas mesmas. Dessas, 8,8% dizem não ter tempo algum, 6,3% dizem simplesmente não fazer nada por elas, enquanto 32,1% conseguem no máximo uma hora para atividades voltadas a si mesmas. Os números refletem debates que vêm ganhando espaço, pouco a pouco, nas redes sociais - com depoimentos reais de mães, famosas e anônimas.

    Em um vídeo postado em seu perfil no dia 9 de março de 2024, Samara Felippo, atriz, mãe, autora e produtora, mostrou como a falta de tempo têm confundido mulheres sobre a diferença entre autocuidado e necessidades básicas. No vídeo, ela ilustra que banho é necessidade enquanto meditação é autocuidado, e compara outras situações como receber uma massagem e comer ou fazer uma skin care e fazer cocô. Acredite, há mães que não tem tempo nem para isso. "Tem dias que nem as necessidades básicas eu consigo", reforçou uma das seguidoras da artista.

    Como lidar com amigos que são contra ter filhos?

    "Tendo convicção do que você quer e não tentando convencer ninguém sobre a sua própria escolha", afirma a terapeuta integrativa Michelle Occiuzzi, especialista em comportamento materno. É normal que cada um tenha sua própria opinião, e entender que está tudo bem tanto a escolha de ter filho quanto a de não ter é essencial para evitar conflitos. "Pra que serve querer convencer o outro de que você está certa? Por que você precisa se incomodar? No fundo, queremos agradar as pessoas, mas só precisamos estarmos inteiras dentro de nós mesmas e não desejar atender expectativas dos outros", comenta. Olhar para isso agora inclusive irá ajudar a lidar com outras interferências que surgem depois também, como dar ou não mamadeira, colocar ou não na escolinha. Você ter filhos significa fazer escolhas, e elas precisam ser boas para você e sua família. A especialista dá dicas de como lidar com os comentários que podem surgir:

    • Entenda que o outro tem o direito de ter uma opinião diferente da sua
    • Quando alguém vier falar, diga apenas que respeita e que para você essa escolha é importante
    • Invista em processos de autoconhecimento. Fazer terapia e se conhecer (mesmo que sem ajuda especializada) te dá paz e tranquilidade. Conecte-se com você mesma e com pessoas que tenham a mesma opinião que a sua.

    "A maternidade tem alegrias, o puerpério é filme de terror"

    Se pudéssemos rir de nós mesmas como mães, a jornada materna seria - minimamente - mais leve. E se pudéssemos nos assistir como protagonistas em uma peça de teatro? Interpretando as dores, amores da maternidade, a atriz Miá Mello, que é mãe de dois, está no espetáculo "Mãe Fora da Caixa". Entrevistamos a artista e trouxemos as melhores frases dessa conversa sobre maternidade...real!

    Penso muito sobre o porquê é tão impactante para quem assiste e cheguei à conclusão de que o grande diferencial de tudo que já fiz até hoje é que essa peça tem um propósito, o poder de identificação é tão grande que ela se transforma nesse lugar onde todo mundo sai mexido. E a ferramenta do humor torna a peça muito democrática.

    O ideal é o que eu consigo fazer melhor, ser uma mãe possível, e com tudo isso a gente conquista um pouco mais de tranquilidade.

    Já me sinto confortável de falar que eu canso, que para mim é muito difícil, que não acho que sou uma pessoa que nasceu para ser mãe.

    É desgastante. O começo com o bebê exige muito, e os desafios vão se transformando, mas eles estão lá? Para mim a maternidade é um dos lugares mais difíceis de falar que falhei.

    Um abraço para todas, por favor?

    Idealizado pela Somos Mães, organização sem fins lucrativos de apoio e informação a gestantes e mães, o documentário "Do Laço ao Abraço" surgiu antes da pandemia e com uma proposta clara; trazer a pluralidade que uma só mãe nunca será capaz de retratar. As redes sociais ajudaram a encontrar famílias que pudessem representar a diversidade de famílias: 'padrões', pretas, atípicas, miscigenadas, enlutadas, adotivas, homoafetivas, solo, vulneráveis?

    As histórias retratam desde gestantes até pais de adolescentes. A idealizadora Acácia Lima acredita que o projeto traz representatividade, mas reforça que a realidade é mais plural do que podemos imaginar. "É claro que a gente, certamente, não consegue cobrir todas as possibilidades... Por exemplo, acho que precisaria falar das mães que abandonam os filhos. Porque existe. Precisaria falar das pessoas que adotam crianças e as devolvem. Existe também", pontua.

