;(function() { window.createMeasureObserver = (measureName) => { var markPrefix = `_uol-measure-${measureName}-${new Date().getTime()}`; performance.mark(`${markPrefix}-start`); return { end: function() { performance.mark(`${markPrefix}-end`); performance.measure(`uol-measure-${measureName}`, `${markPrefix}-start`, `${markPrefix}-end`); performance.clearMarks(`${markPrefix}-start`); performance.clearMarks(`${markPrefix}-end`); } } }; /** * Gerenciador de eventos */ window.gevent = { stack: [], RUN_ONCE: true, on: function(name, callback, once) { this.stack.push([name, callback, !!once]); }, emit: function(name, args) { for (var i = this.stack.length, item; i--;) { item = this.stack[i]; if (item[0] === name) { item[1](args); if (item[2]) { this.stack.splice(i, 1); } } } } }; var runningSearch = false; var hadAnEvent = true; var elementsToWatch = window.elementsToWatch = new Map(); var innerHeight = window.innerHeight; // timestamp da última rodada do requestAnimationFrame // É usado para limitar a procura por elementos visíveis. var lastAnimationTS = 0; // verifica se elemento está no viewport do usuário var isElementInViewport = function(el) { var rect = el.getBoundingClientRect(); var clientHeight = window.innerHeight || document.documentElement.clientHeight; // renderizando antes, evitando troca de conteúdo visível no chartbeat-related-content if(el.className.includes('related-content-front')) return true; // garante que usa ao mínimo 280px de margem para fazer o lazyload var margin = clientHeight + Math.max(280, clientHeight * 0.2); // se a base do componente está acima da altura da tela do usuário, está oculto if(rect.bottom < 0 && rect.bottom > margin * -1) { return false; } // se o topo do elemento está abaixo da altura da tela do usuário, está oculto if(rect.top > margin) { return false; } // se a posição do topo é negativa, verifica se a altura dele ainda // compensa o que já foi scrollado if(rect.top < 0 && rect.height + rect.top < 0) { return false; } return true; }; var asynxNextFreeTime = () => { return new Promise((resolve) => { if(window.requestIdleCallback) { window.requestIdleCallback(resolve, { timeout: 5000, }); } else { window.requestAnimationFrame(resolve); } }); }; var asyncValidateIfElIsInViewPort = function(promise, el) { return promise.then(() => { if(el) { if(isElementInViewport(el) == true) { const cb = elementsToWatch.get(el); // remove da lista para não ser disparado novamente elementsToWatch.delete(el); cb(); } } }).then(asynxNextFreeTime); }; // inicia o fluxo de procura de elementos procurados var look = function() { if(window.requestIdleCallback) { window.requestIdleCallback(findByVisibleElements, { timeout: 5000, }); } else { window.requestAnimationFrame(findByVisibleElements); } }; var findByVisibleElements = function(ts) { var elapsedSinceLast = ts - lastAnimationTS; // se não teve nenhum evento que possa alterar a página if(hadAnEvent == false) { return look(); } if(elementsToWatch.size == 0) { return look(); } if(runningSearch == true) { return look(); } // procura por elementos visíveis apenas 5x/seg if(elapsedSinceLast < 1000/5) { return look(); } // atualiza o último ts lastAnimationTS = ts; // reseta status de scroll para não entrar novamente aqui hadAnEvent = false; // indica que está rodando a procura por elementos no viewport runningSearch = true; const done = Array.from(elementsToWatch.keys()).reduce(asyncValidateIfElIsInViewPort, Promise.resolve()); // obtém todos os elementos que podem ter view contabilizados //elementsToWatch.forEach(function(cb, el) { // if(isElementInViewport(el) == true) { // // remove da lista para não ser disparado novamente // elementsToWatch.delete(el); // cb(el); // } //}); done.then(function() { runningSearch = false; }); // reinicia o fluxo de procura look(); }; /** * Quando o elemento `el` entrar no viewport (-20%), cb será disparado. */ window.lazyload = function(el, cb) { if(el.nodeType != Node.ELEMENT_NODE) { throw new Error("element parameter should be a Element Node"); } if(typeof cb !== 'function') { throw new Error("callback parameter should be a Function"); } elementsToWatch.set(el, cb); } var setEvent = function() { hadAnEvent = true; }; window.addEventListener('scroll', setEvent, { capture: true, ive: true }); window.addEventListener('click', setEvent, { ive: true }); window.addEventListener('resize', setEvent, { ive: true }); window.addEventListener('load', setEvent, { once: true, ive: true }); window.addEventListener('DOMContentLoaded', setEvent, { once: true, ive: true }); window.gevent.on('allJSLoadedAndCreated', setEvent, window.gevent.RUN_ONCE); // inicia a validação look(); })();
  • AssineUOL
Topo

