Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Vivo Keyd bicampeã da LBFF: sequência, narrativa e 'laço forte'
A Liga Brasileira de Free Fire já viveu sete edições - embora a contagem tenha continuado, a segunda acabou cancelada por causa da pandemia do coronavírus. Somente agora a primeira bicampeã foi coroada: a Vivo Keyd ergueu a taça pela segunda vez e ampliou ainda mais sua trajetória no cenário competitivo do Battle Royale da Garena. Uma conquista significativa por diversos motivos e que gera múltiplas análises.
Assim como no Mundial de Sentosa, realizado em maio deste ano, a Keyd voltará a representar o Brasil no principal campeonato global do game. Uma sequência importante para a organização, dona de um dos nomes mais fortes no esporte eletrônico brasileiro. Com uma extensa tradição ao longo dos anos, em diversos jogos, a equipe segue se reinventando para seguir em alta.
Do ponto de vista de narrativa, a edificação de personagens é um dos quesitos nos quais a LBFF precisa evoluir em relação à concorrência. Do que se viu até hoje, o próprio game sempre acabou sendo mais protagonista do que os jogadores - e, de certa maneira, por algum período, com justiça. Afinal, o Free Fire democratizou como nunca os Esports no país.
Porém, a longo prazo, isso pode ser nocivo. É necessário contar com nomes fortes não só fora do servidor, como também dentro. Influenciadores, donos de organizações, grandes streamers... Tudo isso é extremamente importante e colabora para trazer números. Como já dissemos anteriormente aqui no GGWP, é necessário furar a bolha. Ir além das rivalidades já proporcionadas pelo próprio Free Fire.
Da mesma forma que, para as equipes, não é interessante a longo prazo ficar atrelado somente a um jogo e a um tipo de público, para o campeonato é necessário desatar os nós e desenvolver novas (e robustas) histórias. A Vivo Keyd é um laço forte neste sentido, extremamente valioso para a liga. Um imã de tradição, capaz de quebrar paradigmas - mas que precisa ser trabalhado da maneira correta.
Assim como nas modalidades tradicionais, no esporte eletrônico não há uma "receita de bolo" para fazer com que um game (e tudo que o cerca) tenha sucesso e se destaque perante a concorrência. É um exercício constante de reinvenção, observação e, o mais importante: ouvir os s da comunidade e de quem está fora. Saber absorver o melhor de cada ponta.
Porém, um pensamento para se levar seriamente em conta, por mais simples que pareça, na prática. Enquanto os jogos sobem e descem, têm altos e baixos, as organizações tradicionais permanecem - ganhando ou perdendo. Ter esse know how ao estimular uma fan base é parte fundamental.
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