    Um dos pontos altos do projeto é focar não no ônus ou no bônus de ter filhos, ou seja, não polarizar o discurso. "As dificuldades são apresentadas, as delícias também são. A gente não pode mostrar só a delícia nem só a dificuldade, porque a vida é assim." O documentário sugere uma boa reflexão para nossa saúde mental.

    No final das contas, onde a gente esbarra? Puramente em padrões sociais estabelecidos, que prejudicam uma relação tão genuína. Mesmo sabendo que o amor que sentimos pelos filhos é soberano, ele está muito poluído, com muitas questões, que acabam impactando neles. A ideia é limpar o nosso amor também.

    Acácia Lima, jornalista, mãe, idealizadora e produtora-executiva de Laços e Abraços

    É mãe atípica? Veja o depoimento de Carol Pires e as dicas da especialista Lygia Dorigon

    A jornalista e roteirista Carol Pires usa sua versatilidade profissional para contar histórias em vários formatos e suas funções profissionais se aproximaram da vida pessoal agora: Carol escreve um livro com relatos sobre maternidade atípica, desde o desejo de ser mãe até a chegada de sua filha Eva, que tem cinco anos e foi diagnosticada com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

    Vi claramente quando o autismo se manifestou na minha casa. É muito comum que tentem te dissuadir dizendo 'claro que não é autista', como se soubessem qualquer coisa sobre o assunto ou conhecessem sua filha melhor do que você. Essa falta de interlocução, de sentir que ninguém me entendia, me fez sentir uma imensa solidão.

    Carol Pires, jornalista, roteirista, apresentadora, e mãe atípica

    Ter um filho atípico, aquele que tem o desenvolvimento físico ou intelectual diferente do esperado para sua idade, traz desafios específicos para jornada do maternar. As mães de filhos atípicos - comumente chamadas mães atípicas, ainda que o termo seja debatido - sentem na pele outras necessidades, talvez sintam no corpo todo o cansaço e na mente o estado constante de alerta.

    Uma em cada 36 crianças é autista, de acordo com o relatório do CDC (Centers for Diseases Control and Prevention), publicado em 2023. Na maioria dos casos, é a figura materna a responsável primordial pelos cuidados intensivos. Mas isso pode sobrecarregar a mulher.

    "Quando há dificuldade de promover independência e autonomia para a criança, você acaba sendo a figura mais importante na vida dela, o que gera uma sensação de que você é a única pessoa que pode cuidar, que não pode falhar ou faltar. É importante que as mães possam buscar um acompanhamento que as ajudem, grupos de mães, de pessoas que de alguma maneira am por histórias parecidas, porque isso traz uma rede de e e pertencimento", explica a psicóloga Lygia Dorigon, doutora em Análise do Comportamento e supervisora de pesquisas no Instituto Spectra.

    Carol acredita que demorou para buscar terapia para si mesma porque primeiro entrou no modo "guerrilha". "Você fica em total alerta", diz. O constante estado de atenção é comum, e cansativo. Segundo estudo feito pela Universidade de Wisconsin-Madison (EUA), o cansaço e o estresse de mães atípicas é comparado aos de soldados em situação de guerra. Se você se sente assim, já sabe, é esperado. Mas, é preciso, como dizem, colocar a máscara de oxigênio em você primeiro. Ou seja, busque ajuda.

    "Ainda que seja importante para os pais colaborarem no processo de estimulação, essas famílias têm mães que estão em situação de esgotamento e, além desse filho, elas têm outras demandas na vida, são seres humanos e não são professores dos filhos, precisam de apoio", observa Lygia Durigon.

    Terapias na gestação: escolha a melhor forma de se afastar da ansiedade

    Fazer terapia ajuda a gestante a compreender as transformações e a "desromantizar" a maternidade com e emocional. Acha que não é desnecessário? Repense. Universa revelou que 54,2% das mulheres dizem que se sentem ou se sentiram ansiosas na gestação, a maioria diariamente.

    E a ansiedade não tratada pode levar a crises ou a quadros de depressão. "Transtornos de ansiedade devem ser tratados durante a gestação porque há uma chance muito grande dessa gestante sofrer demais no puerpério, período de maior desafio para a saúde mental,", explica a ginecologista obstetra Ana Paula Junqueira. Aderir a uma boa terapia antes dessa a de pressão estourar é o ideal, até mesmo para compreender se é preciso mais e, como o de um psiquiatra.