Transforma

Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Visitei uma UTI de pacientes com Covid: sensação de sufoco e morte iminente

Por seis horas, estive ao lado das enfermeiras que cuidam de pacientes com Covid-19 - Carine Wallauer/UOL
Por seis horas, estive ao lado das enfermeiras que cuidam de pacientes com Covid-19 Imagem: Carine Wallauer/UOL

Camila Brandalise

De Universa

12/05/2020 04h00

Repórter é um dos profissionais que não podem ficar em casa durante a pandemia do novo coronavírus. Temos que ir para lugares onde quem nos lê não pode estar, para contar histórias fundamentais. Com o objetivo de retratar a rotina das enfermeiras que trabalham diretamente com pacientes de Covid-19, visitei as alas de infectados pelo novo coronavírus em dois hospitais de São Paulo: o Hospital Israelita Albert Einstein e o Hospital Estadual do Ipiranga. Especialmente no segundo, pude abordar as enfermeiras à beira dos leitos e sentir um pouco da tensão e do medo enfrentados por elas dia após dia.

Antes de entrar, é preciso vestir todo o equipamento básico de proteção. Por cima da minha roupa, pus uma calça e um avental curto, ambos de TNT. Depois, um avental comprido e de manga longa. Então, a máscara N95, a touca, as luvas e a proteção de TNT nos pés. Peças bem semelhantes às usadas pelas enfermeiras. A diferença é que elas, muitas vezes, usam ainda um avental de plástico por cima das camadas de tecido e uma proteção de acrílico sobre a máscara.

Rasguei a luva na hora de colocá-la na mão direita, antes de entrar no pronto-socorro. "É bom para você sentir a pressão que a gente a diariamente", me disse a chefe de enfermagem do Hospital do Ipiranga, Cristiane Guerra. Na noite anterior, sonhei que chegava ao hospital, ficava meia hora, conversava com duas pessoas e ia embora. Era esse o meu desejo: sair correndo.

Eu posso ser a próxima

Ver as pessoas em uma situação tão grave, sedadas e intubadas, e saber que estão há dias assim me fez ter a certeza de que não é só uma gripe e que eu posso, sim, ser a próxima a ocupar um leito de hospital. Até tento me tranquilizar: "Você é jovem e saudável, os sintomas serão leves." Mas e se não for assim? "Essa doença é uma roleta russa", me disse Cristiane.

Na UTI, a tensão se agravou. Depois de três horas usando a máscara N95 já estava difícil respirar. Nessa hora, eu também estava usando o protetor facial de acrílico, que ficou embaçado. Mas, para evitar o risco de contaminação, eu não podia encostar nele.

Se é incômodo usar uma máscara de tecido na ida ao supermercado, imagine o que é para as enfermeiras ar 12 horas trabalhando com essa paramentação. A roupa e os órios sufocam, restringem os movimentos e a respiração. São uma lembrança contínua de que estamos no meio de uma tragédia global — e de que alguém ao seu lado pode morrer a qualquer instante.

A tensão não é menor na hora de tirar o aparato: a maioria dos casos de contaminação acontece nesse momento. Eu estava tão agoniada para me livrar de tudo aquilo que já comecei errado. Enquanto retirava uma das luvas, Cristiane me chamou a atenção: "A luva é por último." Fiquei com ela presa na ponta dos dedos para garantir um mínimo de proteção, tirei a roupa de TNT e, só então, as luvas por completo. "Agora, por favor, lave a sua mão", ela orientou.

Conversa com enfermeira Roseneide Tunico - Especial enfermeiras - Avener Prado/UOL - Avener Prado/UOL
A enfermeira Roseneide Tunico, 52, faz uma pausa para a entrevista: demanda cresceu 70% em uma semana
Imagem: Avener Prado/UOL

Você pode ser mais forte

ei mais de seis horas no Ipiranga e entrevistei oito mulheres, entre diretoras, enfermeiras, técnicas e auxiliares. Uma delas tinha acabado de perder uma paciente e chorou enquanto conversávamos. Todas disseram ter medo do que está por vir: o número de atendimentos vinha subindo muito — foi de 40 pacientes para 90 por dia em menos de uma semana — e continuava crescendo.

Como um das enfermeiras que entrevistei, também não contei à minha mãe que eu estava em um hospital com infectados pelo novo coronavírus. Mas, diferentemente dela, eu não precisaria voltar para lá no dia seguinte.

Uma semana após a visita, ainda me vêm à cabeça os olhares das mulheres com quem conversei, seus gestos, suas falas. Tive duas crises leves de ansiedade. Uma delas na sexta-feira (8), quando o Brasil teve 751 óbitos por Covid-19, número recorde desde o início da pandemia. Para tentar superar, me lembrava das profissionais que conheci, que estão muito mais expostas e continuam indo para o trabalho todos os dias. Também quero ter essa força.