    Hoje em dia, já se fala até sobre o pré-natal terapêutico/psicológico, que é o acompanhamento da gestante por um psicólogo, psiquiatra ou psicanalista, da mesma forma que se faz com acompanhamento de um obstetra. Se você ainda não faz nenhum tipo de terapia e sente que a pressão está aumentando, é mais do que chegada a hora de marcar uma consulta. Se atente aos sintomas como tristeza, perda de interesse em coisas que gosta, alteração no sono, cansaço, perda de energia, culpa, medo excessivo.

    Qual o tipo de terapia ideal?

    A melhor forma é entender sobre as estratégias terapêuticas, buscando a que te deixar mais confortável, e experimentar. Listamos algumas para você conhecer, mas lembre que a escolha é um processo pessoal, tanto do formato da terapia quanto do psicólogo, que também tem que ser alguém com quem você se sinta confortável para se abrir.

    • Terapia psicanalítica: do famoso Freud, aqui você provavelmente vai se deparar com o tal divã. A sua fala é o centro do processo e o psicanalista não te diz o que fazer ou como agir, mas faz questionamentos que ajudam a refletir e explorar seus problemas desde a raiz;
    • Terapia junguiana: desenvolvida por Carl G. Jung, você responde a perguntas sobre sonhos, e seu inconsciente é uma das principais fontes de análise, que pode incluir técnicas relacionadas à arte;
    • Terapia lacaniana: com base nos conhecimentos do psicanalista francês Jacques Lacan, tem métodos para a análise das manifestações do inconsciente;
    • Terapia cognitivo comportamental (TCC): ajuda a analisar pensamentos (em especial os automáticos e intrusivos), além de sentimentos e comportamentos - sendo uma técnica com sessões bem estruturadas para tratar de um problema;
    • Gestalt terapia: abordagem que propõe a clareza sobre o que a incomoda e, dessa maneira, a realização de mudanças que lhe façam bem.

    Sessões cara a cara com psicólogo, psicanalista ou terapeuta não são exatamente sua praia? Você pode aderir a sessões de casal (com o par) ou em grupo - que trazem outra dinâmica. Ou pode buscar terapias que fujam do convencional. É importante apenas entender que elas - apesar de terem benefícios reconhecidos em estudos e por organizações de saúde - não excluem o acompanhamento com psicólogo (treinado para tratar diferentes transtornos) ou psiquiatra (o único que pode prescrever medicações).

    Terapia significa tratamento para uma determinada condição - mas não só. Psicólogos e outros especialistas têm desmistificado essa ideia, mostrando que ela é bem-vinda quando está tudo bem (e você vai entender melhor logo abaixo). Há diferentes ganhos, em diferentes cenários, através de diferentes práticas - que podem ir do mindfulness à acupuntura.

      Manual de Sobrevivência na Maternidade: como ficar segura com tanto cansaço

      Não seria incrível receber um manual completo de como sobreviver na maternidade? Se você pensar bem, quando compramos uma televisão, por exemplo, ela vem com manual, você ganha um caderninho de apoio para tirar qualquer dúvida. Como é que uma tv vem com dicas e um ser humano não? Brincadeiras à parte, uma mãe bem informada e amparada lida melhor com os desafios da gestação a educação dos filhos e a escritora Carolina Damião pode provar.

      Carolina escreveu o "Manual de Sobrevivência na Maternidade - Vida para Além da Maternidade", idealizado e recém-lançado por ela, depois de ar por uma gravidez delicada, um puerpério solo em plena pandemia, e muitas reflexões compartilhadas nas redes sociais.

      Quer saber como encontrar ou ampliar o seu própria espaço seguro? Veja os conselhos dados por Carolina:

      • Entender que romantização e culpabilização são violências, mas não estão elencadas em lugar nenhum, afinal você não vai chegar numa delegacia e falar que foi culpabilizada, por exemplo. É essencial perceber como essas violências funcionam e operam; nomear e enquadrar o que você está vivendo, de onde vem cada sentimento. Quando a gente pontua e nomeia vai aprendendo se defender, argumentar ou se afastar de onde sofre a violência;
      • Se coloque na própria agenda. É comum focar no bebê quando grávida e, depois que o filho nasce, é quase como se existisse só seu filho. Mas e você/ Vamos entrando nessa rotina de que não pode falhar na alimentação, na calma, no cuidado, de que deve que estar lá, perfeita, o tempo todo. Mas, nenhuma mulher tem superpoderes ou é um polvo. Entenda e viva a vida como um ser potente, com cuidados, pausas, vontades e sonhos seus;
      • Não seja personagem de uma história de superação. Quando falamos em superação, pensamos em superar limites, que são nada mais nada menos do que desafios impostos pela sociedade. Mas, se ultraamos nossos limites e nossas barreiras, chegamos lá destruídas, quebradas, pela metade, faltando pedaço. Existem histórias de superação, mas não ache que você precisa vivê-las para ser boa mãe, essa ideia é cruel. Preocupe-se mais em compreender e respeitar os seus próprios limites.

      Para cumprir ao que se propõe, o livro reúne instruções com ferramentas práticas para auxiliar na construção de uma vida para além da maternidade (sem o peso da culpa), um Manifesto e um Código de Ética da Mãe Possível, indicações de leitura, ferramentas de organização e planejamento para se libertar da culpa, mapeamento de contatos úteis e de apoio, além de um glossário.

      Mas por que contatos úteis? Será que já não a agenda do celular? Por incrível que pareça, as pessoas mais queridas que estão nos seus contatos podem não te ajudar - e ter uma listinha só com as que estão abertas a isso é ideal. Segundo Carol, é necessário buscar entender até onde cada pessoa pode ir na ajuda, respeitando os limites de cada um, mas não aceitar ter por perto pessoas que não estão dispostas a se responsabilizarem também.

      Golpe nas redes: como evitar que suas fotos de gestante parem em sites pornôs e fakes

      No auge da empolgação em gestar pela primeira vez, Roberta Sellitti, 39, começou a postar fotos grávida. Nada demais, certo? Até que, gestando pela segunda vez, ela encontrou suas fotos grávida sendo usadas de forma indevida na intenet. "As minhas imagens foram parar em uma conta de Instagram com uma conotação extremamente sexual. Com outras fotos de grávidas seminuas, com a perna aberta, fotos muito sensuais."

      A descoberta foi feita pelo acaso e gerou grande tensão. Roberta, começou a mandar mensagem para o perfil, pedindo para que apagassem as imagens, e não pensou duas vezes: "Mandei mensagem para a Sheylli pedindo para me ajudar a denunciar o perfil, porque sabia do empenho dela contra esse tipo de abuso nas redes sociais", revela.

      Sheylli Caleffi, a quem Roberta recorreu, é comunicadora e palestrante conhecida na internet, por desenvolver um trabalho intenso pela erradicação da violência sexual e on-line. Segundo ela, casos de roubos e uso indevido de imagens são muito mais comuns do que imaginamos. Seu ensaio gestante ficou maravilhoso? Compartilhe apenas algumas imagens em um perfil privado, fechado. Se quiser dificultar ainda mais, poste nos stories, apenas para um grupo de "melhores amigos".

      Livros, séries e filmes

      Livro de cabeceira: Tudo bem não estar bem - Convida a comportar a dor e não tentar negar o vazio da perda. Referência no apoio às pessoas enlutadas a partir de uma nova perspectiva, que ignora conselhos ineficazes e honra o amor.

      Livro de cabeceira: A Maternidade E O Encontro Com a Própria Sombra - Escrito por Laura Gutman, psicoterapeuta especializada em família e maternidade, traz temas que tangem a experiência real e não idealizada da mãe.

      Livro de cabeceira: O Conflito: A Mulher E A Mãe - Se quer pensar no mito de que toda mulher tem o desejo e o instinto natural de ser mãe, esse é o livro. Para "desromantizar" e entender os efeitos de expectativas, restrições e obrigações maternas.

      Livro de cabeceira: Por Que Ninguém Me Disse Isso Antes? - Um livro que foge do tema específico da maternidade, mas traz reflexões importantes para essa fase, ajudando a compreender o que está sentindo e como lidar da melhor forma possível.

      Livro de cabeceira: Cuide-se Pra Cuidar - Mãe de quatro filhos, Laura Schwengber propõe diálogos honestos sobre os desafios maternos, questionando crenças e papéis de gênero e encorajando o público feminino a nadar contra a maré de pressões

      Livro de cabeceira: Mãe Recém-Nascida - É sempre sobre o bebê, livros e mais livros? Mas e a mãe que acabou de nascer? Aqui está: meio livro, meio diário, meio conversa entre amigas, meio conforto, meio choque de realidade, meio cafuné.